sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Utramig abre seleção de professores e profissionais de apoio para cursos do Pronatec.


Abertura do programa no segundo semestre disponibiliza cerca de mil vagas para alunos em 11 municípios de Minas Gerais.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais (Utramig) vai selecionar 10 profissionais de apoio acadêmico e 50 professores para reforçar os cursos de qualificação do Pronatec em Minas Gerais. O credenciamento começou dia 31/8 e vai até dia 15/9. Programados para este segundo semestre de 2015, os cursos irão abrir cerca de mil vagas em 11 municípios.
O edital de seleção foi publicado na edição do dia 27/8 no Diário Oficial do Estado. Os documentos exigidos para o credenciamento às vagas deverão ser entregues até o dia 15 de setembro.
O candidato de Belo Horizonte ou da Região Metropolitana poderá fazê-lo na sede da Utramig, na Avenida Afonso Pena 3400, bairro Cruzeiro. Já os candidatos residentes em cidades do interior de Minas Gerais ou de outros estados devem enviar a documentação por correspondência, registrada com AR.
Regras de seleção.
O credenciamento de professores será feito a partir da demanda de conteúdo básico e conteúdo específico para cada um dos 27 cursos pactuados com o Pronatec. Do profissional é exigida aptidão para ministrar todas as disciplinas que compõem o conteúdo do curso para o qual foi selecionado.
Os cursos de qualificação Pronatec/FIC possuem, obrigatoriamente, duração mínima de 160 horas, sendo que os oferecidos pela Utramig variam entre 160 e 240 horas. Esta carga horária possibilita ao profissional rendimentos entre R$ 8 mil e R$ 12 mil pelo período contratado. O valor a ser pago para professores será de R$ 50 a hora/aula.
Apoio acadêmico.
Ao técnico de apoio acadêmico a remuneração é equivalente a R$ 850 mensais para uma rotina de trabalho de 20 horas/semanais. Compete ao profissional apoiar a gestão acadêmica e administrativa das turmas, bem como a atuação conjunta com professores e acompanhamento das atividades e frequência dos estudantes.
Seleção e resultado.
A seleção será feita por meio de um sistema de pontos a partir da análise do currículo e dos documentos comprobatórios de experiência profissional, docente e complementar. O candidato será considerado habilitado se atingir a pontuação mínima indicada no edital. Os resultados serão publicados no endereço eletrônicowww.utramig.mg.gov.br no dia 21 de setembro.
Cursos.
Os cursos do Pronatec/FIC (Formação Inicial e Continuada), para os quais serão contratados os professores e profissionais de apoio acadêmico, são destinados aos trabalhadores (ocupados ou não, remunerados ou não, além de autônomos) e beneficiários titulares ou dependentes dos programas federais de transferência de renda, tais como o Bolsa Família.
As pré-matrículas serão realizadas nas unidades municipais correspondentes, responsáveis pela execução do Pronatec, geralmente Sine, Cras e secretarias municipais.
O início das aulas está previsto para outubro. Além de Belo Horizonte, os cursos serão ministrados em Betim, Brasilândia, Caratinga, Natalândia, Pains, Paraopeba, Sabará, Três Marias, Uberlândia e Virgem da Lapa.
Com número de vagas oscilando entre 15 e 30, os cursos ofertados contemplam diversos eixos tecnológicos. Atende a áreas como Ambiente e Saúde; Produção Cultural e Design; Informação e Comunicação; Gestão e Negócios; Infraestrutura; Desenvolvimento Educacional e Social; Produção Alimentícia; Recursos Naturais, Controle e Processos Industriais; e Turismo, Hospitalidade e Lazer.
vagaspronatec
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Participação social é discutida na 8ª Conferência Estadual de Saúde.


Encontro debateu a saúde pública no Estado, sendo também uma oportunidade de produção de propostas de políticas públicas para o SUS.
O segundo dia da 8ª Conferência Estadual de Saúde de Minas Gerais, em Belo Horizonte, no Expominas, abriu espaço para que o público presente participasse com as suas percepções, ideias e experiências sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), durante a 2ª Mesa de palestras realizada nesta terça-feira (2/9).
Com o tema Participação Popular, o encontro debateu a saúde pública no Estado, sendo também uma oportunidade de produção de propostas de políticas públicas para o SUS os próximos quatro anos (2016-2019).
A médica e coordenadora da Associação Latino Americana de Medicina Social e Saúde Coletiva e Conselheira do Conselho Nacional de Saúde, Ana Maria Costa, apresentou a importância das relações entre movimentos sociais e governos.  “As sociedades são a base do Estado e são os cidadãos que constroem a saúde. A mudança de um reflete no outro”, disse.
Ana Maria Costa também incentivou que as pessoas comecem a pensar na saúde em um contexto mais amplo, lutando pelos direitos da saúde previstos na Constituição Federal para que o Brasil consolide cada vez mais a saúde. “A participação popular deve ser construída com a formação política e crítica, garantindo assim o poder popular. Perseguir a construção e o interesse público da saúde com a participação popular é o caminho pois é necessário conversar sobre a saúde que queremos e que atenda ao coletivo”, afirmou.
O professor do Instituto de Psicologia da Universidade Federal da Bahia e Coordenador do Laboratório de Estudos vinculados à saúde mental, Marcos Vinicius de Oliveira, afirmou que o campo da saúde é uma escola de aprendizado da democracia social e que a luta pela saúde é um espaço para a participação social. Esta conferência estadual de saúde é mais um processo de democratização. A luta pela saúde é mais um espaço para participação social”, disse.
Representando os diversos públicos presentes no evento, a representante do movimento quilombola, Clessiane Ferreira, destacou a participação dos diversos segmentos presentes na conferência. “A união de todos é muito importante e necessária. Com a participação de todos é que uma saúde de qualidade irá chegar a todos os movimentos”, disse.
Participante da conferência municipal e também presente na conferência estadual, a representante do município de Ouro Preto, Laura Muller atua também como doula no município, dando apoio as gestantes da cidade. Laura trouxe para a conferência a realidade de sua região. “São muitos os assuntos que refletem o acesso ao SUS. Espero que eu possa fazer a diferença neste momento da construção das políticas de saúde”, afirmou.
Diversidade.
Além dos representantes de diversos municípios mineiros, a conferência conta com a presença de outros movimentos sociais como indígenas, trabalhadores do campo e pessoas com necessidades especiais. A 8ª Conferência Estadual de Saúde de Minas Gerais termina nesta sexta-feira (4/8), dia em que serão eleitos as delegadas e delegados para a 15ª Conferência Nacional de Saúde, em Brasília-DF.
Foto: Gilson de Souza
Fonte: Agência Minas 
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Minas terá quase 108 mil estudantes na segunda etapa da Olimpíada Brasileira de Matemática.


As provas da segunda fase serão realizadas no sábado (12/9). O resultado será divulgado no site da Obmep no dia 27 de novembro.
Ao todo, 107.561 mil estudantes mineiros garantiram presença na segunda etapa da edição deste ano da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). Eles se destacaram na primeira etapa da competição e representarão o Estado na segunda fase, que será realizada no dia 12 de setembro.
Ao todo, classificaram-se para a segunda fase 888.822 alunos de 42.311 escolas públicas de todo o país. Confira aqui a lista dos estudantes classificados para a segunda fase.
As provas da segunda fase serão realizadas no sábado (12/9), às 14h30 (horário de Brasília). Serão três horas de prova. O teste será composto de seis questões dissertativas, nas quais os alunos devem explicar (escrevendo) como chegaram ao resultado e expor o raciocínio utilizado.
A prova será realizada em mais de nove mil centros de aplicação organizados diretamente pelo Impa, que também cuida de todo o processo de correção nesta fase (em um primeiro momento, é feita uma correção regional e depois as provas são corrigidas por um grupo de professores que se reúnem no Rio de Janeiro para isso).
O resultado será divulgado no site da Obmep no dia 27 de novembro. Serão premiados 6.500 alunos com medalhas (500 de ouro, 1.500 de prata e 4.500 de bronze), além de menções honrosas.
Os alunos medalhistas na competição serão convidados pelo Impa a participar do Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC), a ser realizado em 2016, com direito a uma bolsa-auxílio do CNPq no valor de R$ 100 por mês (R$ 1,2 mil por ano).
Na primeira fase da Obmep, Minas Gerais foi o segundo estado brasileiro com o maior número de alunos inscritos na Obmep. Do total de 17.970.745 inscritos de todo o país, 1.889.666 são mineiros. Esses estudantes estão distribuídos por 4.569 escolas públicas de 850 municípios. O primeiro lugar ficou com o estado de São Paulo que teve 3.373.019 alunos e 5.847 escolas de 645 municípios inscritos na competição.
Competição.
A Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas é dividida em três níveis. O primeiro é composto por estudantes do 6º e 7º anos do ensino fundamental. No segundo, fazem as avaliações alunos do 8º e 9º anos do ensino fundamental. Já o 3º nível é composto por estudantes do ensino médio.
Criada em 2005, a Obmep busca estimular e promover o estudo da Matemática entre os alunos das escolas públicas, além de contribuir para a melhoria da qualidade da educação básica. A competição busca estimular e promover o estudo da Matemática entre os alunos das escolas públicas, além de contribuir para a melhoria da qualidade da educação básica.
A competição é promovida pelos ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia e é realizada pelo Instituto Nacional de Matemática Aplicada (Impa) e pela Sociedade Brasileira de Matemática (SBM).
Imagem: Google imagens
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Fórum Regional Metropolitano tem primeira rodada em Contagem.


Começou na manhã desta quinta, 3, a primeira rodada do Fórum Regional de Governo do Território Metropolitano, que abrange 90 municípios. A etapa ocorre em Contagem e tem objetivo de ouvir a população para orientar os planos de ações governamentais para Minas Gerais. O governador Fernando Pimentel fez a abertura da rodada, ao lado de diversos secretários de Estado, o prefeito de Contagem, Carlin Moura, parlamentares e representantes do movimento social.
O Território de Desenvolvimento Metropolitano concentra 40,8% do PIB total de Minas Gerais. A região tem a 4ª menor taxa de proporção de indigentes, ou seja, 23,4% pessoas estão em estado de pobreza. 52,2% da população não têm o fundamental completo. O Território representa a 3ª menor taxa de mortalidade infantil do estado. Mas tem a maior taxa de homicídios em Minas, tornando a segurança uma das principais preocupações da população.
À tarde, as Secretarias estaduais de Governo, Planejamento e Gestão fazem apresentação e esclarecimentos sobre o funcionamento dos Fóruns e como a população deverá participar, seguido de debates.
Os participantes deverão utilizar o Formulário de Diagnóstico Territorial para registrar os problemas e demandas do lugar em que vivem. Ele deverá ser preenchido e enviado para o e-mail participa@planejamento.mg.gov.br ainda antes da 2ª rodada em seu Território. As instruções para o preenchimento correto estão no próprio documento que poderá ser acessado em
Foto: Nilson Ribeiro/PTMG
Com informação da Agência Minas
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PF encontra novas provas para incriminar Anastasia.


Na última semana, o procurador da república, Rodrigo Janot, pediu o arquivamento do caso por falta de evidências.
A Polícia Federal enviou ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, documentos que supostamente trazem novos elementos que incriminam o senador e ex-governador de Minas Antonio Anastasia (PSDB). Investigado pela Operação Lava Jato, o tucano viu, na última semana, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedir o arquivamento das apurações contra ele. O pedido ainda está sendo analisado.
Corre contra Anastasia a suspeita de recebimento de propina no valor de R$ 1 milhão. A PF pede então o não-arquivamento do inquérito e a continuidade das investigações sobre o senador.
O material enviado pela PF partiu de uma denúncia feita por uma ex-funcionária do governo tucano, em que descreve uma residência na qual um dos mensageiros do doleiro Alberto Youssef teria feito um pagamento em dinheiro a um político. A suspeita é que se trate do ex-governador mineiro.
A denúncia relaciona o endereço descrito pelo ex-policial federal e operador do doleiro Youssef, Jayme Alves de Oliveira, para entregar o dinheiro a uma pessoa “parecida” com o Anastasia.
Com base no relato, a investigação identificou que, naquele ano, o imóvel era ocupado por um servidor público, falecido em 2013, que trabalhou na Assembleia de Minas e no gabinete de um deputado da base de Anastasia. A PF também descobriu que os antigos donos do mesmo imóvel eram integrantes do grupo de sustentação política do senador.
Segundo reportagem do jornal “Folha de S. Paulo”, a denunciante trabalhou na secretaria de Planejamento do governo de Minas Gerais, ainda na gestão tucana, encerada em 2014.
O ministro Zavascki, após a chegada de novos documentos enviados pela PF ao Supremo, deu vista ao caso novamente ao Ministério Público.
Mesmo depois do pedido de Janot, o caso ainda não foi arquivado porque é necessário que Zavascki faça um despacho. Janot argumenta que as declarações do operador de Youssef não foram confirmadas, porém afirma que, se no futuro surgirem novos dados, isso permita que as apurações sejam retomadas.
Fonte e imagem: Agência PT de Notícias, com informações do jornal “Folha de S. Paulo”
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A atualidade da banalidade do mal, pela deputada federal Maria do Rosário.


Ao analisar a personalidade de Adolph Eichmann, Hannah Arendt apontou, para o assombro de muitos, que este que havia colaborado para a morte de milhares de pessoas tratava-se não de um facínora, mas uma figura mediana, um burocrata que cumpria regras. Em um Estado que igualava o exercício do homicídio ao mero cumprimento do dever, o mal era banalizado. Agentes deste mesmo Estado tiravam vidas sem pesar, e a sociedade como um todo fechava os olhos para o que estava a sua frente. Qualquer semelhança com nossa realidade não é mera coincidência.
Não há um só dia no Brasil em que não estejamos diante de situações violentas, sejam elas relatadas nos meios de comunicação, ou vivenciadas diretamente em nosso meio social. No entanto, a comoção nacional se esvai no esquecimento midiático que só não é maior do que a inoperância e irresolutividade dos órgãos de segurança e do sistema judicial. Recordamos muitas situações que mobilizaram a atenção nacional, com legitimidade sem dúvida, pois toda vida ceifada é digna de nossas lágrimas. Muitas outras situações sequer foram pautadas pelos veículos de comunicação. Diante do imobilismo do Estado brasileiro em todas as esferas, a violência torna-se uma massa disforme e cinzenta a amortecer consciências.
E no cenário em número de vítimas supera o de regiões em guerra no mundo, o esquecimento de seus rostos é o maior cúmplice da impunidade direta destes crimes, e contribui para a continuidade de sua ocorrência em território nacional. Como é possível o esquecimento de que Cláudia Silva Ferreira foi arrastada pelas ruas do Rio de Janeiro ou dos 29 mortos em chacina em Nova Iguaçu? As chacinas do Cabula, Osasco e Barueri não exigem de nós indignação e atitude?
O assassinato do conselheiro do Instituto Chico Mendes, Raimundo dos Santos, no Maranhão, nesta semana, inscreve-se como crime de extermínio, ao lado daqueles praticados contra Maria do Espírito Santo e seu esposo, no Pará, Manoel Matos, na Paraíba, do próprio Chico Mendes, no Acre, Irmã Dorothy Stang, no Pará, e tantos outros. Perdoem os meus próprios esquecimentos…
São tantos que foram mortos e muitos mais, já sem identidade, acorrentados aos postes Brasil adentro, que o horror maior é que não cause mais horror em nossa sociedade. Esse amortecimento é a própria difusa banalização da violência, sobretudo diante de vítimas com vida e morte marcadas por suas origens de classe, cor e local de moradia.
Em todo este quadro o viés mais grave, para além da omissão, é o da atuação de agentes públicos responsáveis por fazer cumprir a lei, quando atravessam a barreira desta, e praticam o crime usando o manto do Estado como proteção. Em recente entrevista à BBC, o sociólogo e coordenador do Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP, Sérgio Adorno, utilizou o termo ‘ciclo de vinganças’ para definir o processo em que, em um local de vulnerabilidade, disputa de território e comando do crime organizado, um policial é assassinado, e como resposta setores da corporação executam moradores do entorno, de forma muitas vezes aleatória.
Suspende-se, assim, o Estado Democrático de Direito para os suspeitos de serem autores de algum tipo de delito, e instaura-se o Estado de Terror para as famílias e comunidades inteiras que não sabem quem serão as próximas vítimas.
Esse terror coloca em xeque as instituições, como mostra pesquisa nacional do Datafolha de julho deste ano, que aponta que 62% da população têm medo da Polícia Militar, e 53% temem agressão de policiais civis. Distante da lógica da eficiência deste regime do medo está o dado que aponta que 91% dos entrevistados também temem ser vítima de violência por parte de criminosos, e 81% temem ser assassinados. Ainda segundo a pesquisa, 52% da população têm algum parente ou conhecido vítima de homicídio.
O exemplo mais grave desta situação é que nossos adolescentes e jovens são as maiores vítimas da violência. Em 2012, 56 mil pessoas foram assassinadas. Destas, 30 mil eram jovens entre 15 e 29 anos e, desse total, 77% são negros. O extermínio da juventude negra é uma marca de dor na vida de milhares de famílias brasileiras e uma vergonha para o país. Revela que a intersecção entre o racismo estrutural e a opressão de classe ainda permeia a sociedade brasileira. Infelizmente, essa não é uma realidade nova.
Deve ser objeto de extrema preocupação de cada um de nós a curva ascendente dos homicídios no país, as reiteradas chacinas, a alta letalidade nas operações policiais – em especial nas realizadas em favelas e territórios de periferia que vitimam a população local e os próprios policiais envolvidos –, as rebeliões com mortes violentas em presídios superlotados e as denúncias contínuas de casos de tortura.
Em um cenário de alta letalidade por parte das polícias, os profissionais desta área também tornam-se cada vez expostos à morte. Ou seja, o modelo de segurança pública no país não cumpre o fundamental: preservar vidas humanas.
O problema é profundo e complexo, e não será superado por meio de soluções simples. A reforma institucional das polícias do pós-ditadura não aconteceu. Nunca enfrentamos a lógica do combate ao “inimigo do Estado”, que tem justificado toda sorte de atrocidades por seus agentes, e que segue regendo a relação entre as polícias e a sociedade. Exemplo disso são os autos de resistência, que também podem ser chamados de uma vergonhosa licença para matar.
O combate à impunidade também é fundamental. O recente levantamento do Núcleo de Estudos sobre Violência (NEV) da Universidade de Brasília (UnB) aponta que apenas oito em cada 100 homicídios cometidos no Brasil são resolvidos. Nos Estados Unidos, o índice é de 64% e na Alemanha, de 96%. Tal dado alarmante precisa ser resolvido e exige polícias inteligentes, bem formadas para investigação, mas também a autonomia e valorização das perícias oficiais criminais. De que adianta o contínuo aumento de penas em voga da Câmara dos Deputados se os culpados seguem sem ser localizados, julgados, e punidos?
Dados do Escritório sobre Drogas e Crimes da ONU apontam que 70% dos homicídios no Brasil são praticados por armas de fogo, indicando que a alta circulação destas armas é um dos principais propulsores de números tão alarmantes. Apesar disso, testemunho na Câmara dos Deputados inúmeras tentativas de deslegitimar o controle de armas no país, revogando pontos importantes do Estatuto do Desarmamento e indo na contramão das medidas necessárias para o real enfrentamento à violência.
A solução efetiva para a segurança pública está na qualidade do serviço prestado, na capacidade e condições efetivas de trabalho dos profissionais e não na disseminação de armas, que acabam abastecendo o crime e muitas vezes são utilizadas por ele. Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada identifica uma correlação entre o recolhimento de armas determinado pelo Estatuto e a diminuição em 12,6% na taxa de homicídios do país, em 2013. Reino Unido e Austrália diminuíram significativamente os homicídios após aprovarem leis mais rígidas de circulação de armas.
A superação da política de guerra às drogas, falida em todo o mundo, e de encarceramento em massa, também é de suma importância para reduzirmos a violência, principalmente nas favelas e periferias, e garantirmos a reinserção real dos que cometeram algum tipo de delito.
É fundamental a existência de um plano nacional de metas para a redução imediata dos homicídios, em articulação entre o governo federal e os governos estaduais e atuação constante em prol do respeito ao direito a vida de todos os brasileiros e brasileiros, entendo que uma segurança pública cidadã e respeitadora de direitos humanos é a melhor forma de garantir de modo efetivo a redução da violência e é em si um direito humano.
É preciso fortalecer o papel de indução e qualificação da gestão das políticas públicas de segurança por parte da União, aos moldes do que ocorre com os Sistemas Nacionais de Saúde, Assistência Social e Educação e tantos outros. O Governo Federal precisa passar a gerir um sistema de dados, bem como centralizar o processo formativo e de controle das polícias, e potencializar a criação de uma rede nacional de Ouvidorias Externas em todos os estados.
Perpetuar atitudes violentas, disseminar armas, recrudescer leis penais são soluções ilusórias que somente aprofundam uma cultura de violência e contribuem para a banalização deste mal entre nós. Precisamos urgentemente disseminar uma cultura de paz, de cidadania, de respeito aos direitos humanos de cada indivíduo.
Não há, nem jamais houve uma oposição entre aqueles que defendem direitos humanos e as forças de segurança pública. Valorizo o trabalho dos bons policiais civis e militares, do mesmo modo que exalto o valor dos policiais federais e rodoviários federais, nossos parceiros constantes no enfrentamento ao tráfico de pessoas, a exploração sexual de crianças e adolescentes e aos grupos de extermínio.
A crítica firme que fazemos é ao rompimento de uma barreira que deve ser intransponível para o bem de todos: a atuação de servidores da segurança pública que utilizam do abuso de autoridade, do uso desproporcional da força e misturam-se às redes criminosas das milícias e grupos de extermínio. Não correspondem à maioria, mas são danosos às corporações, pois traem a confiança da sociedade, do Estado, a lei e seus próprios companheiros de farda.
Qualquer reforma séria da segurança pública passa necessariamente pela valorização e proteção dos policiais que exercem sua profissão de maneira digna e honrada e pela punição e responsabilização dos que cometem excessos e abusam do poder que lhes é delegado pelo Estado brasileiro. Por isso mesmo devemos aprovar o marco legal que estabelece o fim dos autos de resistência e as propostas que garantem autonomia e independência da perícia.
Sabemos que, por trás de cada uma das vítimas, está um nome, uma história, uma família. Cada vítima fatal deixa uma família, pais e mães choram suas perdas, filhos crescem sem pais, sonhos se desfazem. A vida nestas famílias jamais será a mesma. Enfrentar essa situação com realismo, planejamento e articulação é essencial para o Brasil. Se estas questões não estiverem no centro das políticas governamentais, não forem compreendidas pelos responsáveis pelos meios de comunicação em massa e pela sociedade como um todo, não restarão valores humanos em pé diante banalidade do mal da nossa época.
Por Maria do Rosário, deputada federal (PT-RS).
Fonte: Agência PT
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Encontro Regional Metropolitano.


O presidente Nacional do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão participará nessa sexta -feira (04), do Encontro Regional Metropolitano do PTMG que vai acontecer na cidade de Ribeirão das Neves às 17h.
As reuniões que acontecem todo mês são promovidas pelo diretório estadual do PT e reúne presidentes dos diretórios municipais, secretários, prefeitos e vices da região Metropolitana de Bh (RMBH).
A primeira reunião aconteceu no mês de março na sede do diretório e reuniu representantes das cidades de BH, Betim, Ribeirão das Neves, Contagem, Santa Luzia, Nova Lima, Ibirité, Sabará e esmeraldas.
Serviço:
Dia 4 de setembro
Horário: 17h
Local: Clube Minas Gerais – Avenida Sete de Setembro, 320, Justinópolis – Ribeirão das Neves
Aberto ao público

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