segunda-feira, 15 de setembro de 2014

A Globo é a candidata da oposição.

batalhão de fuzilamento
Sabatinas da Globo e O Globo não tinham objetivos de discutir planos e propostas de governo da petista, mas de fazer o debate entre os reais candidatos dessas eleições: Dilma e Globo.

Conforme já firmamos em um outro texto deste blog, é a Globo quem lidera a ofensiva política contra Dilma e se estabelece como ator importante na disputa eleitoral:

“A Globo, além de atacar o governo Dilma com ferocidade, mostra ao eleitor que é ela, a verdadeira líder oposicionista, assume as rédeas do embate eleitoral e, consequentemente, desqualifica os esforços do PSDB e Aécio nestas eleições.

Coloca-os em seus devidos lugares: meros coadjuvantes na estratégia política em curso.”

Não importa a quem esteja consultando, se antes a Aécio Neves, ou agora à Marina Silva, a poderosa emissora tenta repetir as estratégias que elegeram seus aliados/tutelados em 1989, 1994 e 1998: cobertura amiga e exploração ofensiva do noticiário contra seus adversários.

No pleito da reeleição de FHC, a Globo não realizou nenhum debate ou fez sabatinas dos candidatos, aquela eleição foi totalmente despolitizada e marcada pelas comemorações dos 4 anos do plano real e dos “perigos iminentes” [leia-se Lula] de sua desconstrução.

A desculpa dada pela tv carioca a sociedade na época foi singela: FHC não podia participar dos debates, por isso foram cancelados…

O que, de maneira providencial, evitou que seus adversários pudessem questionar, diretamente, sobre a compra dos votos no Congresso para a aprovar a emenda da reeleição em benefício do presidente em exercício ou sobre a desastrosa manutenção artificial do câmbio paritário, US$1=R$1. Dois meses após a vitória tucana, o real foi maxi desvalorizado e trouxe enorme prejuízo ao povo brasileiro.

Nada muito diferente da cortina de fumaça feita para proteger a dinastia Alckmin em São Paulo, no que se refere à crise de abastecimento de água. Para a Globo não há racionamento de água, mas sim rodízio[?]; a culpa não é resultado da falta de investimento em infraestrutura dos sucessivos governos do PSDB, mas da malvada ação de São Pedro.

A desinformação prospera e o paulista comum sofre sem saber o que acontece e segue em direção as urnas para re-reeleger quem o está levando a uma crise de falta d’água sem precedentes.

A entrevista do Jornal Nacional, deselegante e agressiva, de Dilma não tinha o objetivo de discutir planos de governo, mas de atacar a candidata e julgá-la sumariamente e ao vivo, para a audiência do jornalístico.

Na última sabatina do jornal O Globo foi montado um pelotão de fuzilamento da candidata do PT, com os comandantes, Merval Pereira e Míriam Leitão, a frente. Após a propaganda antigovernista do jornal, disfarçada de debate com o jornal, seus empregados se apressaram a fazer suas “análises” das respostas colhidas da candidata petista.

Independente das respostas da presidenta, o que importou foi a determinação daquilo que os colunistas precisavam afirmar aos seus leitores

Merval tem atuado, de forma aguda, para levar Marina ao segundo turno com reais chances de derrotar Dilma.

O articulista de O Globo não se envergonha de mudar de “camisa” na fase mais incisiva da campanha. Até alguns dias atrás, Merval ainda lutava contra Marina como opção viável de vitória e vendia Aécio como a opção segura de transição do modelo político em vigor.

Às favas escrúpulos e certezas, O Globo e a Globo, liderando a oposição, embarcaram despudoradamente na apologia de FHC: qualquer um(a), menos a Dilma…Por pouco, seria o pastor Everaldo o “escolhido” para se tornar este “qualquer um”.

http://blogpalavrasdiversas.wordpress.com/2014/09/13/a-globo-e-a-candidata-da-oposicao/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+DiversasPalavras+%28Leia+agora+em+Palavras+Diversas%29

Nenhum comentário: