sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Na terra de Lula, até os postes querem votar nele.

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Na semana que finda estive em Recife em visita a filha que foi residir lá em 2014 com sua família por questões profissionais do marido. Em solo pernambucano, descobri um nível de apoio a Lula que explica a viagem do ex-presidente à região.
Contatos políticos que fiz durante a estadia em Recife confirmam a única pesquisa confiável sobre o apoio a Lula em Pernambuco.
Reportagem publicada no UOL em abril deste ano relata pesquisa na qual as intenções de voto do ex-presidente naquele Estado alcançam incríveis 65%, o que explica visita que ele está fazendo à região.
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Lula terá direito a um terceiro mandato no que depender dos pernambucanos. De acordo o Instituto de Pesquisa Uninassau, ele tem 65% das intenções de voto no Estado. Jair Bolsonaro (PSC) e Marina Silva (Rede) aparecem com 6% e Geraldo Alckmin (PSDB), Aécio Neves (PSDB) e Ciro Gomes (PDT) têm 1%.
O levantamento foi feito nos dias 23 e 24 de março, com 2.014 entrevistas em todo o Estado. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro é de 2,2%.
Se for à Pernambuco, sobretudo ao Recife, você vai sentir essa realidade. Nos contatos que fiz por lá, pude obter análises apuradas não apenas sobre a aprovação a Lula em Pernambuco, mas em todo o Nordeste. A onda Lula engolfou a região.
Na última quarta-feira, 23 de agosto, palestrei na Universidade Católica de Pernambuco a convite da instituição. O contato com professores da Unicap me permitiu entender a razão pela qual Lula deve ter um apoio massacrante no Nordeste na eleição do ano que vem.
O Nordeste experimentou o maior crescimento da história durante os oito anos do governo Lula. Pernambuco, em especial, cresceu mais do que qualquer Estado na região ou no país. O povo nordestino sabe por que quer Lula na Presidência de novo.
A odiadores profissionais de Lula que visitarem a capital pernambucana, recomenda-se que permaneçam em Boa Viagem e redondezas. E, assim mesmo, não será uma boa ideia verter antipetismo e antilulismo por lá.
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Enfim, convido você a assistir, no vídeo abaixo, trecho da palestra que proferi na quarta-feira (23) na Universidade Católica de Pernambuco.


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Bairros com merenda escolar racionada votaram em peso em Doria.


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Na semana passada, o jornal Folha de São Paulo denunciou que uma escola municipal da gestão João Doria está marcando as mãos dos alunos que comem a merenda oferecida pela instituição a fim de que não comam mais de uma vez.
Desde o início do mês, quando voltaram as aulas, os estudantes da Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) João Amós Comenius, na Brasilândia (zona norte), recebem uma bolinha ou um risco na mão, feito com um canetão, quando se servem da merenda industrializada. Assim, eles não podem pegar mais.
A avó de um estudante, que preferiu não se identificar, disse que na semana passada o garoto de 11 anos chegou em casa com uma bolinha pintada na mão dizendo que, com ela, não podia mais repetir o lanche. “Ele não costuma comer na escola. Justo no dia que era um lanche que ele gostava, quis repetir e não pôde.”
Na Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) Mestre Jou, no bairro de Nossa Senhora do Ó (zona norte), os alunos não podem repetir qualquer merenda, de acordo com pais de alunos. Segundo o motorista Glauco Raony, 23 anos, o anúncio foi feito pela diretora da escola em reunião de pais realizada no dia 5.
Dória afirma que não proibiu toda a merenda, só a merenda industrializada, mas os pais dos alunos desmentem, como se pode ver no vídeo abaixo.

O mais irônico é que Brasilândia e Nossa Senhora do Ó foram dois dos bairros da periferia de São Paulo que mais votos deram a Doria na eleição do ano passado, conforme a lista do Tribunal Superior Eleitoral da votação nos diversos bairros da capital paulista.
Na Brasilândia, 376ª zona eleitoral, Doria obteve 44,45% dos votos, ou 67.513, Fernando Haddad teve 17,43% dos votos, ou 26.468 votos, Celso Russomano obteve 18,32% dos votos, ou 27.827 votos e Marta Suplicy obteve 13,32% dos votos, ou 20.232 votos.
Já em Nossa Senhora do Ó, na 327ª zona eleitoral, a votação de Doria foi acachapante. Ele obteve 58,67%, ou 45.296 votos; Fernando Haddad obteve 15,48% dos votos, ou 11.950 votos; Celso Russomano obteve 11,09% dos votos, ou 8.558 votos; Marta Suplicy obteve 8,01% dos votos, ou 6.181 votos.
Pelo menos os pais das crianças que estudam em escolas públicas de São Paulo devem estar bastante arrependidos da escolha peculiar que fizeram para prefeito da cidade. E para os que ainda não estiverem arrependidos, não há problema. A gestão João Doria não corre o risco de dar certo.
A popularidade de Doria só não despencou muito, ainda, porque as pessoas resistem a admitir que erraram e a eleição acabou de acontecer. Mas como o prefeito de São Paulo passa o tempo todo viajando pelo país para fazer campanha eleitoral antecipada em vez de administrar a cidade que o elegeu, a população que precisa do Estado vai sentir duramente o resultado da escolha que fez no ano passado.
A dor é uma forma penosa de aprendizado. Porém, extremamente eficiente.
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