quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Com pacote de reformas, rejeição a Temer sobe para 62%, diz pesquisa.

 


De acordo com a pesquisa, 44% avaliam de forma negativa a administração do golpista, sendo que em outubro eram 37%. Outros 39% consideram regular (eram 36%) e 10% os que avaliam como positivo (contra 15% no levantamento anterior).

A pesquisa revela que a reprovação a Temer cresce desde sua posse, após o golpe contra o mandato da presidenta eleita Dilma Rousseff. Em junho, eram 40% os que reprovavam o presidente, depois subiu para 51% e agora chega a 62%. A aprovação caiu de 34% em junho para 32% em outubro e para 24% na pesquisa deste mês.

Lula

Para tristeza de Temer e aliados, mesmo com o bombardeio diário da factoides, ilações e ataques de ódio, o ex-presidente Lula lidera na pesquisa de intenção de voto espontânea. E, diferentemente de Temer, vem subindo a aprovação de seu nome: de 11,4% para 16,6%, no período.

Com dez pontos percentuais de diferença, aparece Jair Bolsonaro (PSC), que subiu de 3,3% para 6,6%. Todos os demais nomes mencionados na declaração de voto espontânea tiveram queda. Aécio Neves (PSDB), com 2,2%; Marina Silva (Rede), com 1,8%; Michel Temer (PMDB), com 1,1%; Dilma Rousseff (PT), com 0,9%; Geraldo Alckmin (PSDB), com 0,7%; e Ciro Gomes (PDT), com 0,4%.

Lula lidera em todos os três cenários propostos para o primeiro turno, com percentuais de 30,5% a 32,8%. Marina Silva e Jair Bolsonaro aparecem nos três cenários, enquanto Aécio Neves e Geraldo Alckmin são apontados como candidatos do PSDB.

Marina, Bolsonaro, Aécio e Alckmin aparecem empatados tecnicamente, pela margem de erro, em todos os cenários. Marina varia entre 11,8% a 13,9%. Bolsonaro vai de 11,3% a 12%. Aécio varia de 10,1% a 12,1%. Alckmin tem 9,1% no cenário em que seu nome foi apresentado.

Assim como massa de pão, que quanto mais bate, mais cresce, Lula liderou as simulações de segundo turno. Em outubro, ele vencia apenas em uma simulação contra Michel Temer. No levantamento atual, Lula venceria Aécio por 39,7% a 27,5%, bateria Marina por 38,9% a 27,4% e derrotaria Temer por 42,9% a 19%.
 

Do Portal Vermelho, com informações de agências
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Temer quer esconder: desemprego segura os preços e reduz a inflação


 


Temer disse isso para justificar que o desemprego não terá solução tão cedo. Segundo ele, não será com um "passe de mágica", mas "com o combate à recessão econômica", tentando surfar nos dados da “queda da inflação” para dizer que o país está no caminho certo. No entanto, para entrar nos trilhos de vez precisa aprovar o pacote de reformas que o seu governo encaminhou ao Congresso Nacional.

“Até para uma surpresa muito agradável, com alegria cívica que temos, a inflação veio de 10,70 para 6,23 em seis meses apenas. A inflação deste mês de janeiro foi a melhor registrada nos últimos 20 anos. Isso tem que ser levado em conta. Nós temos que considerar estes fatos para que outros fatos eventualmente criticáveis não possam superar aqueles que são positivos para o país”, disse ele. Nos “fatos eventualmente criticáveis” apontados por Temer, inclui-se a retirada de direitos e corte nos investimentos públicos, principalmente nas áreas de saúde e educação.

Porém, ao mesmo tempo em que Temer faz pose de grande estadista em defesa do desenvolvimento, ele reafirma que tudo está no campo das incertezas. Sobre a meta da inflação disse que “é provável que nós consigamos uma inflação, digamos, menor do que aquela de 4,5%, talvez de 4%, quem sabe menos, de inflação”.

Segundo ele, “isso significa uma esperança e uma confiança para os investidores". Coincidentemente, essa retórica foi a mesma utilizada pelo jornal Bom Dia Brasil, da Rede Globo, nesta quarta, floreada com uma reportagem que dizia que a inflação em queda já criava expectativa de geração de empregos.

A estratégia de mídia e de Temer e tentar criar a imagem de um presidente empenhado em combater a recessão. E fica só no discurso, pois segundo especialistas do próprio mercado, o alto nível do desemprego no Brasil vai conter as pressões inflacionárias até 2019, apesar da “esperança de recuperação econômica”.

Ainda segundo economistas, o desemprego contribuirá para que a alta dos preços permaneça em torno do centro da meta oficial neste período.

Fontes citadas pela Reuters afirmam que o principal canal que vai captar esse cenário é o setor de serviços, cuja inflação é mais atrelada ao poder aquisitivo da população, que verá o desemprego subir ainda mais neste ano, para acima 13%, com recuperação lenta em seguida.

"Mesmo que exista retomada, a economia ainda opera muito abaixo da capacidade, o que significa que há muita máquina ociosa e mão de obra desempregada", avaliou o economista-chefe da Votorantim Corretora, Roberto Padovani, em entrevista à agência de notícias. "Não vemos movimento forte o suficiente para o ciclo econômico gerar pressão inflacionária", completou.

De acordo com esses analistas, o excesso de mão de obra ociosa mantém os salários baixos e provoca retomada mais lenta do consumo, o que acaba ajudando a segurar a inflação. Em 2014, o consumo das famílias subiu 2,3%, mas em 2015 já recuou 3,9%, e vem caindo a cada trimestre, chegando em 3,4%, comparado com o mesmo período de 2015.

Diante desse cenário, todos perdem: os trabalhadores, com a redução da sua renda, os empresários com a queda do consumo, e o governo com a queda da rrecadação. Como a conta não fecha, a saída exigida pelo mercado e adotada por Temer é cortar direitos. Com o desemprego elevado, o trabalhador perde o seu poder de pressão por aumentos reais dos salários e, consequentemente, o consumo também cai força a queda sobre os preços.

Mas enquanto o governo repete diuturnamente que o país precisa das reformas para gerar emprego, o mercado estabelece com o governo a lógica para as reformas: é preciso “flexibilizar” os direitos, pois fortes regulações trabalhistas dificultam cortes de salários ou demissões, forçando empresas a aumentar os preços quando custos aumentam.


Do Portal Vermelho, Dayane Santos

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Reforma da Previdência serve apenas aos interesses do mercado.


 


O deputado Cesar Valduga (PCdoB) fez pronunciamento em plenário, na tarde desta quarta (15), sobre o que chamou de “falácia da Previdência quebrada”. O parlamentar demonstrou preocupação com relação à proposta do governo de Michel Temer, que tem maioria na Câmara dos Deputados e Senado, e disse que, se aprovada, a reforma da Previdência resultará numa “verdadeira catástrofe social, ao elevar para 65 anos a idade para aposentadoria, e a exigência de 45 anos de contribuição para ter acesso à aposentadoria integral”.

Valduga falou que mulheres e trabalhadores rurais sofrerão as consequências de forma mais intensa. “Esta proposta é um golpe fatal nos trabalhadores rurais e uma verdadeira afronta às trabalhadoras brasileiras, que além de terem um rendimento 30% inferior ao de um homem ao desempenharem a mesma função, ainda fazem dupla ou tripla jornada de trabalho”.

Com relação aos interesses envolvidos , o deputado afirmou que a reforma servirá, principalmente, aos interesses das empresas de previdência privada. “Observamos, claramente, um esforço profundo do governo Temer em viabilizar mercado para as companhias de previdência privada, assim como tem feito o ministro Ricardo Barros em desmontar o SUS, com vistas a abrir mercado para os planos de saúde privados”, afirmou.

Grandes devedores

A carteira de devedores do INSS acumula R$ 426 bilhões, e não houve esforço em criminalizar a inadimplência de quem deixa de pagar os encargos previdenciários de seus funcionários. São feitos os descontos, mas não são repassados ao INSS. Mais de 63% do furo no caixa do IMSS é referente ao montante dos 3% das companhias devedoras. São 32.224 grandes empresas as que mais devem, num universo de 1 milhão de devedores. Desta dívida, 110 bilhões foram classificados como sendo de média ou alta chance de recuperação.

“A verdadeira reforma é começar a cobrar de quem deve, para não onerar quem paga em dia. Neste sentido, quero crer que a população brasileira não se deixará enganar por peças de marketing, pagas com dinheiro público, que tentam convencer que o errado é o certo”, enfatizou Valduga ao tratar o tema.

Dados incompletos

O parlamentar também questionou os argumentos do Governo, e disse que estão sendo utilizados dados parciais para respaldar a afirmação de que a Previdência estaria quebrada. “Os valores apresentados pelo Governo para provar uma possível quebra da Previdência são maquiados, pois deixam de considerar diversos valores que compõe o escopo da Previdência, como o PIS, PASEP e o COFINS”, explicou.

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