quarta-feira, 16 de maio de 2018

Fim do Golpe (em 5min): Lula no ar – na Globo!



Por Piero Leirner,[1] para o Duplo Expresso
  • Sem pânico: temos 5 minutos.
  • No horário eleitoral a Globo terá que passar, nem que por 5 minutos, o programa do PT. 5 minutos onde se pode mostrar: Moro de black-tie ganhando prêmios em dólar nos EUA; STF livrando tucanos; as famílias dos procuradores, todas ligadas à ditadura; os elos da filha de Fachin com a JBS, de Barroso com a Globo, etc.; e, principalmente, a farsa do triplex. Em apenas uma semana de exibição o dólar vai disparar. Ao contrário do que o senso-comum jornalístico está falando, a insegurança jurídica não é de Lula, mas do Judiciário. Comemoremos (na tragédia): quem, afinal de contas, produz nosso material de campanha é o próprio Judiciário!
*
Sem pânico, temos 5 minutos.
Uma coisa está cada vez mais evidente: Lula cresce nas pesquisas, e aumenta a reprovação ao judiciário. Muita gente está nesse momento com ataque de pânico em deixar a candidatura Lula correr solta. O ponto é que ela é o ÚNICO movimento que bate no centro da estrutura golpista: o uso da máquina jurídica para eliminação de ‘n’ projetos para o Brasil. De certa forma, todas as outras candidaturas, legítimas em si mesmas, neste momento estão sob suspeita de chancelarem um sistema fraudado.
A briga Lula vs. Judiciário já não é novidade para ninguém. Estava até na capa da mais reacionária revista nacional. O que as pessoas que apenas assistem à Globo e leem a grande imprensa não têm certeza, ainda, é que a Justiça se tornou um partido. Embora, aparentemente, nas últimas pesquisas o índice de confiança nela não passe de 10%. Ou seja, sem nada, numa situação de normalidade, Lula estaria eleito, hoje. Mas este ainda não é o ponto.
Alguma hora o horário eleitoral começa, e com ou sem Lula na tela haverá TV. Aí a Globo vai ter que passar, por 5 minutos que seja, alguma coisa (nossa). Basta fazer uma campanha que some traços da de 1989: “Aqui você vê o que você não vê na outra TV”. São 5 minutos, todos dias, onde se pode mostrar:
– Moro de black-tie ganhando prêmios em dólar nos EUA (estratégia reversa do 3 em 1).
– Gilmar & cia beneficiando a turma do PSDB.
– As famílias dos procuradores, todas ligadas à ditadura.
– Os elos da filha de Fachin com a JBS, Barroso com a Globo, etc.
– A Farsa do triplex.
– As mansões dos juízes e seus auxílios moradia, em contraste com os 30 anos do apartamento de São Bernardo, o isopor de cerveja no sítio, etc (reversão, de novo).
– a quantidade de fotos absurda de Moro com políticos do PSDB em festas e convescotes, como essa de ontem:
Parece que essas coisas são amplamente sabidas, mas esse é o tipo de material que só tem circulado na internet. E, pelo que vi em alguma pesquisa, não chega aos olhos nem de 10% dos eleitores.
Em apenas uma semana de exibição saberemos se esse caminho vai dar certo: o mercado vai começar a precificar, e o dólar vai começar a disparar. Porque ao contrário do que o senso-comum jornalístico está falando, a insegurança jurídica não é de Lula, mas do Judiciário. Já imaginaram se o descrédito dele, que já é grande, for por água abaixo? O mercado vai responder, porque ele já projeta no Judiciário o principal problema do tal “custo Brasil”.
Então, só com isso, já se produziu o essencial: o contragolpe na guerra híbrida, dobrando a aposta de que vai chegar uma hora em que a Justiça tem que ser colocada em um impasse. Não é possível que isso não seja o óbvio no campo petista, e que se cogite acionar o plano B e endossar a vitória narrativa armada entre o judiciário e a mídia.
Se depois somarmos (ao programa na TV) ainda os resultados do golpe de 2016, com a clara desgraça que se abateu sobre o Brasil, aí fica mais fácil ainda. O ponto então não é Lula ou outro: é se queremos ou não derrotar o golpe, o lawfare, a liquidação do Estado e do patrimônio público.
Então vejam a foto de ontem. Como Moro não se importa com mais nada, pois seu objetivo sempre foi crescer às custas da perseguição a outrem, já podemos celebrar com ele: quem, afinal de contas, produz nosso material de campanha é o próprio Judiciário!
  1. Doutor em Antropologia pela USP (2001), Professor na UFSCar. 
*
Nota do Duplo Expresso:
“Não é possível que isso não seja o óbvio no campo petista, e que se cogite acionar o plano B e endossar a vitória narrativa armada entre o judiciário e a mídia.”
Sim… “não é possível” mesmo. Para além do rabo preso e da covardia diante da chantagem, recebemos informação – de fonte mais que segura – dando conta de que estariam rolando “malas” para incentivar a traição a Lula. Cortesia de Benjamin Steinbruch et caterva. Para células no PCdoB e no PT. Seria isso o que explicaria, sim, esse “inexplicável” apoio ao “Plano B”. Agora na vertente “FH-C”, com Ciro na cabeça de chapa.
Citando membro digno da Executiva do PT: “o jogo é pesado!”

*
Duplo Expresso

Nenhum comentário: