segunda-feira, 20 de julho de 2015

Procuradores perseguem Lula e se baseiam em notícias dos magnatas bilionários de imprensa.

A direita quer impedir  Lula de falar, viajar, trabalhar e fazer política.


Por Davis Sena Filho — Palavra Livre


Trata-se de uma dupla de procuradores do DF, Anselmo Lopes e Valtan Timbó. Eles, sem sombra de dúvida, são de oposição ao Governo Federal, ao PT e ao ex-presidente Lula, que poderá ser candidato a presidente da República em 2018. Anselmo Lopes já é velho conhecido do Governo, de Lula, do PT e de milhares de eleitores que votaram no líder trabalhista e na presidenta Dilma Rousseff.

Tanto Lopes quanto Timbó representam os tipos de procuradores, além de promotores, juízes, agentes e delegados da Polícia Federal, que resolveram fazer política, bem como cooperar para que seus candidatos e partidos prediletos, geralmente conservadores, pois de direita, vençam as eleições. São procuradores politicamente alienados, tais quais os coxinhas de classe média, que se submetem, dia a dia, em uma verdadeira lavagem cerebral, às manchetes e às notícia da imprensa de negócios privados dos magnatas bilionários, que nunca são observados pela máquina de investigação e repressão do Estado. Jamais...

Suas ações e campanhas são pautadas por recortes de jornais e revistas de uma imprensa de mercado, que assumiu oficialmente sua posição oposicionista aos governantes trabalhistas quando das eleições, bem como engravidam pelos ouvidos ao verem os jornais televisivos e ao ouvirem as rádios, o que conta muito para a falta de discernimento sobre a verdade dos fatos, porque, nitidamente, o que se observa no Brasil é que este País está a passar por um processo ditatorial a cargo de promotores, juízes e policiais, que se tornaram a base de sustentação da oposição partidária liderada pelo PSDB, bem como pela imprensa familiar, capitaneada pelas Organizações(?) Globo, que há décadas interfere ilegalmente e até mesmo criminosamente no processo eleitoral brasileiro. E que eu saiba nenhum integrante da família Marinho foi investigado, denunciado, processado e preso por fazerem política no subterrâneo.

No Brasil, procuradores, juízes e delegados da PF não prendem tucano e muito menos barão de imprensa. Eles são simplesmente inimputáveis. Um absurdo nada republicano. E você sabe por que este processo injusto acontece no País? Porque, apesar dos 30 anos de redemocratização do Brasil, setores da Justiça, do MP e da PF ainda são intrinsecamente ligados ao status quo. Ponto. Não há como tergiversar sobre esta terrível realidade.

Trata-se de afronta à soberania da sociedade, por parte de agentes e servidores do Estado, a combater o Governo eleito pelo povo, por não aceitar seus programas sociais, a inclusão das camadas pobres da população brasileira, a política externa independente e não alinhada aos Estados Unidos. São os senhores que controlam o Estado e dentro dele trabalham em prol de atender aos interesses da burguesia — da Casa Grande, que sempre se beneficiou do poder do Estado para enriquecer, ter influência política nas altas esferas, e, com efeito, manter, indefinidamente, o status quo.

São homens e mulheres com origem na classe média e média alta. A pequena burguesia historicamente aliada das classes dominantes, que estudou Direito em universidades públicas ou nas particulares de ponta, plena de preconceitos de classe, ideológicos e políticos. O Ministério Público deste País, bem como as altas cortes da Justiça, representam, irrefragavelmente, o pensamento dos setores mais reacionários às mudanças sociais e econômicas que são efetivadas no Brasil desde a ascensão de Lula à Presidência da República em 2003.

Conservadores, tais procuradores se voltam contra o PT, sendo que Lula e Dilma ainda são duramente questionados e aviltados em suas cidadanias, porque ex-operário, vítima de um acidente de trabalho, sendo que a mandatária, que participou da guerrilha urbana na década de 1970, tornou-se alvo de escárnio de pessoas fascistas que chegaram ao cúmulo da patifaria e da sordidez quando colocaram à venda na internet um adesivo para ser colado nos buracos dos tanques de gasolina dos carros, com a imagem da presidenta de pernas abertas...

Não é necessário fazer mais comentários de como a direita brasileira de alma escravocrata é agressiva, plena de despudor e desprovida de limites éticos, porque se sente incomodada e irada por não controlar a Presidência da República. Para não passar em branco, o obsceno e abjeto adesivo de caráter misógino foi feito em Recife, e, pasmem(!), por uma mulher. Realmente, o bárbaro episódio denota que preconceito, desrespeito e violência não têm gênero ou sexo. Sobre o violento ataque à Dilma, a representante da ONU Mulheres Brasil, Nadine Gasman, disse, em nota: “É ultrajante e extremamente agressiva a apologia de violência sexual contra a presidenta da República, Dilma Rousseff, retratada em adesivos para automóveis, como expressão de misoginia e interpelação dos direitos humanos de mulheres e meninas. Tal episódio se configura como violência política sem precedentes (...)”.

A esquerda no poder realmente incomoda o establishment estatal e privado, que ora se une para combater e derrotar o Governo Trabalhista. Contudo, também é considerado sem precedentes o “sumiço” da procuradora titular do 1º Núcleo de Combate à Corrupção do MPF-DF, Mirella de Carvalho Aguiar, responsável pela apuração preliminar de um suposto tráfico de influência de Lula para privilegiar a construtora Odebrecht. Os advogados do líder político entraram com um pedido de anulação do inquérito criminal na Corregedoria do Ministério Público.

Os advogados de Lula ainda solicitaram a apuração da conduta do procurador Valtan Timbó Martins Mendes Furtado, autor do pedido de abertura do processo de investigação criminal contra o fundador do PT. A reclamação disciplinar foi protocolada no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) no dia 17 de julho. E não é para menos, porque é perceptível a qualquer leigo que acompanhe a política brasileira que as ações dos procuradores Anselmo Lopes e Valtan Timbó tem propósitos visivelmente políticos e partidários.

Lopes e Timbó são acusados de se moverem politicamente no que é relativo a criminalizar as viagens de Lula e por causa disso vão ter suas condutas avaliadas pelo CNMP. O primeiro, de forma rocambolesca e por seu livre arbítrio resolveu se pautar por recortes de notícias do jornal O Globo (sempre este pasquim panfletário, de direita e de oposição histórica aos trabalhistas) e o segundo, Timbó, sai diretamente do 7º Ofício Criminal, que não tem atribuição para tratar do assunto e resolve por conta própria rasgar a Resolução 27 de 2014, que determina que na ausência do procurador titular, no caso a procuradora, Mirella Aguiar, o seu substituto tem de ser membro do mesmo núcleo do MPF, ou seja, do 1º Núcleo de Combate à Corrupção.

É inacreditável que procuradores sem movam por questões políticas, de foro íntimo e passam a intervir inadequadamente na política brasileira em âmbito nacional, ao ponto de esticarem a corda para que a oposição conservadora deste País tenha como alicerces principais de seus ataques as figuras eleitas e que não cometeram crimes de responsabilidade e de corrupção, a exemplo de Lula e Dilma. São verdadeiras estropolias e jactâncias de servidores públicos pagos com o dinheiro do contribuinte.

Lula vai pagar um preço muito alto por ser quem ele é. A resumir: um político, assim como Leonel Brizola, que não foi cooptado pela casa grande, portador de dezenas de milhões de votos de cidadãos brasileiros e ideologicamente socialista e trabalhista, além de ser um dos favoritos a vencer as eleições presidenciais de 2018, e, consequentemente, sentar pela terceira vez na cadeira destinada aos presidentes no Palácio do Planalto, que a burguesia pensa que é dela, pois, desatinada, pensa que o Brasil foi construído por intermédio de gerações para servi-la. Ledo engano. O povo brasileiro mostrou algumas vezes que é o contrário, no decorrer da história. Ponto.

O problema desses procuradores e promotores é que, sem generalizar, a maioria não estudou história ou a leu de forma constante e desprovida de preconceitos. Esses homens e mulheres são burocratas, técnicos em Direito e muitos deles viveram desde cedo em ambientes distantes das necessidades e realidades do povo brasileiro. Afirmo, sem medo de errar, que falta sensibilidade social e conhecimento dos meandros e dos bastidores da política, dos partidos e principalmente de como funcionam, atuam e agem as grandes redações controladas pelos magnatas bilionários de imprensa.

Lula tem toda a razão de se defender e buscar reparação ao que é injusto e de caráter político e eleitoral. Os ex-presidentes, inclusive Fernando Henrique Cardoso — ídolo inimputável e inconteste da direita brasileira — viajam e fazem propaganda de seus países e de suas empresas, bem como criaram seus institutos. A verdade é que as forças populares do Brasil enfrentam uma situação de muito difícil, porque os conservadores se mobilizaram e vão fazer de tudo para não perderem, em 2018, a quinta eleição presidencial consecutiva. Lula tem força política, mas tem de se defender, com a participação sistemática do PT e dos movimentos sociais. A verdade é que os procuradores de oposição perseguem Lula e se baseiam em notícias dos magnatas bilionários de imprensa. É isso aí.

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