quarta-feira, 11 de abril de 2018

A luta continua!

SEBASTIAO MOREIRA (EFE)


Prezado(a) Cezar Canducho,

A prisão política de Lula, no último sábado, dia 7 de abril, e a possibilidade de impedimento de sua candidatura, além da brutal injustiça contra um dos maiores líderes políticos do país, significaria a usurpação do direito de milhões e milhões de pessoas de votarem em Lula presidente.

Qualquer dúvida quanto a orientação política da Lava Jato se dissipou neste sábado.  Aécio Neves e demais figurões do tucanato, Michel Temer e sua corja passam bem, obrigado. Seguem blindados apesar das provas materiais contra vários deles, caso completamente oposto ao de Lula.

O Senador Eduardo Azeredo, PSDB/MG, pai do mensalão, após 15 anos, somente agora começa a ser julgado e se não for condenado antes de setembro, o crime estará prescrito.

O power point que motivou a prisão política de Lula tem lastro: a subversão tupiniquim da teoria do domínio do fato. Transplantada nestas bandas como instrumento de todo sortilégio de desejo, preconceito, subjetividade e interesses do Poder Judiciário brasileiro.

A foto de Lula algemado ou Lula atrás das grades não aconteceu. Frustrada, a imprensa, até por conta da cobertura internacional, viu-se obrigada a transmitir a íntegra da fala do ex-presidente (confira aqui). Um discurso forte e combativo em que Lula reafirmou sua inocência, agradeceu o apoio e, sobretudo, impulsionou à ação possível neste instante: passar adiante suas palavras em nossas redes de convívio.

Somos todos Lula

Como fazê-lo? 

A recusa de Lula de se entregar na sexta-feira, dia 6 de abril, foi uma  demonstração de resistência só possível porque Lula não é apenas um homem, mas milhões de pessoas que neste momento estão sofrendo com sua prisão. Lula não se entregou, fez com que viessem busca-lo e sob suas condições.

Uma delas foi passar o aniversário de Dona Marisa junto aos filhos, amigos e militância, algo que Sérgio Moro impediria ao emitir o mandato de prisão na sexta-feira (6 de abril), mais uma de suas perversidades que demonstram o fosso profundo entre Justiça e direitos humanos. Abismo, aliás, que delimita, com exatidão, o nível de civilidade em que nos encontramos neste país.

Ao dar os seus termos para se entregar, protegido pela massa de militantes que fizeram um cordão em torno do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o ex-presidente lavou a alma de todos. Acenou com dignidade para o Brasil e com soberania para o resto do mundo (confira aqui o que disseram os jornais internacionais), denunciando o caráter político da sua prisão.

Não baixou a cabeça e empunhou a bandeira da Justiça que somente os inocentes e os que lutam por causas legítimas sabem empunhar. Em seu discurso, Lula falou sobre luta e revolução. Reafirmou sua inocência e detalhou a injustiça que fazem com ele. Falou sobre o Brasil e sobre o povo mais pobre deste país. Falou sobre amor e amizade, sobre a união da esquerda e a necessária luta contra o golpe.

Lula orientou militantes e  apoiadores:

“Eu vou cumprir o mandado {da Justiça} e vocês vão ter de se transformar, cada um de vocês, vocês não vão se chamar chiquinho, zezinho, joãozinho, albertinho… Todos vocês, daqui pra frente, vão virar Lula e vão andar por este país fazendo o que vocês têm que fazer e é todo dia! Todo dia! Eles têm de saber que a morte de um combatente não para a revolução. Eles têm de saber.”

Disse mais:

“Eles têm de saber que nós vamos fazer definitivamente uma regulação dos meios de comunicação para que o povo não seja vítima das mentiras todo santo dia.”

Pautado por Lula e pelos militantes, a imprensa tenta desesperadamente conter a obviedade de que se trata de prisão política, talvez porque saiba que esta verdade já está na boca do povo. 

Trata-se de uma condenação sem provas por parte de juízes que não têm estatura para tamanha responsabilidade. Contentam-se em ser justiceiros de toga. Não estão sozinhos, evidentemente, não menos justiceiro segue o Supremo Tribunal Federal (STF) descumprindo seu papel de guardião da  Constituição brasileira.

Não tenhamos dúvidas, vivemos tempos de ditadura e de estelionato generalizado das riquezas naturais, dos direitos e do futuro deste país. Daí a resistência. Lula, antes de se entregar a Moro, passou a linha a todos da esquerda: “não podemos baixar a cabeça”. 

Sim, eles detêm o aparato da força. Usarão essa força das formas mais diversas, não tenhamos dúvidas. O fato é que, nós precisamos cada vez mais construir a nossa rede própria de comunicação, mantendo-nos sempre em contato ante qualquer emergência. Clique aqui e cadastre-se na Carta Maior. 

Aos leitores que acessam nossa página, respeitam o nosso trabalho e estão conosco na resistência contra o golpe, pedimos: torne-se parceiro da Carta Maior (saiba como aqui) e nos ajude a garantir a autossustentabilidade deste projeto. 

Sigamos juntos na luta,

Joaquim Ernesto Palhares

Diretor da Carta Maior


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