quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Haddad: 'Governamos por 12 anos sob normalidade democrática, quem rompeu foi o PSDB' - O presidenciável Fernando Haddad (PT-PCdoB-Pros) cumpriu agenda de campanha em Campinas (interior de São Paulo), nesta terça-feira (25). Em coletiva de imprensa, Haddad foi indagado a falar sobre os ataques que tem sofrido da campanha tucana de Geraldo Alckmin, que estagnado nas pesquisas apela para o discurso de terror.

 



Por Dayane Santos



Na propaganda tucana, um narrador diz que a coligação Haddad-Manuela vai transformar o país numa 'ditadura' e ainda agride a soberania do povo venezuelano com ataques ideológicos sob o viés neoliberal.

"Nós governamos 12 anos. Foi um período de normalidade democrática. Quem rompeu o pacto democrático - e isso eles próprios reconhecem - foi o próprio PSDB. Um ex-presidente do PSDB reconheceu que rompeu o pacto democrático em 2014. Quem tem que se explicar em relação a isso não somos nós. Nós sempre respeitamos o resultado eleitoral", rebateu Haddad, se referindo às declarações do senador Tasso Jereissati, ex-presidente nacional do PSDB, que disse que o partido cometeu "um conjunto de erros memoráveis" em sua trajetória recente, o que inclui a contestação ao resultado da eleição presidencial de 2014.

"É preciso entender que com democracia a gente não brinca. Temos que respeitar a soberania popular. Foi um desrespeito ao povo o que aconteceu e nós esperamos que isso não volte a acontecer", reforçou.

Haddad é o único candidato a registrar crescimento nas pesquisas de intenções de voto nas últimas duas semanas, desde que foi oficialmente anunciado como substituto de Lula na corrida presidencial. Segundo a pesquisa Ibope, divulgada nessa segunda-feira (24), o candidato consolidou a segunda posição e num cenário de segundo turno vence o candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro (PSL), por 43% a 37%. 

Na entrevista, o candidato enfatizou que, diferentemente de seus adversários, sua campanha será propositiva, sem ataques pessoais ou partidários. 

"Estamos recebendo ataques fortes por parte de alguns adversários, mas não vamos revidar porque o Brasil está precisando de outra coisa. O Brasil está precisando de mais diálogo", salientou.

Em discurso, o presidenciável criticou recentes declarações do vice de Bolsonaro, general Hamilton Mourão, que disse que famílias sem pais e avôs são fábricas de desajustados. Segundo Haddad, há cinco anos, não se imaginaria que alguém fosse capaz de fazer essa afirmação.

"Pensar isso já é uma loucura. Agora, falar... E falar como candidato!", enfatizou durante ato sobre educação e ciência e tecnologia. Ele também criticou a proposta apresentada pelo economista Paulo Guedes, guru de Bolsonaro, de criar uma alíquota única de Imposto de Renda no país.

"Temos um sistema tributária dos mais regressivos do mundo, e o sujeito quer diminuir o imposto de renda dos ricos e aumentar dos pobres", repeliu.

Segundo o presidenciável, esse tipo de discurso de intolerância e as propostas de retrocesso representam uma ameaça à democracia. "Não é possível que o país tenha mudado tanto a ponto de tolerar esse tipo de declaração", disse ele, se referindo à grande mídia.

Mas advertiu: "Não estamos a fim de ir para casa. Ninguém está a fim de pendurar a chuteira. Depois de tantos anos de massacre, a primavera começou de novo". 

Do Portal Vermelho

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