A UERJ se recusa a participar do desmonte da educação pública e da saúde pública no estado e no país. Essa é a posição inabalável da nossa universidade. No sábado, 15 de janeiro, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, defendeu em artigo publicado no jornal O Globo um modelo de financiamento privado das universidades públicas do Brasil, baseando-se nos moldes norte-americanos de ensino, usando como exemplo a situação da UERJ, praticamente abandonada pelos governos Federal e Estadual. O artigo gerou incômodo e, rapidamente, especialistas e acadêmicos entraram na defesa do ensino público e de qualidade. É evidente que esta proposta se desdobra da PEC 55: Trata-se de liquidar o ensino superior público, universal e gratuito e sua autonomia pedagógica diante do grande capital. Trata-se de submetê-lo radicalmente ao mercado, sobretudo quando a lei de cotas impõe a presença de 50% dos alunos vindos de escola pública – resumiu o Professor da UFRJ, Carlos Eduardo Martins, em matéria publicada pelo site Justificando. Quanto custa? Segundo Tânia Maria de Castro Carvalho "A folha de pagamento dos docente e técnicos administrativos ativos e inativos é de R$ 80 milhões por mês e a verba para manutenção e custeio de todos os campi da universidade é de R$ 23 milhões." Jandira Feghali participa do abraçaço na UERJ. Foto: Marcelo Rocha / Mídia NINJA A responsabilidade dos pagamentos destinados à universidade é da Secretaria da Fazendo do Estado do Rio de Janeiro, porém, sem previsão de data, a Sefaz diz que “os repasses serão regularizados tão logo haja disponibilidade de recursos em caixa”. Resposta das ruas Servidores, docentes e discentes reagem ao desdém do Estado e contra o sucateamento do ensino público e vão às ruas. Na tarde de ontem, 18, centenas de pessoas caminharam até o Palácio Guanabara, sede do governo do Estado do Rio, para denunciar o descaso do Pezão e exigir o pagamento dos salários em atraso para que a situação possa ser normalizada. São inúmeras pessoas que estão sofrendo com isso. Aluguel, comida, contas a pagar, água, luz, telefone, internet, financiamentos, empréstimos: tudo em atraso! Sem falar nos mais de 9 mil cotistas que dependem desse dinheiro, que era depositado mensalmente para custear seus estudos. É o verdadeiro ataque ao direito à educação, aos pobres, aos professores. Na tarde de hoje UERJ recebeu mais de 4 mil pessoas que foram até a universidade realizar um ato simbólico de solidariedade: um 'abraçaço' na UERJ! Sevidores, professores estudantes, movimentos sociais, incluindo o deputado estadual professor de história, Marcelo Freixo (Psol), e a deputada federal, Jandira Feghali (PCdoB), que lutam para manter os programas sociais estabelecidos nos últimos governos e o caráter público da UERJ. Milhares de pessoas de mãos dadas, fizeram o 'abraçaço' dar duas voltas no campus de 1300 m². O ato pediu a regularização dos salários em atraso e a defesa de uma UERJ pública e de qualidade, dizendo não à possível privatização. "Eu estudo aqui desde 2012, e nunca vi a universidade se mobilizar dessa maneira, é muito significativo ver a comunidade se esforçando pra manter essas portas abertas. E mais ainda pra quem vai entrar que possa ver isso, e possa permanecer com a qualidade histórica da UERJ." - George Torno, 25, coordenador geral do DCE - UERJ. Educação não é mercadoria! |
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