terça-feira, 19 de junho de 2018

Sócio da quadrilha Lava Jato arma contra Gleisi para pegar Lula.




Por Wellington Calasans, para o Duplo Expresso
Os canhões do golpe agora se voltam para a presidenta do PT, a senadora Gleisi Hoffmann. Faltando menos de quatro meses para as eleições, o Supremo Tribunal Federal resolve colocar em julgamento uma ação penal da Operação Lava-Jato, que acusa a senadora de ter praticado crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Na artilharia, a velha munição barata: denúncias sem provas, baseadas somente na “garganta profunda” de delatores. Uma pornografia jurídica que só se sustenta neste regime vigente no Brasil. Esta tem sido a arma mais ilegal e infame, exaustivamente usada, da Lava-Jato. Um verdadeiro atentado contra a nossa constituição e contra o nosso Estado Democrático de Direito, que tem como alvo a criminalização das principais lideranças do PT, sobretudo Lula – líder disparado nas pesquisas eleitorais.
No caso da senadora Gleisi Hoffmann, ela e o ex-ministro Paulo Bernardo foram acusados de receber dinheiro ilícito para campanha eleitoral. A imprensa, como de costume, fez grande estardalhaço, como faz, criminosamente, até hoje. Toda a denúncia contra Gleisi é baseada na palavra de delatores, velhos conhecidos da máfia de Curitiba. Vale destacar neste caso a figura do, também delatado, advogado Figueiredo Basto. Todos os delatores citados no processo da Senadora Gleisi e Paulo Bernardo são clientes deste advogado.
A Garganta Profunda
Na pornografia jurídica da ditadura da toga brasileira, o primeiro delator – Alberto Youssef – afirmou que o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa havia recebido um pedido de doação para campanha. O pedido teria sido feito diretamente por Paulo Bernardo.
Paulo Roberto Costa desmentiu Youssef ao negar que Paulo Bernardo tivesse feito qualquer tipo de solicitação de doação para campanha. Chegou a negar em diversos depoimentos, inclusive em várias acareações com o próprio Youssef. Mesmo assim, numa clara ação criminosa da própria justiça, está sendo considerada no processo a palavra do delator, bandido de aluguel da Lava Jato e preferido de Sérgio Moro, Alberto Youssef.
Na segunda versão da delação, o criminoso, cliente de Figueiredo Basto, disse que ele próprio teria entregue o dinheiro, em parcela única, para o empresário Ernesto Kugler que seria supostamente um emissário de Paulo Bernardo. Depois disso, Youssef alterou novamente a sua versão dizendo que teriam sido várias entregas. A investigação demonstrou que Kugler nunca havia estado no escritório mencionado. Kugler sempre sustentou que nunca recebeu e nem entregou dinheiro para ninguém.
Mesmo após o vexame de mais uma vez ver cair por terra a palavra do então delator de aluguel da Lava Jato, instruído pelo seu advogado da organização criminosa de Curitiba, a ditadura da toga insistiu em usar o depoimento do bandido Youssef como prova.
Sócia de Youssef nos crimes, a quadrilha da Lava Jato monta uma nova versão e o doleiro comparsa altera outra vez o seu depoimento. Dessa vez ele diz que “outros auxiliares” teriam cumprido a missão de entregar o “tal” dinheiro. Os auxiliares indicados por Youssef ouvidos pela Policia Federal negaram.
Diante de tamanha fragilidade, surge um segundo delator. Um ano após a denúncia de Youssef, a quadrilha da Lava Jato, liderada por Sergio Moro, tira da cartola mais um cliente do advogado Figueiredo Basto, trata-se de Antônio Carlos Pieruccini, ex-sócio do bandido de estimação de Moro, Alberto Youssef. Pieruccini e Youssef atuaram juntos no escândalo da COPEL/Olvepar. Naquela oportunidade, os dois foram defendidos por Figueiredo Basto e, já ali, usaram da “Garganta Profunda” da delação.
Como o ruim da mentira é a necessidade de seguir mentindo para parecer verdade, Pieruccini é indicado na quinta versão (1, 2, 3, 4, 5 QUINTA VERSÃO!) de Youssef que seria o responsável pela suposta entrega de dinheiro a Ernesto Kugler (que continuou negando).
No momento que assumiu o papel de dedo-duro, Pieruccini estava encrencado na Lava Jato. Havia sido denunciado pelo MP Federal como sócio laranja de Youssef. Pieruccini teria lavado dinheiro por intermédio de uma empresa que estava em nome das filhas. Não é difícil imaginar que, como em toda máfia, Pieruccini tenha sido chantageado com ameaças de prisão das suas filhas pelos bandidos lavajateiros.
O depoimento de Pieruccini à Polícia Federal é baseado integralmente por elementos que constavam no próprio inquérito. Até esse ponto podemos observar que a máfia de Curitiba, juntamente com seus bandidos delatores de estimação, Youssef, Pieruccini e o advogado da organização criminosa, Figueiredo Basto, ainda não tinha conseguido montar uma denúncia robusta contra a senadora Gleisi Hoffmann e o ex-ministro Paulo Bernardo.
Com esse depoimento, certamente Pieruccini salvou suas filhas e Youssef foi elevado à categoria de “bandido mor” da Lava Jato, pois conseguiram incriminar uma senadora do PT.
O então procurador Geral da República, Rodrigo Janot, chegou a afirmar em entrevista à Folha de SP que Figueiredo Basto tinha vinculações com o PSDB e com o governador do Paraná Beto Richa. O que hoje soa como atestado de virgindade, pois ser “tucano” é sinônimo de ser protegido.
O cínico advogado Figueiredo Basto ao ser questionado sobre as delações de que vendia proteção aos doleiros de Dario Messer, respondeu que “contra boato não tem como se defender”. Usando os mesmos argumentos do advogado, por que a senadora Gleisi Hoffmann e o ex-ministro Paulo Bernardo também não estariam sendo vítimas de boatos?
A ficha de quem acusa Gleisi Hoffmann
O protagonista principal da Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef foi preso na operação Banestado* – a lavanderia funcionou principalmente nos anos do governo(?) Fernando Henrique Cardoso. E, ressalte-se, Youssef não era um réu comum. Sua fraude envolvia valores elevadíssimos, movimentou somente entre 1997 e 1998 aproximadamente um bilhão de dólares.
Em 2004, este doleiro fez acordo de colaboração – quando não havia ainda a lei da delação premiada – e deixou a cadeia, mas com o “compromisso” de que não mais praticaria crime. Livre para praticar crimes, foi envolvido em uma investigação sobre lavagem de dinheiro. Com o codinome primo, como num passe de mágica, Alberto Youssef, depois da sua primeira delação premiada, aparece novamente nas mãos do Juiz Sérgio Moro.
Moro, num despacho de próprio punho, mandou abrir inquérito e se considerou seu juiz natural, por dependência ao processo em que Youssef tinha obtido benefícios como colaborador. Ou seja, Sérgio Moro considerou que Youssef, por ter feito o acordo de colaboração com ele em outro caso, o do Banestado, dois anos antes, estivesse vinculado a ele. Por essa lógica, Moro seria o dono de Youssef.
E assim o juiz made in USA entrou na Lava Jato.
*Banestado
Delações premiadas e acordos de cooperação internacional foram celebrados em série. Lava Jato? Não! Trata-se do escândalo do Banestado, um esquema de evasão de divisas descoberto no fim dos anos 90 e enterrado descaradamente na transição do governo Fernando Henrique Cardoso para o de Lula.
O Brasil foi tomado de assalto por uma organização criminosa de fazer inveja aCamorra e Cosa Nostra para citar apenas máfias italianas, já que a “Mani pulite”, ou operação “mãos limpas” na Itália – que serviu de inspiração para a nossa versão jeca do justiceiro criado pela Rede Globo, o juiz (minúsculo) Sérgio Moro – tinha como alvos maçons, banqueiros e cardeais católicos. A Tupiniquim Lava Jato, made in USA, tem como objetivo criminalizar as principais lideranças do PT, e facilitar o roubo do nosso Petróleo.
Disfarçado de Juiz, o justiceiro Sérgio Moro é, em suma, um criminoso de alta periculosidade que atua com os mesmos protagonistas desde o Caso do Banestado. Este justiceiro chefiou uma operação que investigou um extenso esquema de corrupção e evasão de divisas, intermediadas por doleiros que atuavam especialmente no Paraná. Uma força-tarefa foi montada e procuradores (minúsculos) da República propuseram ações penais contra 631 acusados. Surgem provas contra grandes construtoras e grupos empresariais, além de políticos.
Ao contrário dos tempos da Lava Jato, o caso Banestado não resultou em longas prisões preventivas. Muitos envolvidos beneficiaram-se das prescrições e apenas personagens menores chegaram a cumprir pena.
Essa realidade se torna ainda mais assustadora quando vemos as cifras envolvidas. As remessas ilegais para o exterior via Banestado rondam em torno de 134 bilhões de dólares. Ou mais de meio trilhão de reais em valor presente. Para ser exato, 520 bilhões.
O advogado
Outro protagonista dos tempos do Caso Banestado, este da máfia de Curitiba, é o advogado Antônio Figueiredo Basto. Esta figura é apontada pelos doleiros de Dario Messer, Vinícios Claret (conhecido como “Juca bala”) e Claudio Souza (o “Tony”) como operador de um esquema para vender proteção no Ministério Público Federal e Polícia Federal de Curitiba.
De acordo com os doleiros de Messer, em delação premiada ao Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, eles pagaram uma taxa de proteção ao advogado Figueiredo Basto no valor de US$50.000 (cinquenta mil dólares) por mês, entre 2005 a 2013. Figueiredo Basto é também o responsável pela engenharia jurídica montada através de delações premiadas para incriminar a Presidente do PT, a senadora Gleisi Hoffmann, e ex-ministro Paulo Bernardo.
O advogado Antônio Figueiredo Basto é conhecido também por representar réus que obtiveram a homologação de acordos de delação premiada com o Juiz Sérgio Moro, isto desde os tempos do Banestado. É também advogado do doleiro Alberto Yussef. Nunca é demais lembrar que Yussef obteve acordo de delação premiada duas vezes. A primeira em 2004, quando foi acusado no caso Banestado; A segunda em 2014, quando foi preso por operar como doleiro em esquemas de desvio de dinheiro na Petrobras.
A pena de Youssef foi de 122 anos por lavagem de dinheiro, organização criminosa, corrupção ativa e passiva. A sua Pena após delação foi de 3 anos: 2 anos e 8 meses em regime fechado (já cumpridos) e 4 meses em casa, com tornozeleira eletrônica. Se considerarmos que Youssef é reincidente no crime e ainda possui maus antecedentes, podemos observar – por essa condenação irrisória e pelo tempo que Youssef passou preso – que o juiz Sérgio Moro tem seus bandidos de estimação. Alberto Youssef é uma boa prova de que, no atual regime brasileiro, o crime compensa. Isso alimenta a desconfiança de serem sócios no crime, juiz e doleiro.
O dia da vergonha
Nesta terça-feira a presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann será julgada por esta farsa criminosa montada pela quadrilha de Curitiba que tomou de assalto o Brasil. Por detrás desta farsa são escondidos esquemas milionários, uma verdadeira indústria da delação premiada, já denunciada por um ministro do STF, Gilmar Mendes.
Para piorar ainda mais a imagem da “justiça”, recordemos os depoimentos do advogado Tacla Durán – que já esteve duas vezes em CPI do congresso nacional com provas e denúncias gravíssimas de achaques, extorsões, torturas e ameaças da máfia de Curitiba, onde estão envolvidos advogados, procuradores e até a mulher do poderoso chefão Tupiniquim made in USA, Sérgio Moro.
Em 20 anos, quando olharmos para o que acontece hoje no Brasil, e tudo vier à tona sobre este período do regime em curso, será uma ferida aberta na história deste país. A época em que os fins justificaram os meios, onde as instituições se locupletaram com o crime ou calaram criminosamente. As consequências serão terríveis, pois nada de bom poderá nascer desta aberração. Isso porque toda ação gera uma reação, por mais tardia que seja.
Será que a senadora Gleisi será mais uma vítima desse antro de corrupção chamado Lava Jato? Será que os ministros do STF compactuarão com mais esse crime?
Que sociedade é essa que queremos construir? Os alemães apoiaram todas as barbaridades cometidas pelos nazistas, tudo com aparência de legalidade, semelhante ao que ocorrer hoje no Brasil. Até quando continuaremos a aceitar que pessoas sejam julgadas e presas sem provas? Com a resposta… Ih! Não temos a quem recorrer.

Nenhum comentário: