domingo, 2 de outubro de 2016

Brasileiros vão às urnas pela primeira vez após golpe no país.

Os candidatos aproveitaram a campanha para denunciar o golpe e reafirmar a luta em defesa da democracia.


Muitos candidatos aproveitaram a campanha para denunciar o golpe e reafirmar a luta em defesa da democracia. O caso mais emblemático foi da candidata à prefeita do Rio de Janeiro, Jandira Feghali, que reuniu em seu palanque os ex-presidentes Lula e Dilma, e alertou os eleitores sobre a perseguição que os dois líderes de esquerda sofrem por parte da elite brasileira, que quer acabar com as políticas sociais implementadas nos últimos 13 anos no país.

Na parte prática, os técnicos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirmam que o órgão está com toda a sua infraestrutura de logística montada. Perto de dois milhões de mesários estão treinados para dar início à abertura das eleições.

Maior preocupação

A maior preocupação, de acordo com os magistrados, continua sendo com a segurança de candidatos e eleitores, por causa de homicídios e atentados observados nos últimos dias em Goiás, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro.

Até sexta-feira (30), tinha sido autorizado o envio de tropas federais para 307 cidades em 12 estados, mas há outros pedidos para serem julgados. Além da preocupação com os casos já observados nos três estados, os ministros do TSE externaram preocupação com levantamento feito por veículos de comunicação, com base em registros policiais, segundo o qual 16 pessoas foram assassinadas somente este ano, entre pré-candidatos a vereador e cabos eleitorais.

Os municípios considerados em situação mais preocupante, pelo número de pedidos de aumento da segurança e de casos referentes a atentado observados de maio até ontem foram do Nordeste – em especial dos estados da Paraíba, Ceará, Maranhão, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

Eleitores e candidatos


Dos 144 milhões de eleitores, 46,6 milhões votarão por meio do sistema de biometria, enquanto 97,7 milhões ainda não estão habilitados para uso do sistema.

Também de acordo com os últimos dados do tribunal, estão registradas como candidatos a uma vaga de prefeito para os 5.568 municípios um total de 16.567 pessoas, o que dá uma disputa de 2,98 por vaga.

Em relação ao cargo de vereador, o número de candidatos chega perto de 500 mil (463.376), o que corresponde a oito pessoas concorrendo, em média, a uma vaga (existem 57.943 cargos de vereador sendo disputados).

Não votam neste pleito municipal os eleitores do Distrito Federal e de Fernando de Noronha, onde não há representantes desses cargos, e os que estão cadastrados para votar no exterior, que só escolhem o presidente da República. 
 

De Brasília, com agências.
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Partidos continuam privilegiando candidaturas de homens brancos.



Os três partidos com mais candidatos brancos às câmaras de vereadores este ano são o Novo (90%), o PMDB (60%) e o PSDB (58%).  

A constatação é Grupo de Estudo Multidisciplinares da Ação Afirmativa (Gemaa), da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), que divulgou esta semana levantamento sobre o perfil de gênero e de raça dos mais de 400 mil candidatos pelo país em cerca de 30 partidos.

Ao analisar os dados autodeclarados pelos próprios candidatos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os pesquisadores notaram que os homens brancos e pardos chegam a 66% das candidaturas a vereador, enquanto as mulheres são 33%, margeando o teto obrigatório, que é de 30%. As candidatas brancas estão em vantagem e somam 17%, enquanto as pretas e pardas são 15% – mesmo essas últimas sendo 27% da população, ou seja, um a cada três brasileiros é uma mulher não branca, segundo o Censo 2010 do Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística.

Na disputa às prefeituras, os homens brancos são líderes. Chegam a 58% dos concorrentes, enquanto as mulheres são 12% das candidatas, sendo 8% brancas – duas vezes mais que as não brancas. Os homens pretos, pardos e indígenas também estão em número maior que sua prevalência na população, 29% dos candidatos, mesmo sendo 26% dos brasileiros.

Um dos autores do estudo, o professor do Gemaa, vinculado ao Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Uerj, Luiz Augusto Campos, levanta uma série de hipóteses para explicar a baixa representação de mulheres e de não brancos entre os candidatos. Ele cita a limitação na cota partidária, “que está funcionando como cota para mulheres brancas”, além da falta de apoio dos próprios partidos a candidatos que não sejam reflexo dos seus caciques.

Partidos


A pesquisa do Gemaa também mostra a ausência de candidatos pretos, pardos ou indígenas nos grandes partidos, aqueles com mais recursos e chances de eleger representantes, independentemente do perfil ideológico, de direita ou esquerda. Por outro lado, os partidos com maior concentração de candidaturas brancas são grandes ou médios, ligados a ideias de centro ou de direita.

Os três partidos com mais candidatos brancos às câmaras de vereadores este ano são o Novo (90%), o PMDB (60%) e o PSDB (58%). Na outra ponta, aqueles com o maior número de autodeclarados pretos são o PSTU (37%), o PCB (19%) e o Psol (17%).

“A nossa hipótese é que o nó disso tudo (da sub-representarão de mulheres e de pessoas não brancas entre as candidaturas registradas) está no partido político. Ele é a porta de entrada na política, ele que define quem vai se candidatar ou não. Quando é mais tradicional, de elites mais tradicionais, ele tende a reproduzir esses grupos já constituídos. Quando o partido é novo, tende a estar mais aberto à entrada de outros grupos”, avaliou. “Há aí um componente que expressa viés racial, na inércia das elites desses partidos, para se manterem no poder”, criticou.

Procurado pela Agência Brasil, o diretório nacional do partido Novo disse que é formado por pessoas de todas as classes sociais e que tem dois dos três candidatos mais pobres e o maior número de mulheres disputando uma vaga na Câmara de Vereadores de São Paulo. “O Novo é o único partido aberto a qualquer pessoa, onde qualquer cidadão pode passar por um processo seletivo e ser candidato. Sem ser massa de manobra pelos ditos defensores das minorias”, afirmou.

O PMDB e o PSDB não se manifestaram até a publicação desta reportagem.

Solução


Para garantir a eleição de mais mulheres e de candidatos não brancos, maioria na população, o professor defende cotas mínimas, além da distribuição, de maneira igual e até maior, de recursos para os candidatos com esse perfil.

“O ideal seria uma cota final em que o Parlamento tivesse um percentual mínimo e que as cadeiras fossem distribuídas para esses grupos. Mas isso demandaria mudanças que os políticos, sobretudo as elites dos partidos, não estão dispostas a fazer”.

O professor defende também uma cota partidária com recorte de gênero e raça. “O problema é na porta de entrada. As chances de uma pessoa com esse perfil permanecer na politica se multiplicam depois de eleita uma vez. O viés [racista] não é do eleitor”, disse. 
 

Fonte: Agência Brasil
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Maranhão: O maior projeto eleitoral do PCdoB.



Onda vermelha no Maranhão

A influência política e o êxito do mandato do governador Flávio Dino resultou em um maior alcance eleitoral do partido no estado, com 105 candidatos a prefeitos (o que representa 15,49% dos candidatos em todo o estado), 60 vice-prefeitos, destacados nas 14 das 30 maiores cidades do estado, sem contar as coligações do campo “Flávio Dino”. 

Além disso, o PCdoB reserva a condição de ser o partido com maior número de filiados em todo o estado e aguarda com muita expectativa a vitória em grande parte dos municípios em que disputa a prefeitura e às vagas nas câmaras de vereadores.

De acordo com os dados divulgados pelo jornal O Imparcial, no total de candidaturas registradas, os comunistas vêm com o maior número de nomes que concorrem nestas eleições, são 1562 candidaturas, o que representa 8,86% do total de candidatos no estado. Para se ter uma ideia, o PDT é o segundo maior partido com candidaturas, são 1.062 nomes, ou 6,62% dos postulantes. O terceiro partido, o PSDB, tem 1.049 nomes (5,95%) em disputa. 


Do PCdoB, são 1399 candidatos a vereador no estado, o que representa 8,58% do quantitativo geral. O PDT lançou 954 (5,85%); o PSDB 924 (5,67%) e o PMDB 860 (5,28%).

De longe, a campanha eleitoral no Maranhão é a mais entusiasmada. O segundo maior estado da região Nordeste do Brasil e o oitavo maior estado do Brasil tem mais de 4 milhões e 612 mil eleitores, distribuídos em 217 municípios, conforme dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com isso, os maranhenses representam 3, 148% dos eleitores brasileiros. 

A chamada “onda 65” percorreu em pouco mais de dois meses de campanha, a maioria dos espaços de disputa. Para os comunistas, o êxito nas eleições municipais abonaria uma parceria mais efetiva entre governo do Maranhão e prefeituras, garantindo mais desenvolvimento para todos os maranhenses e em todos os municípios do estado. 

Combate à violência
Entretanto, nem tudo são flores no Maranhão, derrotar mais de 50 anos de oligarquia no Estado em tão pouco tempo não tem sido fácil, e o governador do Maranhão tenta implantar medidas que garantam a liberdade do voto, a paz na campanha eleitoral e principalmente no dia da votação. 


Nas redes sociais, Flávio Dino vem disponibilizando informações sobre as ações de segurança pública e lamenta que “interesses eleitorais se juntem objetivamente ao crime organizado”.

Em uma postagem nas redes sociais ele ressalta: “Tenho reiterado ao sistema de segurança a orientação de garantir autoridade da lei, em relação a qualquer tipo de crime. Não vamos aceitar que facções criminosas imponham sua vontade”.

Mais conciso sobre as eleições, o governador queixou dos ataques violentos ocorridos no estado por facções que atearam fogo em ônibus e escolas nesta quinta-feira (29). “Lamento profundamente que pessoas queiram ganhar eleições impondo pânico e danos à população.”

Após os ataques, Flávio Dino anunciou que “diante da súbita mobilização de facções criminosas visando tumultuar as eleições em São Luís, solicitei forças federais para a Ilha. A atuação conjunta da nossa Polícia com as forças federais vai assegurar o que as pessoas responsáveis desejam: uma eleição em PAZ”.

Flávio Dino também lembrou que “a violência política está diretamente associada ao vale-tudo institucional e à busca desesperada do controle privado de cofres públicos. Não são disputas de projetos políticos, mas sim a luta por cofres públicos como fonte de enriquecimento pessoal. Se no passado tivessem tido vontade e coragem de enfrentar facções criminosas, elas não teriam crescido tanto. Mas estamos corrigindo isso”.


Do Portal Vermelho, Eliz Brandão

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