quinta-feira, 7 de junho de 2018

Um outro mundo é possível.

clipartof.com



Prezado(a) 
Cezar Canducho,



Convidamos tod@s a uma viagem pelo mundo. Desde janeiro deste ano, Cartas do Mundo vêm respondendo à necessidade de sabermos o que está acontecendo em outros países, segundo o olhar apurado de companheiros e amigos, todos de esquerda, que estão vivendo nas principais capitais do globo.

Carta Maior assim cumpre o destino para o qual foi criada. Surgida em meio às esperanças do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre (2001), conviveu em seus dois primeiros anos com Lula, Mujica, Lugo, Chávez, Evo e Correa; e vários companheiros latino-americanos, europeus e africanos. Adquirimos vasto campo de trocas e aprendizagens com irmãos desse nosso grande país, a América. 

Construímos neste período alianças importantes e vimos florescer governos que mostraram que outro mundo é possível. Ganhamos várias eleições: Brasil, Uruguai, Argentina, Chile, Paraguai, Bolívia e Venezuela. A esquerda floresceu e se transformou, em mais de uma década, em grande modelo para o mundo que mergulhado numa enorme crise, abismado dizia: “o novo mundo está na América”.

Mostramos que o neoliberalismo não é a única saída, pelo contrário, é a destruição do planeta e dos direitos sociais. 

Altivos, não apoiamos a invasão ao Iraque. Dissemos NÃO à ALCA. Pagamos e mandamos o FMI voltar para casa. Recuperamos a nossa auto estima e mantivemos nossa soberania na Base de Alcântara. Criamos um programa de cooperação com a França para a construção do submarino nuclear. 

Criamos a UNASUL e o Banco do Sul. Impusemos o Mercosul e o Conselho de Defesa Sul-Americano (CDS). O Brasil passou a fazer parte do G-20. Criamos a IBAS que depois culminou nos BRICS com a criação do banco dos BRICS, apenas para elencar questões de política externa, sem jamais esquecer que o Brasil mostrou que é possível acabar com a fome no mundo.

Todas essas intervenções na política externa brasileira foram feitas sob o comando do presidente Lula. Teve papel decisivo nesse processo o ex-chanceler e embaixador Celso Amorim, certamente, o brasileiro que merece a maior distinção de honra ao mérito deste país. Jamais esqueceremos a solução do Brasil e da Turquia nas negociações sobre o programa nuclear iraniano com o Ocidente. Um sucesso que a imprensa golpista tentou minimizar em vão e que Amorim desempenhou um papel decisivo.

Durante mais de uma década, infernizamos a vida dos neoliberais. O povo respondeu positivamente às propostas da esquerda, percebeu a diferença e legitimou o poder de suas lideranças. O neoliberalismo, por sua vez, reagiu brutalmente contra essas democracias. Após a crise de 2008, o que se viu foi um violento avanço do capitalismo financeiro contra Estados nacionais, seus governos, economias e riquezas. 

O resultado é uma crise global que expõe a irracionalidade do neoliberalismo que, sem dúvidas, vive seu estertor: esse modelo de produção e exploração do homem, não cabe mais no planeta, simplesmente, porque está destruindo o meio ambiente e promovendo uma criminosa concentração de renda. 

Nenhuma constituição democrática é capaz de disciplinar a desordem que ele promove.

O exemplo brasileiro fala por si, cinco indivíduos possuem a mesma riqueza que 100 milhões de brasileiros (e não pagam imposto porque, graças ao príncipe dos sociólogos, lucros e dividendos não estão sujeitos a impostos no Brasil).

Enquanto nosso país amargou perdas com a maior recessão da história brasileira, os controladores do Banco Itaú distribuíram 9,5 BILHÕES, em dividendos e lucros sobre o capital próprio (JCP), para três famílias das mais ricas do Brasil, integrantes dos clãs Setubal, Villela e Moreira Salles.

Se eles fossem obrigados a pagar a mesma alíquota de um professor universitário do nosso país (27,5%), teriam recolhido ao erário público recursos que poderiam ser aplicados em educação, habitação ou saúde.

Não pagaram um tostão sequer.

Não apenas a nossa, mas a democracia de vários países sofre ataques neste momento. Desestabilizando instituições, destruindo soberanias, com a colaboração de elites locais, o capitalismo financeiro vem destruindo democracias, restringindo a liberdade decisória de governos legitimamente eleitos. Não é à toa, a emergência do fascismo que se apresenta com várias facetas. Um fascismo fabricado, financiado e estimulado globalmente.

Ter uma visão mais ampla, para além das nossas fronteiras, é essencial à compreensão do que estamos passando. Nesta semana, nas Cartas do Mundo, vocês poderão acompanhar a revolta popular que está acontecendo em Manágua; compreender por que o povo argentino está novamente nas ruas, tentando impedir que o país seja entregue ao FMI. Aliás, em Assunção, Horacio Cartes que deu o golpe no presidente Lugo acabou de renunciar à presidência. 

Em Cartas do Mundo, vocês poderão acompanhar também as eleições no México lideradas por López Obrador, de centro-esquerda; em Lima, que conta com 18 candidatos, praticamente todos de direita; em Bogotá, onde a esquerda, com Gustavo Petro, encontrar-se na frente da disputa no segundo turno. Na Venezuela, como vocês acompanharam, Maduro venceu novamente.

Na Europa, por sua vez, a Itália elegeu um fascista. Na França, Macron reedita um novo neoliberalismo, não menos destruidor. Em Lisboa, a esquerda está conseguindo adotar políticas não neoliberais, demonstrando que é possível o desenvolvimento atendendo os direitos sociais. Na Alemanha, Angela Merkel teve muitas dificuldades para formar um governo. E o que dizer dos Estados Unidos? A cada dia Trump muda de opinião, dirige o país pelo twitter e ameaça o mundo. 

Semanalmente vocês encontram novos textos sobre os dezessete países que já fazem parte desse projeto através de suas capitais: Assunção, Barcelona, Berlim, Bogotá, Buenos Aires, Caracas, Cidade do México, Equador, Genebra, Havana, La Paz, Lima, Lisboa, Paris, Manágua, San Juan e Santiago de Chile. E, muito em breve, teremos também as Cartas de Nova Iorque, Londres e Pequim.

Além das Cartas do Mundo, trazemos, todos os dias às oito horas da manhã, o melhor clipping internacional que vocês poderão encontrar na mídia brasileira, o nosso CM8 Internacional (Carta Maior às 8h), com notícias e análises publicadas nos principais veículos de mídia do mundo, selecionadas e resumidas para vocês. Um trabalho diário, cuidadoso, para que todos tenhamos a dimensão da imensa crise que cobre o globo.

Como vocês sabem, esse esforço demanda recursos. Diante do quadro que se apresenta, nosso trabalho é cada vez mais necessário. Para desenvolvê-lo, nós precisamos do compromisso e da participação de todos vocês. Se vocês valorizam o conteúdo da Carta Maior, saibam que estamos melhorando ainda mais e teremos mais novidades na próxima semana.
 




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Boas leituras

Joaquim Ernesto Palhares
Diretor da Carta Maior


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