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OS DIVERGENTES
O desespero costuma ser mau conselheiro. A defesa de Lula atirou para tantos lados que pode ter acertado o próprio pé. Ao forçar a barra para conseguir um alvará de soltura para Lula, acabou queimando munição que pode lhe fazer falta em agosto, depois que os ministros do STF voltarem das férias.
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Erraram até aonde pareciam ir mais ou menos bem. Por exemplo, na opção por bater bumbo para as reclamações do ministro Marco Aurélio Mello contra a presidente Cármen Lúcia, por ela se recusar a pautar as ações que questionam a legalidade das prisões de condenados em segunda instância. Essa pressão servia de pano de fundo para a tentativa de reverter a prisão de Lula na famosa Segunda Turma do STF. O zunzunzum sobre o que estaria rolando nos bastidores alimentava a expectativa de que ele também seria beneficiado em uma espécie de Saidão supremo.
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Como o relator Edson Fachin não topou o script, e aproveitou um recurso da própria defesa para passar a bola para o plenário do tribunal, a equipe de Lula parece ter entrado em parafuso. Além da divergência pública sobre o pedido de prisão domiciliar, para a transferência de Lula de Curitiba para São Bernardo, talvez por pressa, a defesa abriu um brecha para que o STF decida sobre o enquadramento de Lula na Lei da Ficha Limpa, antes mesmo da Justiça Eleitoral, o que gerou mais uma crise interna.
Não dá para definir como falha o fracasso da tentativa de afastar Fachin e emplacar um outro relator da Segunda Turma, digamos, mais simpático à causa. Talvez possa ser atribuído ao azar pelo sorteio interno ter transferido a decisão ao ministro Alexandre de Moraes. Ele simplesmente chancelou os atos e a competência de Fachin no caso e lhe devolveu a relatoria. E, assim, manteve Lula na cadeia pelo menos até agosto.
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Ao apresentar uma ação contra Cármen Lúcia “por omissão grave” por não ter pautado as tais ações contra a jusrisprudência que autoriza a prisão a partir da condenação em segunda instância, o PT perdeu inclusive o discurso. O relator foi Gilmar Mendes, tido como aliado nessa causa, que, além de não conceder a liminar para impedir as ordens de prisão de réus que ainda têm o direito de recorrer a outras instâncias do Judiciário, o que beneficiaria Lula, detonou os argumentos de suposta leniência de Cármen Lúcia. Escreveu Gilmar que, além de como presidente do tribunal ter o poder de determinar a pauta de julgamentos, a ação só foi liberada há dois meses tempo “exíguo” na rotina do STF.
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Gilmar destacou, também, que, desde 2016, esse tema já foi debatido cinco vezes no STF. “Não se trata de questão ainda não discutida, a merecer uma solução primeira e urgente”. Gilmar tem razão, até porque, com os alvarás de soltura para José Dirceu e outros, a maioria da Segunda Turma não está se sentido vexada em driblar a jurisprudência em vigor.
O PT e os advogados de Lula, por mais que desgostem, vão ter que esperar o prazo para novo julgamento a ser fixado por Edson Fachin e Cármen Lúcia.
A conferir.
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sábado, 30 de junho de 2018
PT não tira Lula da cadeia e queima munição para futuras batalhas no STF.
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