Prezado(a) Cezar Canducho,
Ao contrário do Brasil, o povo mexicano tem muito a comemorar nesta semana. Sim, eles perderam de dois a zero da seleção brasileira, mas conseguiram derrubar a direita nas urnas, rompendo com a hegemonia do Partido Revolucionário Institucional (PRI) que durante décadas governou o país.
Pela primeira vez, a esquerda governará o México. Caberá a Andrés Manuel López Obrador (AMLO), do Movimento de Regeneração Nacional (Morena), promover a emancipação e a soberania mexicana. Não será uma tarefa fácil, sobretudo, em tempos de Trump. Apoio popular e legitimidade não faltam para o presidente eleito do México. AMLO obteve 53% dos votos, trinta pontos a mais do que seu oponente, Ricardo Anaya (PAN), apresentando um projeto em torno de reforma social e do restabelecimento da ordem legal no país, ameaçado pelo poder do narcotráfico. Nesta semana de comemoração da vitória mexicana, Carta Maior traz análises que dimensionam o impacto da vitória de Obrador, não somente no México, mas na América Latina como um todo. Não percam, por exemplo, a entrevista realizada por Darío Pignotti com o analista político mexicano Julio Hernández Astillero, dias antes da vitória da esquerda. Astillero destaca que Obrador e Lula têm vários pontos em comum, ambos “são rejeitados pelos Estados Unidos, que os trata como populistas, e também pelas elites dos seus países”. Ele analisa, também, a questão do narcotráfico apontando os desafios que a esquerda tem pela frente. Já Eduardo Febbro, em “Obrador: o adversário de um modelo de opressão”, publicado originalmente no argentino Página/12, detalha a vitória de Obrador, em um texto belíssimo que traça o peso, neste momento, da ascensão da esquerda no México. “Neste domingo de comunhão entre as famílias e longas sobremesas, se abriu uma greta na história mexicana. O país assumiu coletivamente o desafio de uma contrarrevolução democrática, pacífica e moral”, avalia. Em sua análise, “Agora é a vez de López Obrador”, o sociólogo argentino Atilio A. Boron, citando os interesses contrários à eleição de AMLO, destaca que há muito em jogo no país, por exemplo, “a luta contra o narcotráfico, a corrupção e as políticas neoliberais, e um México que volta a olhar com mais atenção para o Sul e a tomar certa distância dos Estados Unidos”, o que “pode trazer uma brisa fresca e uma nova esperança à Nossa América”. Imperdível também o artigo “O México diante da 4ª. Revolução Industrial”, escrito pelo economista mexicano Napoleón Gómez Urrutia, sobre o impacto dramático que a Indústria 4.0 terá nos mercados de trabalho do mundo inteiro. Salientando a urgência de “um programa efetivo de capacitação, educação e treinamento”. Urritia aponta que “as mudanças devem ser não só para os trabalhadores mas também para os governos e as sociedades, que desde já enfrentam a escassez de mão de obra qualificada”. Essas e várias outras análises sobre a vitória da esquerda no México aguardam você no nosso site. O Brasil, naturalmente, também tem destaque na nossa página. Em “A Geopolítica do Golpe”, José Sérgio Gabrielli fala sobre o desmonte da Petrobras. A reportagem, de Tatiana Carlotti, foi publicada no mesmo dia em que o ex-presidente Lula divulgava uma carta no Jornal do Brasil, denunciando a aprovação pela Câmara dos Deputados de um projeto que tira até 70% do pré-sal da Petrobras. “Enquanto o país prestava atenção à Copa do Mundo, a Câmara dos Deputados aprovou, em regime de urgência, uma das leis mais vergonhosas de sua história. Por maioria simples de 217 votos, decidiram vender aos estrangeiros 70% dos imensos campos do pré-sal que a Petrobras recebeu diretamente do governo em 2010. Foi mais um passo do governo golpista e de seus aliados para entregar nossas riquezas e destruir a maior empresa do povo brasileiro”, alertava Lula. Outro absurdo aprovado pelo Congresso, aproveitando-se da distração promovida pela Copa do Mundo, foi a PL do Veneno. Em “Lucro para uns, veneno para todos”, o professor da PUC-Rio e sociólogo Liszt Vieira comenta a aprovação dessa lei e denuncia: “o Brasil consome agrotóxicos proibidos em outros países”. Por fim, convidamos você a conferir a editoria de “Leituras” que traz, nesta semana, resenhas de Slavoj Zizek sobre Le Capital au XXIé siècle de Thomas Piketty; de Léa Maria Aarão Reis sobre “Lenin, vida e obra” de Luiz Alberto Moniz Bandeira; e uma entrevista com Armando Boito Jr. sobre “Reforma e crise política no Brasil: os conflitos de classe nos governos do PT”. Aproveitamos para lembrar que seu engajamento é fundamental para darmos continuidade à Carta Maior, 100% financiada por seus leitores. Se você valoriza nosso conteúdo, ajude-nos a continuar fazendo o tipo de jornalismo que 2018 exige. Com apenas R$1,00 por dia (R$30,00/mês) você garante a continuidade desse trabalho. Se puder DOE MAIS (clique aqui e confira opções de doação), possibilitando que o nosso conteúdo continue aberto e disponível para todos. Não se esqueça, também, de se cadastrar no nosso site (clique aqui) para receber nossos boletins diários e de acompanhar a Carta Maior pelo Twittão Maior, um dos melhores do país, comandando por Saul Leblon. Boas leituras e Viva o México! Joaquim Ernesto Palhares Diretor da Carta Maior |
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quinta-feira, 5 de julho de 2018
Vitória do México!
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