No dia em que a Lei da Anistia completa 35 anos, este blog, mui respeitosamente, reproduz a imagem de um dos políticos mais temidos pela ditadura e pelo establishment político brasileiro da época. Leonel Brizola mobilizou os gaúchos pela garantia de posse de Jango e no golpe de 1964 exilou-se no exterior, retornando triunfante, nos braços do povo. Derrotou a Globo nas eleições de 1982 para o governo do Rio de Janeiro e resistiu a covarde perseguição da emissora carioca até a sua morte, em 2004. Um ano antes das eleições presidenciais de 1989, Brizola liderava todas as pesquisas. Foi preciso inventar um caçador de marajás, Fernando Collor, colocá-lo na capa da Veja, encenar um Globo Repórter e transformá-lo no “político apolítico”, um personagem jovem, cheio de virtudes e incorruptível. A propósito, nada muito diferente do que a mídia tem tentado fazer o eleitor crer sobre uma determinada candidata da oposição nestas eleições… Apesar do golpe imposto contra sua candidatura pela grande mídia, que a época tinha poder absoluto na formação da opinião pública, Brizola apoiou Lula contra Collor e a Fiesp, esta página da história foi preenchida por mais um golpe das elites para dobrar o povo às suas vontades imperiais. Reconheço que muitos anistiados tiveram grande papel no combate a ditadura e continuaram suas lutas longe da família, dos amigos e da pátria amada. Mas enxergo em Brizola ícone de tempos nublados, de lutas inglórias, canchas impróprias para atos de bravura. Em respeito a sua memória, é preciso indignar-se com o fato de que torturadores e assassinos que trabalharam a serviço do regime militar, para calar opositores, reprimir trabalhadores, como Lula nas greves do ABC, estes ainda estejam impunes de seus crimes por conta da mesma Lei que, por um lado nos trouxe de volta bravos combatentes da democracia, também deixou a salvo canalhas a serviço do estado de exceção. Recentemente um ex-agente das forças de repressão uruguaia, revelou que Jango foi assassinado no exílio, a mando da ditadura militar. Revisar a Lei de Anistia, para punir criminosos, muitos ainda acobertados por chefes militares em atividade e políticos e partidos conservadores, é um ato de justiça e respeito à memória de quem sofreu, direta e indiretamente, a violência de uma sangrenta ditadura ao longo de 21 anos. Afinal temos hoje na presidência da República uma mulher, Dilma Rousseff, que sofreu na pele a tortura e provou da insanidade dos opressores para perseguir adversários da forma mais desumana e cruel. http:// *** *** *** O “novo” já nasce velho. Ao sabor dos ventos midiáticos favoráveis e das pesquisas eleitorais, a campanha de Marina Silva altera pontos polêmicos de sua plataforma de governo. Vale perguntar: falta segurança ou sobram pressões? Se sobram pressões, a candidatura da “novidade”, da política-apolítica, é dominada por grupos sociais conservadores que se opõe aos direitos da comunidade LGBT. Se opõe a mais o que? É preciso confrontar a escamoteação de uma candidatura que não apresenta, com clareza, suas credenciais e propostas e avança [sobre direitos da sociedade?] ao sabor das oportunidades que se abrem, mesmo que para isso se contrarie com uma rapidez desconfiável. O vídeo acima, de O Rappa, banda que declarou apoio a Eduardo Campos e é patrocinado pela Natura é esclarecedor para este momento: “O novo já nasce velho” Enquanto a voz amena Fala de equilíbrio Um rosto é só um rosto E quem está falando Parece uma questão divina E a tv tira a atenção Na hora do culto hardcore Pois a miséria é um insulto Motiva a fé do mundo E o defunto não deve enjeitar a cova Humilde, desumano Não vou duvidar do passado Como se já não existissem velas para acender Mas que diferença faz Se nossas mães não choram mais E de meu pai não vejo sorriso Se o velhos não podem Criar suas rugas O novo já nasce velho” Como comportar pastor Silas Malafaia e progressistas na mesma barca? Tem gente sobrando e não é o pastor Malafaia… http:// Confira o texto do Muda Mais: A "nova política" apresenta: a candidatura das erratas. Marina Silva se reuniu com os jornalistas, ontem, por mais de 3 horas para lançar o seu novo programa de governo. A reunião terminou pouco depois das 18h. Cerca de três horas depois, Marina lançava a primeira errata de seu programa, referente à energia nuclear. Hoje de manhã, o site da candidata lançou a segunda errata, dessa vez relacionada à política para a população LGBT. A primeira errata diz “por erro de revisão, na página 144 do Programa de Governo da Coligação Unidos pelo Brasil, o programa de energia nuclear foi citado como um dos que merecem atenção para aperfeiçoamento e aumento de sua presença na matriz energética do país”. A errata foi lançada após a proposta apresentada anteriormente no programa pessebista ser duramente criticada na imprensa e por técnicos da área. Há de se levar em consideração a contradição presente no fato de uma candidata que se sustenta por seu viés ambientalista defender o investimento maciço em uma forma de energia controversa, amplamente criticada por movimentos sociais de defesa do meio ambiente. Na manhã de hoje, outra alteração: “texto do capítulo 'LGBT', do eixo 'Cidadania e Identidades', do Programa de Governo da Coligação Unidos pelo Brasil, que chegou ao conhecimento do público até o momento, infelizmente, não retrata com fidelidade os resultados do processo de discussão sobre o tema durante as etapas de formulação do plano de governo”, publicou a candidata em seu site oficial. Do programa, foram eliminados trechos em que Marina se comprometia com a aprovação da lei de identidade de gênero, em articular no Congresso leis que garantam o combate à homofobia e regulamentação do casamento gay, entre outros pontos. Vale lembrar que Marina Silva já havia se posicionado contra o casamento de homossexuais em outras ocasiões. Após o lançamento das propostas para o público LGBT, Marina também foi alvo de críticas duras nas redes, especialmente por evangélicos, parcela importante de seus apoiadores e parceiros políticos, como é o caso das manifestações do Pastor Silas Malafaia no twitter (link is external). Não foi só no caso da política LGBT e da energia nuclear. No dia 22 deste mês, o jornal O Estado de S. Paulo publicou uma reportagem com o título “Campanha de Marina discute ampliação do ‘controle social’ da atividade política”, que também foi revogada pela campanha, que alegou que o jornal teve acesso a uma versão anterior do programa no qual as “formulações apresentadas não estavam alinhadas com os princípios que consideravam relevantes para o debate sobre o tema”. Em poucos dias (poucas horas, nos dois primeiros casos), a candidata do PSB já revogou pontos estratégicos de seu programa por 3 vezes, sempre alegando erros de terceiros. Já que os coordenadores da campanha e a própria candidata afirmam que as propostas foram amplamente discutidas com a sociedade, existem duas alternativas diante dos fatos: (i) o programa foi formulado e não passou pela aprovação de Marina Silva, o que é grave; (ii) a candidata e sua campanha estão reformulando as propostas de acordo com pressões de setores, algumas vezes conservadores, da sociedade. Vale notar que Marina Silva afirmou que manteria as diretrizes anteriormente propostas por Eduardo Campos e, com as alterações realizadas, pode estar quebrando parte fundamental desse compromisso. Quando tanto se fala na nova política, é de se estranhar tanta dificuldade em definir claramente propostas sobre temas que são tão caros à população, objeto de amplo debate em diversas instâncias da sociedade . Em uma disputa presidencial, a clareza das propostas é fundamental para a decisão dos eleitores. http://mudamais.com/ |
TERRAS ALTAS DA MANTIQUEIRA = ALAGOA - AIURUOCA - DELFIM MOREIRA - ITAMONTE - ITANHANDU - MARMELÓPOLIS - PASSA QUATRO - POUSO ALTO - SÃO SEBASTIÃO DO RIO VERDE - VIRGÍNIA.
segunda-feira, 1 de setembro de 2014
Lei da Anistia, 35 anos: justiça, em memória dos que lutaram contra a ditadura.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário