Gastos com supermercados não apresentaram alterações significativas em 2011 (Foto:Almeida Rocha/Folhapress) |
Classe C representa 54% da população, em 2005 esse estrato respondia por 34% Evelyn Pedrozo, Rede Brasil Atual São Paulo – A classe C representa 54% da população brasileira, ou seja, 103 milhões de pessoas, com aumento de um ponto percentual em relação a 2010, quando totalizava 101,6 milhões. Na comparação com 2005, quando esse grupo chegava a representar 34% da população, ou 62,7 milhões de pessoas, a participação cresceu 20 pontos percentuais. Os dados fazem parte da pesquisa O Observador Brasil 2011, divulgada hoje pela Cetelem, financeira do grupo francês BNP Paribas em parceria com o instituto Ipsos. Realizada desde 2005, a pesquisa mostra que 63,7 milhões de brasileiros ascenderam socialmente no Brasil nos últimos sete anos. A classe C, a que mais cresceu entre 2010 e 2011, recebeu 2,7 milhões de pessoas que deixaram as classes D e E. Para as classes A e B ascenderam 230 mil pessoas, e esse estrato apresenta crescimento considerável também entre 2005 e 2011, deixando de representar 15% da população no primeiro período e saltando para 22%. Ao mesmo tempo, o estudo mostra uma queda vertiginosa dos ocupantes das classes D e E, que passaram de 93 milhões em 2005 para 45,2 milhões em 2011. RendaA pesquisa mostra que em 2011, houve novo aumento da renda dos brasileiros, fruto do aumento de renda da Classe C, na qual a renda média disponível cresceu quase 50% e a renda familiar média cresceu quase 8%. Apesar da estabilidade da renda familiar das classes AB e DE, a renda disponível das famílias em 2011 cresceu nas diferentes classes. O aumento da renda disponível em todas as classes sociais indica que houve maior contenção de gastos. A renda familiar mensal da classe C subiu de R$ 1.338 em 2010 para R$ 1450 em 2011, mas a renda disponível (quando se subtraem os gastos da renda total) cresceu em todas as classes, com destaque para a C, que avançou 50%. A renda disponível dos indivíduos de menor escolaridade cresceu como reflexo de um 2011 pleno de emprego, em especial nas atividades de média e baixa qualificação. Para as pessoas com nível superior, a renda caiu 5%. As classes sociais utilizadas no estudo são as definidas pelo CCEB (Critério de Classificação Econômica Brasil), fornecida pela Abep (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa). O conceito não considera a renda, mas a posse de itens como eletrodomésticos, veículos, quantidade de cômodos na casa e grau de instrução do chefe de família. GastosA pesquisa mostra que os gastos em 2011 em relação a 2010 e anos anteriores ficaram estáveis. A classe C foi a única que teve gasto declarado maior. Nas demais, o gasto total da família foi menor que em 2010. O item moradia, diferentemente dos gastos com supermercado, energia, gás, água, transporte e remédios, que não apresentaram mudanças significativas, foi o maior gasto do brasileiro em 2011. As despesas com aluguel subiram 14% e as prestações de casa própria, 23%. O gasto também foi alto com convênios médicos e lazer, assim como as despesas com empregadas domésticas. Avaliação geralEm 2011, a nota de avaliação geral do Brasil registrou a primeira queda em comparação aos anos anteriores da pesquisa, com 0.6 ponto menor que a de 2010. Em 2009 e 2010 o otimismo superou a preocupação e o entusiasmo superou a revolta na percepção dos brasileiros em relação à palavra que para eles melhor descrevia seus sentimentos em relação ao futuro. Em 2011, cresceu a proporção de indivíduos que citaram preocupação e revolta como sentimentos que melhor descreveriam seu futuro. Oimismo e entusiasmo foram proporcionalmente mais mencionados nas classes A e B, preocupação e revolta foram relativamente mais mencionados nas classes D e E. A classe C se divide entre os que estão otimistas e os que estão preocupados. CompraBrasileiros demonstraram cautela na pretensão de compra em 2011 na comparação com 2010, especialmente nos itens carros e computadores de mesa, mas a intenção de comprar imóveis e equipamentos esportivos se manteve. A pretensão para pagamento de imóveis à vista cresce em 2012, especialmente nas classes A e B. Também cresce a pretensão de pagar carros à vista em menor proporção do que em 2011. O estudo tomou por base entrevistas com 1,5 mil pessoas realizadas entre 17 e 23 de dezembro de 2011. |
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sábado, 24 de março de 2012
Em sete anos, 63,7 milhões de brasileiros ascenderam socialmente.
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