sábado, 5 de novembro de 2016

Polícia tenta criminalizar MST com invasão em escola.

Policiais de armas em punho contra alunos, educadores e funcionários da Escola Nacional Florestan Fernandes
Policiais de armas em punho contra alunos, educadores e funcionários da Escola Nacional Florestan Fernandes.



O saldo foi de duas pessoas presas levadas para a delegacia e estilhaços de balas letais na área da escola. No momento da confusão, havia 15 crianças no local.

Um dos coordenadores da escola, Paulo Almeida, afirmou no início da tarde ao Portal Vermelho que o ambiente é de tensão entre alunos e educadores mesmo após a saída dos policiais, que se retiraram após ameaçar as pessoas com tiros para o alto e para o chão. 


Entre os presos levados pela polícia está um senhor que é voluntário da escola e tem problemas de saúde. Tanto o senhor quanto a outra voluntária presa foram levados para a delegacia e estão acompanhados de advogados voluntários que estavam em atividade no momento.

Criminalização do movimento social

“Ficamos tristes com essa ocorrência. Não há necessidade, temos endereço fixo, as pessoas sabem o trabalho que fazemos, é uma escola conhecida. Não vamos parar as atividades porque sabemos que isso faz parte da repressão aos movimentos sociais”, declarou Paulo.
O coordenador informou que a violência começou quando se procurou saber dos policiais qual o motivo da abordagem. Segundo Paulo, foi dito que havia um mandato de busca contra uma pessoa que supostamente estaria na escola. Como o mandado era online, a escola exigiu o documento impresso. Neste momento, a polícia começou o tumulto.

Paulo informou que a pessoa procurada não trabalhava na escola e não frequentava cursos no local. “Daí tentaram forçar a entrada e houve resistência. Iam entrar para revistar aluno, educador. Sinceramente, não faço ideia de quem seja a pessoa que estão procurando”, esclareceu Paulo.

Sobre a identificação do comandante da ação, Paulo informou que nao soube quem seria. Disse também não se recordar de ter visto identificação nos policiais. "Eles estavam nervosos, violentos", lembrou.

Educação Popular

A Escola Florestan Fernandes completa 11 anos em janeiro de 2017 realizando cursos de formação voltados para representantes de movimentos e lutas sociais. Circulam por ano no local aproximadamente 5 mil pessoas. Entre os educadores estão voluntários que vêm de diversos estados do Brasil e de outros países. Neste período, a escola conta com representantes de pelo menos 30 países realizando atividades. Havia 15 educadores na manhã desta sexta, entre brasileiros e estrangeiros.

Os cursos continuaram acontecendo normalmente porque a polícia não conseguiu entrar na escola. Segundo Paulo, há uma distância de 130 metros entre a entrada e onde ficam as salas dos cursos. Por outro lado ele afirmou que as crianças, filhas dos participantes dos cursos, ficaram vulneráveis já que o espaço reservado a elas fica próximo à entrada. 



“Fomos surpreendidos com a chegada de aproximadamente umas sete viaturas. A escola é aberta a todos e é de conhecimento público o que fazemos desde os cursos de formação política e cultural ao intercâmbio. Agora, estamos preocupados porque não sabemos se eles estão na região, se podem voltar”, ressaltou Paulo.


Nota de repúdio

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) divulgou nota pela manhã repudiando a ação da polícia: “O MST - Movimento dos Trabalhadores Sem Terra repudia a ação da polícia de São Paulo e exige que o governo tome as medidas cabíveis nesse processo. Somos um movimento que luta pela democratização do acesso à terra no país e não uma organização criminosa”.

Do Portal Vermelho.
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Polícia invade escola a tiros em operação contra integrantes do MST


Bala recolhida pelos membros do MST "Não são balas de borracha", denunciam.

De acordo com os relatos, a invasão na Escola Florestan Fernandes, em SP, ocorreu quando os policiais chegaram em 10 viaturas, sem mandado de busca e apreensão, por volta das 09h25, fechou o portão da Escola e pulou a janela da recepção dando tiros para o ar. Os estilhaços de balas recolhidos comprovam que nenhuma delas eram de borracha e sim letais. Neste momento a policia está em frente à ENFF, recuaram e estão aguardando um mandato de prisão. 


O MST reafirma que repudia a ação da policia de São Paulo e exige que o governo tome as medidas cabíveis nesse processo. "Somos um movimento que luta pela democratização do acesso a terra no país e não uma organização criminosa", reintera a organização social. 

A Escola Nacional Florestan Fernandes é tida como um marco nas conquistas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e reúne em um mesmo espaço cursos de formação para integrantes do MST e de outros setores e entidades ligados ao campo e às lutas sociais.

Prisões são políticas, denuncia advogado 

No Paraná, segundo a imprensa, os alvos da operação da Polícia são integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O advogado do MST no Paraná, Claudemir Lima, denunciou o conteúdo da detenção dos 8 militantes. "Vou participar da audiência de custódia e depois vamos ver o que fazer, mas todas essas prisões são políticas", argumentou.

Um dirigente nacional do MST também está entre os alvos da operação. Eles são suspeitos de participar de "organização criminosa", segundo a polícia. 



Do Portal Vermelho com agências.

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Florestan Fernandes, lutador pela educação emancipadora.


Florestan Fernandes foi um dos mais importantes sociólogos do Brasil 

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