Da grandeza única de Lula.

...da grandeza única de Lula e do drama que, solitário, apenas ele pode viver, refletir e decidir o que fazer...
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Amo esse senhor idoso de 73 anos! E o respeito. E o admiro. Profundamente!
Não tenho vergonha de dizer: meus olhos marejam agora, de lágrimas sim, enquanto inicio esse texto.
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Estou em minha casa sentado em frente ao computador. Logo irei dormir. Estou livre, como cabe a todo cidadão ser, livre, se não pesa contra ele, cidadão, crime provado pelas instituições e sentença transitada em julgado.
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O homem que mais trouxe esperança, brilho, aplausos assombrados de todo o planeta para o Brasil foi ele, Lula. Está preso quase que em isolamento forçado, não só sem sentença transitada em julgado, pior, sem crime algum cometido. Só uma sociedade absolutamente enferma, tornada perversa e fanática, banhada em intolerância, nojo e ódio aceita a cínica farsa perpetrada pelos procuradores, por Moro, pelos desembargadores do TRF4 e chancelada por um STF pusilânime.
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Lembro de um momento rápido, um segundo apenas, em que numa entrevista, Lula deixou escapar, o olhar e a voz triste, algo do tipo: "eu já estava me sentindo quase que aposentado da política... queria apenas participar das grandes causas, dos grandes debates, opinar com minha experiência quando fosse consultado... E os caras me obrigam a voltar para essa roda viva, porque agora eu tenho que lutar até o fim para provar a minha inocência e tentar tirar o Brasil desse buraco..."
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Tanto que estranhávamos sua pouca participação no governo Dilma. Mas o ódio não descansa nem deixa descansar o outro, o que é tratado como inimigo, o que tem que ser humilhado, destruído, esmagado, se puderem, nem a memória da pessoa fica, o fascismo, o ódio, são exterminadores frios, covardes, cruéis. Nunca há limites para essa gente, como a família Marinho, Moro, Dallagnoll e seu cristianismo hipócrita e falso, os delegados da Polícia Federal e sua perversa sede por violências, achincalhes, o sadismo pela humilhação do outro...
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Esse homem simples, o sonhador que nos ensinou a sonhar junto mostrando que mudanças eram perfeitamente possíveis, até fáceis de serem conquistadas, porque foi tão naturalmente com medidas eficazes que ele tirou 40 milhões de brasileiros da miséria e da pobreza absoluta. Luís Inácio Lula da Silva, o Lula, um homem cuja grandeza a elite mais medíocre do planeta não pode enxergar, apreender... Vive Lula exatamente nesse instante seu maior momento, o mais dramático de sua vida. Saberá disso? Que o que vier a fazer nos próximos dias, semanas, meses, pesará na balança de sua história, sua biografia tanto quanto tudo o que já realizou?
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Porque há o homem e há o político, há o homem e há o mito... E todos fazem parte e são o Luís, e são o Lula! E cabe a ele agora escolhas de importância dramática, para sua vida pessoal, seus filhos e netos, para seu partido, para seu país. Tem todo o direito de almejar defender seu legado político, e ao mesmo tempo, tem que estar ciente que o Brasil é mais importante que seu drama, seu legado, seu partido, sua biografia. Quantas escolhas para esse homem, o Lula, para esse mito, o Lula? Algumas podem satisfazer a todos os Lulas, outras não. Podem satisfazer ao seu partido e talvez ao país não, podem salvar o Brasil e seus partidários não compreenderem seu gesto final. Sempre uma escolha dramática: "revoltar-se ou não"?, "entregar-se ou não?", "exilar-se ou não?", "ungir de uma vez o candidato do PT ou não?" "dizer-se candidatíssimo como o fez, ou não?" -
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É nítido o aumento das tensões, os conflitos entre "as esquerdas", os conflitos dentro do próprio PT, posturas como a de um Haddad e uma frase agressiva sobre um candidato como a de Gleisi... Quem tem a bênção de Lula?
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De suas próximas falas e gestos, poderemos ter consequências diretas sobre o destino dele, de seu partido e do Brasil. Ou n]ao é bem assim, somos todos reféns iludidos de um jogo que já acabou, "tá tudo dominado", façamos o que quisermos, a direita não permitirá a perda do poder novamente, estamos todos nos debatendo sem saber que é inútil? O que pensa Lula sobre essas coisas? Como as avalia, como avalia a si mesmo nisso tudo?
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Seu último gesto será de altruísmo absoluto, pensando no país que tanto ajudou e cuja imagem expandiu mundo afora de modo ímpar? Terá tal limpidez de espírito, de mente, compreenderá a dimensão de tudo o que está em jogo, já terá decisões essenciais tomadas em seus pensamentos, ou reflete incessantemente tentando descobrir "oe que é o melhor para seu país?"
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Sei que devemos muito, muito ao senhor de 73 anos, o presidente mais popular de nossa História, perseguido, massacrado, encarcerado no que podemos dizer, a parte final de sua vida.
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Devemos a Lula a mais ferrenha e determinada luta por sua liberdade e pela declaração de sua inocência! Devemos a Lula toda a força moral, física e espiritual para que tenha o máximo de paz que puder arrancar desse tempo sórdido, para que suas escolhas sejam as mais dignas de sua biografia, de sua importância nesse mesmo tempo. Devemos fazer com que saiba que estamos ao seu lado até o fim! E isso não implica abdicarmos de pensar no país e seu presente e seu futuro, como faz dia e noite o próprio Lula. Devemos a ele um esforço maior para não nos digladiarmos por mesquinharias, venham de quem vier.
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Ao Lula, ao Luís, ao ser humano, ao pai, ao viúvo, ao avô, ao estadista, ao líder do maior partido de esquerda das Américas, ao mito... Um fraterno, forte e solidário abraço! Com o desejo mais sincero que nesse momento único, dramático e tão solitário de sua vida, tenha toda a limpidez do mundo em sua mente e coração para que suas escolhas sejam as melhores, as mais dignas, as mais sábias, para o Lula, e para o Brasil!

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