quarta-feira, 15 de outubro de 2014

A ofensiva das elites e a resposta das classes trabalhadoras.

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Por Daniel Araújo Valença*

As denúncias de corrupção e o legado do neoliberalismo da década de 1990 fizeram a oposição partidária desmanchar-se em pó: o PFL virou DEM, o PSDB encolheu e escondeu FHC.
O caminho adotado, então, foi o mesmo do resto da América Latina: mais “receptível” que defender o neoliberalismo e seus partidos seria demonizar a política: “todos” são corruptos, sem ligação alguma com interesses de ruralistas, banqueiros, empresários, trabalhadores, estudantes ou qualquer classe social; à mídia empresarial caberia sua firme fiscalização.
Nesse meio tempo, candidaturas da não política foram infladas pelos grandes meios de comunicação, sendo a principal daquelas a deste ano, que triplicou de intenção de voto em UMA semana após o desastre aéreo.
O mais impressionante ainda, todavia, ainda estava por vir: o crescimento do candidato neoliberal, de acordo com determinado instituto de pesquisa presidido por um tucano, de 33% para 59% em menos de uma semana.
Se, nas vésperas do 1°turno, as capas das principais revistas nacionais demonstravam que os banqueiros e grandes empresários do país aterrissavam no aeroporto tucano (“É hora de mudar”, Istoé; “A Cartada Final”, Veja) o que se viu na semana seguinte não deixa margens quanto à tentativa da elite brasileira de perpetrar um golpe político-midiático à democracia: vazamento seletivo de um depoimento sem provas em um processo sob sigilo (ou seja, crime travestido de furo jornalístico, por mera coincidência, novamente, num decisivo momento eleitoral), inundação de materiais do candidato neoliberal em todas as cidades e pesquisas tão compradas que até os grandes meios empresariais de comunicação foram tímidos em divulgá-las. Por fim, aquelas mesmas revistas estampavam, seguindo o mesmo roteiro da mídia empresarial televisiva, finalmente e abertamente, seu lado. A ideia era, em menos de uma semana, transformar o candidato que perdeu em seu próprio estado, na mudança, no “presidente eleito”, como disse o presidente do criminoso instituto.
Essa ofensiva dos especuladores da bolsa de valores, dos grandes empresários, multinacionais e banqueiros, reverberada através dos grandes meios empresariais de comunicação, demonstrou que nada mudou: frente à ofensiva das elites privilegiadas, só a militância nas ruas. Mais uma vez, entretanto, eles erraram: atiraram todas as balas com antecipação e se esqueceram de que, se eles criam uma realidade em uma semana, nós a descontruímos em duas. Nesse momento, milhões de brasileir@s estão se levantando. São estudantes dos Institutos Federais e das Universidades. É a trabalhadora doméstica que viu a escravidão ser finalmente superada. É o flanelinha do almoço que não dá bola pro que ouve quando recebe a gorjeta. São as classes trabalhadoras dos setores populares e médios que não aceitam o programa neoliberal e essa grosseira manipulação eleitoral.
Dia 26 chegará. E será por um Brasil soberano, com reforma política e democratização da mídia; mais IFs, mais Universidades, mais bem-estar social, Estado e manutenção dos concursos públicos; por menos ódio, privilégios e elitismo.
É Dilma de novo com a força do Povo. É 13.

* Daniel Araújo Valença é professor da UFERSA, militante do PT e da tendência petista Articulação de Esquerda. 

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