segunda-feira, 18 de abril de 2016

Derrotas não são eternas. Resistir sempre!


A manobra capitaneada pelo PMDB de Eduardo Cunha e Michel Temer foi vitoriosa. O pedido de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff foi aprovado pela maioria dos deputados na Câmara. O processo agora irá para o Senado, onde se dará prosseguimento ao rito de deposição de Dilma.

O caráter extra-legal do impeachment  é nítido. Exemplo foi que a esmagadora maioria das declarações de voto dos deputados favoráveis evocaram motivos completamente alheios as duas denúncias que formalmente geraram ao pedido de impeachment. Deus e a família foram mais citados que as tais "pedaladas fiscais", deixando escancarado  o tom farsesco de todo este processo.


A motivação exclusivamente política, alheia a Constituição é tão evidente, que somente com uma boa dose de eufemismo e demagogia para sustentar ao contrário. O caráter golpista deste processo é difícil de ser mascarado.

A sanha com que virá o bloco conservador que promove esta usurpação da presidência será assustadora. Não terão pudores de cometer toda a sorte de arbitrariedades para dar vazão a todos os anos de ressentimento e recalque acumulado frente as indesejáveis políticas de inclusão social promovida pelos governos petistas. O expediente da repressão e da perseguição, pura e simples, não é descartada, como algumas declarações de parlamentares deixam entrever.

A ilegitimidade de um eventual governo Temer é tamanha que não permite a este bloco, fragilmente formado em torno de Cunha e Temer, ter muito tempo para  dar respostas, caso venha a se sagrar vencedor. Ainda que tenham momentaneamente uma condição de  vantagem, sua vitória plena ainda não é assegurada,

Independentemente do resultado final desta batalha, e do posterior e necessário balanço político a ser feito sobre as condições que permitiram esta situação se forjar, o fundamental neste momento é não perder a perspectiva histórica. Não deixar o desânimo frente a uma batalha perdida, ainda mais da forma infame como esta, nos levar a resignação. As derrotas não são eternas. A resistência sim!

Não tenho dúvida que o conjunto de lutadores e lutadoras sociais deste país, a todas e todos aqueles defensores da democracia, não irão vacilar em resistir sempre. Podem nos derrotar, mas não permitiremos que nos aniquilem. A frágil e combalida democracia brasileira terá que ser defendida, a todo o custo.

*

Nenhum comentário: