POR FERNANDO BRITO
Há nove meses – mesmo quando gente experiente achava que Jair Bolsonaro era só um fait divers eleitoral e que, assim que encontrasse seu nome viável eleitoralmente a camada dirigente brasileira o desidrataria – este blog já duvidava de que isso seria algo tão fácil assim, sobretudo depois que Lula fosse descartado do processo eleitoral.
Os que têm ideias liberais, se é que ainda existem, se tivessem alguma lucidez a restar em suas mentes agora varridas de todo o humanismo que o impregnou (verdade que faz tempo) entenderiam que estão prestes a destruir a única muralha que nos separa da barbárie e do fascismo. Se impedirem que o povo brasileiro expresse no seu voto o desejo de voltar aos tempos de normalidade, de convívio, de algum grau de esperança no progresso e no bem-estar, só o que lhes aguarda é o abraço do mata-pau.
Para quem não é da roça, uma planta que, de um simples ramo que se enrosca sobre uma árvore, a envolve e estrangula. A torta democracia brasileira não é diferente, nestes dias, da árvore hospedeira de seu futuro algoz.
Os movimentos que se vêem para tirar dele o “Centrão” se traduzem no que ainda esperam ter como remédio para impedir sua ascensão: retirar seu tempo de televisão na campanha.
Nem ao menos se sabe se isso será “eficiente” nestes tempos de internet, nos quais o raciocínio recolhe-se a um canto do território do ódio, onde os “valores absolutos” representam o espelho, com sinal igual e contrário, da intolerância do “politicamente correto”.
Com a desvantagem de que aquele é mais fácil de ser aceito como “senso comum”, porque tem séculos de passado a nutri-lo.
A rigor, a grande vantagem de Bolsonaro é o que lhe falta: um adversário de centro-direita, papel que progressivamente, desde a primeira candidatura Serra, o PSDB foi abandonando, até chegar à mediocridade de Aécio Neves.
Como demonizou-se o PT e qualquer proximidade ou diálogo com o “lulopetismo” (expressão idiota criada neste processo) entraram num labirinto onde, virtualmente, desapareceram, ao ponto de que se cogitar o nome de João Dória Jr. como candidato possível em lugar do insosso Geraldo Alckmin.
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domingo, 8 de julho de 2018
Crônica de uma tragédia anunciada.
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