segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

'Terror judeu': ataques de colonos aos palestinos triplicaram ano passado.

Colonos jogam pedras em lar palestino (Mussa Qawasma/File Photo)
Créditos da foto: Colonos jogam pedras em lar palestino (Mussa Qawasma/File Photo)


No que foi chamado de ‘terror judeu’, ataques de colonos aos palestinos e suas propriedades triplicaram ano passado, com quase 500 incidentes reportados desde grafites racistas, a agressões até destruição de oliveiras.

De acordo com números reportados pela Haaretz, aconteceram 482 crimes motivados politicamente cometidos por colonos na Cisjordânia no ano passado, em comparação com 140 em 2017. É o maior número de incidentes em quatro anos.

Esses ataques frequentemente incluem agressões e apedrejamento. Os episódios mais comuns contam com grafites racistas, nacionalistas, anti-muçulmanos pintados ao redor de bairros palestinos e nas propriedades, com cerca de 540 veículos danificados.

Os ataques também miraram em oliveiras e vinhedos. Cerca de 7.900 árvores foram destruídas ou danificadas no que foram tidos como ataques calculados ao sustento de muitos palestinos, que dependem dessas árvores para sua renda.

Os colonos frequentemente chamam esses incidentes de ataques ‘marcados’, uma forma de retaliação à violência dos palestinos e às políticas do governo de Israel que eles percebem como ameaçadoras. Alguns ataques são usados como forma de intimidação em uma tentativa de capturar mais território palestino.

Existem entre 500.000 e 600.000 colonos israelenses morando na Cisjordânia ocupada em assentamentos que são considerados ilegais perante a lei internacional.

Em outubro, colonos mataram Aisha Rabi, mãe de oito, quando jogaram uma grande pedra no carro em que ela estava. Uma semana antes desse incidente, um homem palestino matou dois colonos israelenses em uma fábrica em que todos trabalhavam.

A ascensão dos ataques também foi confirmada pelo escritório da ONU de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), que relatou 265 incidentes nos quais os colonos israelenses mataram (3) ou feriram (115) palestinos ou prejudicaram propriedade palestina, até o meio de dezembro do ano passado. Isso representa um aumento de 69% em comparação com 2017.

Entre dezembro 18-31, o OCHA reportou que 12 palestinos foram feridos e ao menos 380 arvores e 69 veículos foram vandalizados em 14 incidentes de violência colonial.

Enquanto isso, o OCHA reportou uma baixa de 28% na violência conduzida pelos palestinos na Cisjordânia, com reportados 181 incidentes. No entanto, sete israelenses foram mortos em 2018, em comparação com quatro de 2017.

Membros do grupo linha dura de colonos chamado ‘juventude hiltop’ são os possíveis responsáveis por uma parte dos ataques aos palestinos. Os colonos, muitos dos quais são adolescentes, residem em postos avançados dos assentamentos ilegais (assentamentos que até o governo de Israel considera ilegais) em sua maioria no Vale Shiloh, onde muitos dos ataques aconteceram.

“A juventude hiltop está menos intimidada do que antes e está empoderada”, um representante da defesa de Israel disse ao Times de Israel.

A violência colonial atingiu um pico em 2014, mas os números caíram depois de um ataque a uma casa em Duma em 2015, que matou três membros da família Dawabshe incluindo um bebê de 18 meses, e deixou um menino de quatro anos como único sobrevivente, com 85% do corpo queimado.

As autoridades israelenses prenderam um círculo de colonos de extrema-direita como resultado, mas depois da liberação de muitos deles no ano passado, os ataques voltaram a subir.

*Publicado originalmente em rt.com/news | Tradução de Isabela Palhares


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