sábado, 26 de setembro de 2015

Conheça o único deputado tucano que não perdeu a vergonha na cara.

tucano sério

O tucano paulista Samuel Moreira da Silva Junior teria tudo para ser apenas mais um componente do dito “baixo clero” da Câmara dos Deputados. Eleito deputado federal no ano passado, foi deputado estadual por dois mandatos – eleito em 2006 e em 2010. Em 2013, foi eleito presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo.
Nascido em fevereiro de 1963 em Governador Valadares (MG), cresceu na cidade paulista de Miracatu, na região do Vale do Ribeira. Engenheiro Civil formado pela Universidade Santa Cecília, em Santos (SP), iniciou a vida profissional na antiga Superintendência de Desenvolvimento do Litoral Paulista (Sudelpa).
No final dos anos 1980, ingressou na Sabesp, empresa na qual ocupou cargos de gerência e foi superintendente em Registro, também no Vale do Ribeira.
Foi prefeito de Registro por dois mandatos consecutivos (1997 a 2004). Em 2005, convidado pelo então prefeito de São Paulo, José Serra, Samuel Moreira assumiu a Subprefeitura de São Miguel Paulista, bairro da Zona Leste da Capital com cerca de 400 mil habitantes.
O que há de especial com Moreira da Silva Junior? É o seguinte: dos 51 deputados federais do PSDB que analisaram vetos presidenciais nesta semana, 50 votaram a favor de derrubá-los. O único dissidente foi ele, que pediu permissão aos colegas para defender as ideias que eles abandonaram.
O PSDB não pode se descaracterizar. É possível fazer oposição sem ser irresponsável com as contas públicas
Anteriormente, Moreira da Silva havia votado a favor do fim do fator previdenciário e de outras pautas-bomba com que PSDB e setores do PMDB têm fustigado o governo Dilma. Porém, atitude recente desse parlamentar revelam que se votou errado e incoerentemente, teve coragem de enfrentar seu partido em peso em prol dos interesses do país.
O tucano justificou sua posição afirmando que é preciso distinguir a oposição à presidente Dilma Rousseff – incluindo a defesa de seu afastamento – e questões que afetam a sustentabilidade das contas públicas do País.
Impeachment é uma coisa, o futuro da Previdência é outra
Moreira da Silva dá a entender que poderia até ser favorável ao impeachment de Dilma, mas isso não se confunde com fazer o que o PSDB está fazendo, que é sabotar o Brasil de uma forma escancaradamente desavergonhada, inclusive votando contra medidas das quais o próprio partido foi autor quando governou o país, como o fator previdenciário.
Sobre ter votado em maio a favor do fim do fator previdenciário, o tucano explica que “naquele momento” não sabia que o Orçamento de 2016 seria deficitário, mas que, sabendo disso agora, desta vez decidiu não cometer o mesmo “erro político” de “ser contra só porque é uma proposta do PT”.
Não concordo com as posições políticas desse parlamentar, mas não deixa de ser um alívio ver que ainda há uma réstia de oposição responsável neste país.
Uma fala pública de Moreira da Silva mostra como é possível fazer uma oposição dura, mas mantendo a dignidade e a lealdade e pensando, antes de qualquer coisa, nos interesses do país.
Diz o parlamentar tucano:
O PSDB tem feito oposição de forma muito dura, muito firme e convicta. Isso é uma coisa. A outra coisa é a sustentabilidade da Previdência Social, das contas do governo. Outro dia fiz um discurso mencionando que, dos gastos do governo, 71% são custeio e mais de 18% é com pessoal, ou seja, quase 90% do Orçamento. É preciso cortar no custeio. Não posso fazer um discurso assim e depois votar numa questão que pode aumentar o custeio da máquina. Fazer oposição, defender o impeachment é uma coisa, e o futuro da Previdência é outra”.
Por fim, é extremamente eloquente que dos 51 deputados tucanos que votaram os vetos de Dilma às “pautas-bomba”, só esse tenha tido o sentido de compromisso com o interesse público ao ponto de divergir dessa maioria esmagadora de seus pares.
Se esse deputado vier a refletir bem – e parece ser um homem que se permite refletir e que tem coragem –, perceberá que está no partido errado e mudará de legenda. Não que vá para um partido de esquerda. Não é essa a questão. A questão é o caráter do partido em que está.
O PSDB está sabotando o país como se não houvesse amanhã. O país vive uma situação dificílima nas contas públicas. Manter os vetos de Dilma a projetos que não só anulariam o ajuste fiscal já obtido como criariam ainda mais despesas era uma obrigação de qualquer parlamentar responsável.
O que o PSDB fez ao votar quase unanimemente para manter esses gastos irresponsáveis mostra que esse partido é uma ameaça à sociedade brasileira. É capaz de provocar um desastre ao país no âmbito de sua luta insana para retomar o poder.
Provavelmente devo discordar de praticamente todas as posições políticas do deputado Samuel Moreira da Silva, mas não posso deixar de louvar um político que deu uma aula de como se deve fazer oposição responsável.
Aliás, quero dizer que julgo oposição imprescindível para uma democracia. Se exercida com responsabilidade e boas intenções, ajuda o próprio governo e representa legitimamente o setor da sociedade que discorda da maioria. Se tivéssemos uma oposição composta só de pessoas como esse deputado tucano, o Brasil já estaria saindo da crise.
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http://www.blogdacidadania.com.br/…/conheca-o-unico-deputa…/

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O PT nunca morrerá porque ideias são imortais.


igualdade

Não há dia em que a morte “iminente” do PT não seja anunciada. Defecções que o partido vem sofrendo são apresentadas como “provas” do fim da agremiação, ameaçada até de ser posta na ilegalidade – o que, em um país com a história que tem o Brasil, não seria surpresa.
Na semana que finda, oficializou-se a saída a saída do PT do deputado fluminense Alessandro Molon. No mesmo dia, especulou-se sobre a saída dos senadores petistas Paulo Paim (RS) e Walter Pinheiro (BA). Nos Estados e municípios, sabe-se que as defecções vêm ocorrendo.
Não sei se as notícias da morte do PT não estão sendo precipitadas, como só acontece com as mortes anunciadas, mas, por certo, fica difícil não especular sobre a possibilidade ante a guerra de aniquilação de que o partido é alvo.
Coloquei-me, então, a pensar na possibilidade de o PT deixar de existir. Suponhamos que todos saíssem do partido. Que não sobrasse mais ninguém. A culpa seria jogada na sigla e os que fizeram parte dela, agora reabilitados, alçariam novos voos.
O que colocaríamos no lugar do PT? Sim, porque não existe nenhuma corrente política com ideias semelhantes.
Quais são as ideias do PT? Acima de tudo, o PT não tem ideias; o PT É uma ideia.
Talvez, até, um estado de espírito ou uma forma de ver o mundo. E essa forma de ver o mundo se traduz nas políticas públicas adotadas pelos governos do partido que, a meu juízo, acima de tudo estão na base da ojeriza que as classes médias desenvolveram por ele.
As cotas “raciais”, por exemplo. Eis um exemplo de política pública exclusivamente petista e que enfurece até setores da esquerda. Todavia, poucas vezes o Brasil teve uma política pública mais de esquerda e que promovesse tanta justiça social em um setor tão vital quanto o ensino superior.
Sempre digo que uma das políticas do PT que mais o indispuseram com a elite foi fazer justiça no acesso ao ensino superior. Ao tirar vagas da elite e dá-las àqueles que com os filhos dela competiram em condições injustas, o PT conseguiu inimizades mortais.
Outra ideia legitimamente petista é o programa Mais Médicos. Assim como as cotas, é uma política legitimamente popular, progressista e vital cujos resultados têm se mostrado incontestavelmente benignos.
Não há um só relato sério de mau atendimento pelo Mais Médicos. A abrangência do programa é amplamente reconhecida. Dezenas de milhões de brasileiros que não dispunham de acesso à medicina, hoje estão sendo atendidos.
Os recursos alocados no Bolsa Família são outro fator que torna o PT indigesto ao impensável para setores da sociedade que nunca haviam visto tantos bilhões serem entregues aos pobres e miseráveis sem que eles nada tivessem que dar em troca. Nem mesmo votos!
Ainda assim, há defecções no PT. Marta Suplicy, por exemplo, saiu do PT acusando-o de problemas éticos e foi parar aonde? Justamente na maior reserva moral do país [modo ironia ligado], o PMDB.
Um deputado petista e um senador do PSOL caíram nos braços de Marina Silva. O partido dela, a Rede, é o mesmo que, encrustado no PSB, ano passado, colocou independência do Banco Central no programa da então candidata a presidente.
Ninguém ousará atribuir qualquer risco de “esquerdismo” ao partido de Marina, recém abençoado pela Justiça Eleitoral.
O PSB, aliado ao PSDB de São Paulo e que abrigou o projeto de Marina, ano passado, tampouco oferece à elite o risco de manter cotas, Mais Médicos ou de continuar fazendo o Bolsa Família crescer.
Quanto ao PDT, nem vale a pena comentar.
Restaria o PSOL, mas, além de esse partido fazer pouco das políticas públicas acima elencadas, não tem chance alguma de chegar ao poder porque nem a maioria esmagadora da esquerda dá muita bola a propostas suas como, por exemplo, a de estatizar o sistema financeiro…
Enquanto isso, o PSOL diz que as políticas redistributivas que fizeram a desigualdade cair tanto seriam “migalhas”.
No futuro, quando a análise fria da história abordar o período Lula e Dilma, a forte distribuição de renda que marcou esse período será eloquente sobre as razões que levaram o PT a ser massacrado por aqueles que perderam um pouco para os mais pobres ganharem.
A ideia que o PT representa é distribuição de renda e de oportunidades em um país marcado pela desigualdade. Nunca um partido fez tanto para tornar o país mais justo e, com PT ou sem PT, esse mérito ninguém jamais irá tirar da agremiação que fez do Brasil um país mais justo.
Um eventual e absolutamente hipotético fim do PT não exterminaria uma corrente de pensamento que entende que a única saída deste país é distribuir renda, pois, do contrário, verá ocorrer uma convulsão social de proporções épicas.
Essas pessoas, essa ideia que o PT simboliza, jamais será extinta. Poderá se refundar sob qualquer sigla, mas continuará existindo.
Seus adeptos continuarão acreditando que é possível conjugar o inevitável capitalismo vigente com um processo de distribuição de renda que o partido aplicou e que produziu resultados incontestáveis, queiram a oposição de direita e de esquerda ou não.
O que atrapalhou o PT foi a necessidade de governar em um sistema político em que um presidente não governa sem apoio do Congresso, o que obrigou os governos do partido a apelarem ao que havia de disponível para garantir governabilidade.
A ideia que o PT representa, a visão de mundo e de rumo para o país que o partido simboliza, portanto, é imortal. Destruir o nome sob o qual essa ideia se aglutina não a eliminaria, apenas obrigaria seus adeptos a mudarem de nome.
Dezenas de milhões de brasileiros entendem que a distribuição de renda e de oportunidades é o único caminho para este país avançar. Com ou sem PT, essa corrente de pensamento continuará pensando a mesma coisa.
Ainda se matassem todos os que comungam com a ideia que o PT representa, essa ideia permaneceria escrita em algum lugar. E contaminaria outros idealistas, que se tornariam os novos “petistas”, fosse qual fosse o nome que dessem a si mesmos.
Ao fim, quero repetir no Blog o que postei nas redes sociais. Se o PT tiver sorte, será abandonado por todos os oportunistas caras-de-pau que permaneceram gostosamente na sigla enquanto era confortável.
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