Marina Silva é, ou está sendo “ungida” a ser, mais oportunista que Romário na área e mais aventureira que Alice no País das Maravilhas. Sua candidatura é um improviso irresponsável que pode levar o país a uma regressão abismal. Caroneira de carreira, a ex-PT, ex-PV e atual futura ex-PSB, foi colocada no vácuo da comoção popular na morte de Eduardo Campos para garantir a realização de um segundo turno e, assim como em 2010, garantir um tucano contra o Dilma. Mas o ódio irracional ao PT com o qual a mídia intoxica a sociedade há 12 anos, atropelou o frágil e inconsistente Aécio Neves, provável derrotado seja no primeiro ou no segundo turno e colocou a improvisada Marina como favorita. A mídia tucana errou a mão e seus institutos de pesquisa já dão como certa sua vitória.
Marina é uma camaleoa. Se deixa moldar ao sabor dos ventos. Ninguém sabe ao certo como seria um eventual governo dessa senhora. Seu atual partido de aluguel se diz socialista. Mas, na prática, se vencessem as eleições – seja com Marina ou Campos, jamais fariam socialismo.
Eleita, Marina não teria sustentação no Congresso, na Câmara e no Senado – dos quais seu governo seria refém, aliás. (Detalhes pouco relevantes diante da necessidade de vestir-se de “terceira via”.) “Ah, mas ela foi ministra do Meio Ambiente de Lula…” Certo, mas convenhamos: não era um cargo administrativo nem transformador de NADA. Deveria ser cargo regulador, e olhe lá. Mas nem isso: Um ano após sua saída do “ambiente”, o desmatamento da Amazônia já havia diminuído 49%, segundo o IMP.
Marina é tão sem noção da realidade deste país continental e de suas necessidades energéticas que, desde que saiu do PT (2007), carrega a obsessão de paralisar e/ou cancelar obras importantes de infraestrutura (principalmente as que amassam plantinhas) que garantirão o abastecimento energético fundamental à indústria e ao consumo pelos próximos 50 anos. “Criacionista”, quer nos convencer que o divino soprará forte e continuamente em nossas hélices eólicas – o que garantirá energia abundante para todos.
Será Marina Silva a Moisés de saias, brasileira, de “5775”?
Ironicamente, a “socialista” tem como braço direito a capitalista dona-herdeira do Itaú, Neca Setubal. Essa tal perua é a fachada dos banqueiros chupa-cabras que habitam o lamaçal da “caça ao lucro fácil”. (Afinal, essa é a regra básica de todo banqueiro: cobrar juros exorbitantes de empresários com a corda no pescoço.) Marina já aceitou liberar os juros bancários. Por isso a direita colou na “socialista”, anunciando a autonomia do Banco Central, mercado flutuante, regulador de si mesmo, e bla bla blá. Ou seja, aquela baboseira neoliberal que acabou destruindo economias de meio mundo em 2008 sem falir um único banqueiro sequer.
E não é só isso.
Ainda existe a questão do pré-sal. Tirar o PT do governo significa a possibilidade REAL de mudar o sistema de partilha na extração dessa riqueza e entregá-la, bem barato, aos magnatas internacionais do petróleo que salivam em torno da costa brasileira desde o início do século. Serra já havia tentado isso em 2010 – quando prometeu à Chevron que anularia as regras do pré-sal assim que recebesse a faixa presidencial. Agora, Marina deu outro sinal: segundo seu programa de governo, o pré-sal não tem tanta importância. É o ADEUS aos “75% para educação e 25% para a saúde”, já assinados por Dilma?
Comparar-se a Lula – que também não teve nenhuma experiência administrativa antes de ser eleito presidente – é uma anedota sem graça. Depois de perder 3 eleições, Lula tinha (e tem) um partido enorme, estruturado, que foi construído ao longo de décadas, inclusive com a ajuda da própria Marina Silva. Não chegou à presidência de improviso, na garupa de um caixão, no lamento das carpideiras midiáticas.
Marina Silva é o Cavalo de Tróia construído às pressas antes mesmo do Eduardo Campos ser enterrado. Consciente de suas limitações, admite que, caso eleita, só cumprirá um primeiro mandato. O suficiente para abrir caminhos para a direita voltar ao poder já alinhada a Washington. Quem é realmente interessado em contribuir com o crescimento do país acha que fará alguma coisa concreta nos primeiros 4 anos de mandato? Tem que ser muito deslocada da realidade ou muito consciente de que seu papel nessa aventura é desconstruir o que vier pela frente: Brics, Mercosul, pré-sal e toda a soberania que conquistamos nos governos recentes. Quer dizer, sua principal missão seria a de reabrir a porteira da América Latina a Washington e os seus.
Sua bandeira ecológica é um engodo pega-trouxas. Será que precisamos mesmo de um presidente salvador de plantinhas e bichinhos para termos consciência sobre a necessidade de preservar o meio-ambiente? Ou isto é consenso em todas as camadas sociais, níveis de escolaridade, ideologias e crenças religiosas?
Além dos pagadores de dízimo à igreja do pastor que já foi preso por “delitos de charlatanismo, estelionato e lesão à crendice popular” que tem como meta eleger-se presidente do Brasil e os naturebas grisalhos de plantão, votam nessa senhora uma legião de analfabetos políticos, basicamente antipetistas sem-rumo, que acreditam que Lula e Dilma inventaram os impostos que “sustentam os 50 milhões de vagabundos do Bolsa Família” e outras tolices típicas de zumbis cooptados pela direita fascistóide.
Embora não entendam patavina de seu discurso (quem entende o que essa mulher diz?) a grande maioria acha que tirar o PT do governo é o Fla ou Flu vencerem ao outro de goleada. Para eles, tudo começa e termina na derrota do PT em outubro. O grau de alienação e a falta de entendimento sobre o que é e como funciona uma democracia chega ao ponto de decretarem que o governo petista – eleito pelo voto direto, nas urnas, nas últimas 3 eleições – é uma ditadura.
Marina preparou-se para ser vice de Eduardo Campos que, por sua vez encarava 2014 como preparação para 2018. Terminadas as eleições, a ex-vice se dedicaria à construção de seu partido – o que significaria mais uma vez largar a carona. O acidente que tirou a vida de Eduardo Campos não pode tornar-se um acidente nacional – que joga o país no abismo do improviso.
|
TERRAS ALTAS DA MANTIQUEIRA = ALAGOA - AIURUOCA - DELFIM MOREIRA - ITAMONTE - ITANHANDU - MARMELÓPOLIS - PASSA QUATRO - POUSO ALTO - SÃO SEBASTIÃO DO RIO VERDE - VIRGÍNIA.
quinta-feira, 4 de setembro de 2014
Marina Silva: o abismo do improviso.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário