sábado, 5 de novembro de 2016

PTMG repudia a arbitrariedade.


MST tem escola invadida pela polícia civil sem mandado judicial.
O Partido dos Trabalhadores de Minas Gerais repudia veementemente a ação da Polícia que invadiu violentamente, a sede da Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) na manhã dessa sexta-feira (04), em Guararema, na Grande São Paulo. A sede pertence ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Dez viaturas chegaram ao local por volta de 9h30 da manhã, e os policiais derrubaram o portão e efetuaram disparos com armas de fogo, no intuito de aumentar a repressão e assustar os moradores. Uma mulher ficou ferida por estilhaços de bala, conforme relatou João Paulo Rodrigues, coordenador nacional do movimento.
Essa ação faz parte de uma operação da Polícia Civil do Paraná denominada “Castra”, que aconteceu em Quedas do Iguaçu; Francisco Beltrão e Laranjeiras do Sul, no Paraná, além do Mato Grosso do Sul.
O PT de Minas se solidariza com os militantes do MST e exige as providências das instituições competentes contra essa ação arbitrária e ilegal.
Entendemos que essa é apenas mais uma demonstração do “Golpe Continuado” iniciado com a abertura de processo de impeachment da Presidenta eleita Dilma Rousseff, onde as forças conservadoras que tomaram de assalto o poder no país buscam a todo custo cortar direitos e criminalizar os movimentos sociais.

 apoio Lindbergh MST

A ação agressiva causou repúdio nas redes sociais onde muitos parlamentares, artistas, movimentos populares do Brasil e da América Latina, além de movimentos estudantis e centrais sindicais, também se manifestaram contra o ato arbitrário.
    pavel MST  

           apoio MST         

Em nota, o MST denuncia “a escalada de repressão contra a luta pela terra, onde predominam os interesses do agronegócio associado à violência do Estado de Exceção”, e reafirmam que seguiram lutando pelos direito à terra e somando aos que lutam por educação, saúde, moradia, mais direitos e mais democracia.

Confira na íntegra a nota do MST:
Mais Reforma Agrária e fim da criminalização do MST.
Mais uma vez o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é vítima da criminalização por parte do aparato repressor do Estado Paranaense. A ação violenta batizada de “Castra” aconteceu na nessa sexta-feira (04/11/2016), no Paraná, em Quedas do Iguaçu; Francisco Beltrão e Laranjeiras do Sul; também em São Paulo e Mato Grosso do Sul.
O objetivo da operação é prender e criminalizar as lideranças dos Acampamentos Dom Tomás Balduíno e Herdeiros da Luta pela Terra, militantes assentados da região central do Paraná. Até o momento foram presos seis lideranças e estão a caça de outros trabalhadores, sob diversas acusações, inclusive organização criminosa.
Desde maio de 2014 aproximadamente 3 mil famílias acampadas, ocupam áreas griladas pela empresa Araupel. Essas áreas foram griladas e por isso declaradas pela Justiça Federal terras públicas, pertencentes à União que devem ser destinadas para a Reforma Agrária.
A empresa Araupel que se constitui em um poderoso império econômico e político, utilizando da grilagem de terras públicas, do uso constante da violência contra trabalhadores rurais e posseiros, muitas vezes atua em conluio com o aparato policial civil e militar, e tendo inclusive financiado campanhas políticas de autoridades públicas, tal como o chefe da Casa Civil do Governo Beto Richa, Valdir Rossoni.
Lembramos que essa ação faz parte da continuidade do processo histórico de perseguição e violência que o MST vem sofrendo em vários Estados e no Paraná. No dia 07 de abril de 2016, nas terras griladas pela Araupel, as famílias organizadas no Acampamento Dom Tomas Balduíno foram vítimas de uma emboscada realizada pela Policia Militar e por seguranças contratados pela Araupel. No ataque, onde foram disparados mais de 120 tiros, ocorreu a execução de Vilmar Bordim e Leomar Orback, e inúmeros feridos a bala. Nesse mesmo latifúndio em 1997 pistoleiros da Araupel assassinaram em outra embosca dois trabalhadores Sem Terra. Ambos os casos permanecem impunes.
Denunciamos a escalada da repressão contra a luta pela terra, onde predominam os interesses do agronegócio associado a violência do Estado de Exceção.
Lembramos que sempre atuamos de forma organizada e pacifica para que a Reforma Agrária avance. Reivindicamos que a terra cumpra a sua função social e que seja destinada para o assentamento das 10 mil famílias acampadas no Paraná.
Seguimos lutando pelos nossos direitos e nos somamos aos que lutam por educação, saúde, moradia, e mais direitos e mais democracia.
Lutar, construir Reforma Agrária Popular.
Curitiba, 04 de novembro de 2016.
Assessoria de Comunicação PTMG
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Luiz Caetano: A PEC 241 e o futuro jogado no lixo
O congelamento de gastos vai quebrar todos os serviços públicos do país, de saúde à segurança. A saída é a mobilização popular.
A Câmara dos Deputados aprovou, em dois turnos, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, a chamada “PEC da Morte”. E por que “PEC da Morte”? Primeiro, porque ela congela, em 20 anos, todos os investimentos públicos em saúde, educação e segurança, por exemplo. Essa famigerada proposta, além disso, congela, pelo mesmo período, o salário dos servidores públicos, acabando com o aumento real do salário mínimo.
Para se ter uma ideia do desastre, se essa proposta – do governo ilegítimo de Temer – estivesse em vigor desde 2006, o salário mínimo, que hoje é de R$ 880,00, seria de R$ 550,00. Mas a gravidade vai muito além disso.
As estimativas apontam que, daqui 20 anos, a população brasileira vai aumentar em 20 milhões de pessoas. Além disso, em 20 anos, a população de idosos, no Brasil, irá dobrar. Façamos uma conta rápida: 20 milhões de pessoas a mais, o dobro de idosos e o mesmo orçamento em saúde, educação e segurança por 20 anos! Isso é ou não é retirar investimentos e direitos sociais da população? Isso é uma verdadeira barbaridade! Essa PEC é, na verdade, um pecado contra o povo brasileiro. Não haverá recurso para essas pessoas? Como vai ser, Temer?
Na prática, esse congelamento vai quebrar todo os serviços públicos do país. Por isso, povo brasileiro, quando os seus filhos não tiverem mais transporte escolar ou alimentação no colégio, lembrem-se quem votou a favor da PEC 241. Quando vocês ligarem para o 190, para denunciar um crime, e a polícia não tiver viatura para mandar, lembrem-se quem votou a favor da PEC 241. Quando o posto de saúde e o hospital não tiverem esparadrapo, ou não puderem fazer um simples raio-x, lembrem-se quem votou a favor da PEC 241. Quando acabarem a Farmácia Popular e os remédios de graça no SUS, lembrem-se quem votou a favor da PEC 241.
Infelizmente, essa proposta não será barrada no Congresso Nacional. No Senado, a tendência é que a proposta seja, mais uma vez, aprovada com folga. Por isso, é fundamental a mobilização popular. A mobilização tem que ser de fora para dentro. O povo tem que tomar às ruas, as escolas, as universidades, os institutos de educação, as praças, os bairros… Temos, todos nós, ocupantes de cargos políticos e a população em geral, que nos unir contra essa aberração; esse pecado que o governo ilegítimo quer enfiar goela abaixo nos trabalhadores, trabalhadoras, estudantes e aposentados do nosso país.
70% da população brasileira é contra a PEC 241. 74% do povo brasileiro desaprova o governo ilegítimo de Temer. E é exatamente por isso – por ser ilegítimo e não ter sido eleito pelo voto popular – que Temer talvez não entenda que não se combate crise tirando direitos dos trabalhadores, das trabalhadoras, dos estudantes e dos mais pobres. Essa proposta jamais passaria pelo crivo de um processo eleitoral. Só faz isso um governo sem voto e que não tem como prioridade o povo brasileiro. Um governo que joga o nosso futuro no lixo!
Luiz Caetano é Deputado Federal pelo PT da Bahia

Com informações da Agência PT de Notícias

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