O jurista Luiz Flávio Gomes não tem dúvidas de que o presidente da Câmara,Eduardo Cunha (PMDB-RJ), está com sérios problemas quando o assunto é a Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção envolvendo empreiteiras e ex-diretores da Petrobras. Não é só: Gomes visualiza que o peemedebista pode sim acabar na prisão por seu suposto envolvimento.
O jurista, que é mestre em Direito Penal pela USP e diretor-presidente do Instituto Avante Brasil, usou a sua página oficial na internet para pontuar os 10 passos que podem levar Cunha da presidência da Câmara para a prisão. A análise, segundo ele, não é política, mas sim levando em conta o que já se sabe até aqui, partindo da delação do lobista Julio Camargo, que afirmou ter sido pressionado a pagar US$ 10 milhões ao peemedebista.
“Esses 10 passos vão acontecer. A justiça brasileira está funcionando, ainda que de maneira lenta. Tudo está acontecendo, na velocidade da justiça, não se pode acelerar tudo sob pena de anular o que está se desenrolando nas investigações. Pode demorar um pouco, mas tudo o que eu listei vai acontecer, há provas boas para isso”, disse Gomes ao Brasil Post.
“Desrespeito às instituições”
Luiz Flávio Gomes vê como “desespero” a forma com que Eduardo Cunha rompeu com o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), com direito a ataques contra o juiz Sérgio Moro e contra o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Para o jurista, trata-se de um “total desrespeito às instituições”, algo que pouco ajuda na própria defesa do parlamentar.
“Essa atitude dele (Cunha) desmonta o Brasil. Não é por esse caminho. Ele tem direito à defesa, mas não é atacando as instituições que se faz isso. A justiça tem o seu tempo, tudo tem de ser construído com provas, e é a existência dessas provas que nos traz ao atual momento (...). A estratégia dele é um pouco de desespero, atacando todo mundo. Se o PT interferisse na Lava Jato, o interesse seria livrar a pele do partido”, comentou.
Gomes ainda exaltou o recurso da delação premiada para a aplicação da justiça no Brasil. "Foi uma revolução. Antes era muito difícil provar, havia uma lei do silêncio entre os criminosos. Era um tempo no qual a justiça tinha que correr atrás de tudo. Agora, o delator dá todas as pistas, facilita 99% do trabalho da polícia e da justiça. É uma questão de cruzamento de dados, comprovando o que de fato aconteceu".
A reportagem insistiu em saber do jurista os motivos dele estar tão confiante na queda de Cunha. Ele assim respondeu: “A chance de condenação (de Cunha) é muito grande. A polícia vai chegar e descobrir provas e ele será condenado. Antes disso, é preciso ter em mente a necessidade da saída dele da presidência da Câmara. É perigoso para o País ele lá permanecer”, disse.
Segundo várias matérias publicadas nos últimos dias (aqui e aqui), há uma expectativa de que Rodrigo Janot ofereça denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra Cunha – o que não aconteceu até o momento. De sua parte, o peemedebista negou todas as alegações de Julio Camargo e disse “nada temer”quando o assunto é a Operação Lava Jato.
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sexta-feira, 24 de julho de 2015
Jurista Luiz Flávio Gomes acredita que Eduardo Cunha pode ir para cadeia e sugere 10 passos para isso acontecer.
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