sábado, 24 de março de 2012

O Valor reconhece que ganhos reais do salário mínimo beneficiam a todos.

Desde 2003, salário mínimo cresce acima da inflação e beneficia diretamente 5 dezenas de milhões e a totalidade dos brasileiros, aquecendo a economia e gerando mais empregos e renda

Mínimo puxa aumento real de 3,65% dos salários

SÃO PAULO - O aumento real de 7,5% do salário mínimo em janeiro indexou informalmente o reajuste negociado nas convenções coletivas de trabalho de categorias com data-base no início do ano. O aumento médio real negociado em janeiro foi de 3,65% - o dobro do registrado em dezembro, de 1,82%, segundo levantamento realizado pelo Valor em cem acordos registrados no Ministério do Trabalho.

O aumento real foi puxado pela negociação de categorias menos qualificadas e cujos pisos salariais estão muito próximos do salário mínimo e, por isso, precisam ser reajustados por taxas semelhantes. Além disso, predominaram, entres os reajustes mais expressivos, aqueles concedidos nas regiões Nordeste e Norte do país.

Entre as cem convenções coletivas analisadas, 20% apresentaram reajuste salarial de pelo menos 14% - o mínimo aumentou 14,13% em termos nominais em janeiro, chegando a R$ 622. "A influência do reajuste do mínimo nas negociações coletivas é muito forte até maio, período em que se concentram os dissídios, mas vai perdendo força ao longo do ano", explica Fábio Romão, economista da LCA Consultores.

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As regiões Norte e Nordeste, onde a média salarial é menor que no Centro-Sul, representam 48% do total de convenções analisadas. E foi o Nordeste que puxou para cima o índice nacional, com 4,72% de aumento real médio em janeiro. O reajuste real negociado em 11 Estados e no Distrito Federal ficou acima da média nacional de 3,65% em janeiro. Desse grupo, sete são nordestinos (Sergipe, Rio Grando do Norte, Alagoas, Piauí, Pernambuco, Maranhão e Bahia) e um é do Norte (Pará). Também aparecem na lista Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso. A Região Sul, que paga tradicionalmente reajustes altos, aparece em último lugar, com aumento real médio de 2,96%.

No Rio Grande do Norte, o Sindicato dos Empregados no Comércio Hoteleiro conseguiu, para o piso salarial, reajuste de 14,8%, o que representou um aumento real de 8,68%. O Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Refeições Coletivas, Refeições Rápidas e Afins tem acompanhado o índice de reajuste do piso estadual desde 2010. Na negociação deste ano, o reajuste conquistado foi de 15,08% - um aumento real de 8,95%.

Carlos Giffoni / Valor

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