quinta-feira, 2 de outubro de 2014

O desespero de FHC o leva a destempero raivoso e irracional.




Tantas vezes classificado como o príncipe dos sociólogos brasileiros, decano dos nossos acadêmicos em atividade e admirado até agora por sua fina ironia, o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso perdeu isso tudo e, na iminência da derrota do seu PSDB, chegou as raias do desespero.
Seu desespero e destempero, seu linguajar cada vez mais raivoso e irracional o tornam irreconhecível. Ontem ele ainda ironizou a presidenta Dilma em Fortaleza, mas jogou a toalha em relação a possibilidade de seu candidato ao Palácio do Planalto, o senador Aécio Neves (coligação PSDB-DEM) chegar ao 2º turno. FHC pediu votos para o presidenciável Aécio, mas admitiu ser muito difícil ele chegar à 2ª etapa da disputa: “Se fosse pelas qualidades, ele iria, mas a máquina federal está muito organizada para reeleger a presidente e o apelo de Marina é forte”.
A empresários cearenses, ex-presidente afirmou que a presidenta merece o Prêmio Nobel de Economia, pois “conseguiu arrebentar tudo ao mesmo tempo”, o que, na avaliação dele, “é muito difícil de fazer em economia”. Momento de rara modéstia de FHC: ele conseguiu fazer. Mas falou como se não fosse o presidente em cujo governo os juros chegaram a 45% ao ano como lembrou a presidenta Dilma no debate na Record domingo passado e a inflação a 80% como disse o ex-presidente Lula, ontem, em ato na Grande São Paulo.
PSDB serve às elites e ao capital financeiro internacional.
Outra crítica a presidenta Dilma foi a passagem dela na ONU na semana passada. “É triste quando a presidente do Brasil diz que vamos negociar com quem quer degolar.”  Leiam, aqui no blog, a nota “Ainda sobre as distorções do discurso da presidenta na ONU”. A presidenta em momento algum pede negociação com Estado Islâmico, com quem degola, ela pede negociação geral, diálogo em tudo quanto é conflito  em substituição a ataques e bombardeios.
A linguagem de FHC  é a de alguém que saiu do governo com a marca da impunidade, que tinha um Procurador Geral da República que ficou conhecido como engavetador geral da república e agora posa de Torquemada e encanta o empresariado com seu udenismo barato, que esconde a quem seu partido (PSDB) serve: às elites e ao capital financeiro internacional.
Não tem sequer pudor e reconhece a derrota de seu candidato a presidente, Aécio,  antes da hora esquecendo que foi ele que inventou e impôs Aécio ao tucanato…até para retirar de vez do páreo presidencial seu cordial inimigo em São Paulo, José Serra. Impressiona a fala de FHC ontem, em Fortaleza!
Dado o ódio e o rancor abertamente expostos por ele, o risco é que inconformados partam para a desestabilização do país, como já acontece nos mercados e nas bolsas. O que tira o sono deles são as pesquisas, como essa última CNT/MDA divulgada ontem, com a presidenta Dilma vencendo no 2º turno, mas podendo até levar no 1º.
A pesquisa CNT/MDA
Na pesquisa CNT/MDA de que falamos, divulgada nesta 2ª feira, a presidenta vence Marina no 1º turno e pela primeira vez em pesquisas desse instituto, vence a candidata do PSB também no 2º turno. De acordo com a pesquisa, na disputa entre elas na 2ª etapa, a presidenta aparece com 47,7% das intenções de voto, enquanto Marina tem 38,7%. Na rodada anterior, divulgada há uma semana, a presidenta da República tinha 42%  (ficava na margem de erro) no 2º turno, contra 41% de Marina.
A pesquisa foi realizada entre os dias 27 e 28 de setembro com 2.002 eleitores. Num 2º turno Dilma x Aécio, também cresceu a vantagem da presidenta:  49,1% para ela contra 36,8% de Aécio. Na pesquisa da semana anterior, a presidenta tinha 45,5% e o senador mineiro 36,5%. A pesquisa anterior foi feita entre os dias 20 a 21 de setembro de 2014.
Nesta divulgada nessa 2ª feira, no 1º turno a presidenta manteve a tendência de distanciamento de Marina. Ela obtém 40,4% das intenções de voto, um crescimento de 4,4 pontos percentuais, no limite da margem de erro. Já Marina oscilou negativamente, também dentro da margem de erro: aparece agora com 25,2%, enquanto tinha 27,4% na semana passada. Aécio subiu de 17,6% para 19,8%, também dentro da margem de erro. Ainda no 1º turno, votos brancos e nulos somaram 5,9% e 6,4% não sabem em quem votar ou não responderam. Houve queda em ambos os casos: os brancos e nulos na semana anterior foram 7,2%, enquanto os indecisos ou que não responderam eram 9,3%.
A rejeição dos candidatos oscilou dentro da margem de erro. No caso da presidenta, 43,9% não votariam nela de jeito nenhum na semana passada – percentual caiu para 41,1% na atual pesquisa. Em Marina, 42,5% não votariam nela de jeito nenhum na atual pesquisa, contra 38,7% na semana passada. Aécio oscilou de 43,2% de rejeição na pesquisa anterior para 42,6%.

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A discussão sobre se a candidata do PSB ao Palácio do Planalto, Marina Silva, quando senadora (foi por dois mandatos, durante 16 anos) votou ou não a favor da CPMF – Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira-, para muitos pode parecer até questão velha ou menor, mas é importante porque revela a leviandade dela.
Leviandade , registre-se, reincidente, que se expressara já no anúncio de seu programa de governo depois revisitado e alterado por ela várias vezes ao sabor dos interesses da velha política e das alianças pragmáticas – “pragmáticas”, o novo nome para fisiológicas.
Mas, o fato a ser relembrado, de tanta ou tamanha importância quanto como foi o voto de Marina, é porque, por quais razões, acabaram com a CPMF. O tributo foi extinto pela oposição, via Congresso Nacional, na madrugada de 12 para 13 de dezembro de 2007 e com o seu fim garfaram, de uma só penada com aquela votação nada menos que R$ 40 bi/ano do orçamento da Saúde no ano seguinte e nos subsequentes.
Paulo Skaf, hoje candidato a governador, foi o algoz da CPMF
O governo teve de usar de engenhosidade, adotar várias medidas para cobrir o rombo na área, inclusive instituir a CSLL – Contribuição sobre Lucro Líquido. Agora, dizer que a oposição acabou com a CPMF é fato, mas é genérico. Quem acabou mesmo com ela foram os tucanos e o DEM, com o apoio de Marina. E o  hoje candidato a governador de São Paulo pelo PMDB, Paulo Skaf, foi o líder de parte importante do empresariado paulista reunido na FIESP, que ele então presidia. Skaf foi o algoz da CPMF quando pôs todo o peso e a máquina da FIESP a serviço de sua extinção.
Então, pessoal, nunca esqueçam, esses recursos que hoje faltam a Saúde (R$ 40 bi/ano), que os candidatos à Presidência da República Marina e Aécio Neves (da coligação PSDB-DEM), de forma demagógica dizem que devolverão aumentando a despesa bruta da União com a Saúde até 10%, esconde o fato de que com o fim da CPMF deixamos de investir e gastar na saúde R$ 300 bi nos últimos 7 anos.
Mais grave que ter retirado recursos essenciais para a melhoria da saúde pública no país é o cinismo e a hipocrisia da crítica e do ataque que os presidenciáveis fazem contra a presidenta Dilma e seu governo expondo diariamente em todos os noticiários das Organizações Globo os problemas da saúde pública no país. Não que os problemas de todas as áreas do país não devam ser mostrados no noticiário, mas que o sejam sem partidarização e com a verdade – no caso da saúde, mostrando quem tirou esses R$ 300 bi da área.
Tributo foi extinto porque inviabilizava sonegação fiscal
São ataques que começaram em 2013, coordenados e dirigidos pela Rede Globo na esteira das manifestações de rua iniciadas em junho do ano passado. Tudo conduzido pela mesma organização política travestida de rede de comunicação que, em 2007, apoiou escandalosamente o fim da CPMF.
Pior, o crime maior que praticaram então (se é possível essa gradação e estabelecer-se o pior nesse caso), e o fizeram conscientemente, foi acabar com a CPMF não porque ela fosse aquele desconto irrisório no valor dos cheques (mais de 90% dos brasileiros estavam isentos de pagá-lo), mas pelo papel que ela tinha no combate a sonegação fiscal. A CPMF possibilitava via Fisco o acompanhamento das operações financeiras – das altas, inclusive e principalmente.
Essa foi a principal bandeira e razão que uniu sonegadores, oposição e mídia para extingui-la. A CPMF, ao cruzar os dados da movimentação financeira das pessoas físicas e jurídicas e o imposto de renda,  revelava a sonegação fiscal e a lavagem de dinheiro. Expunha a remessa ilegal de divisas para o exterior e a corrupção.
Por isso foi extinta. Com apoio do PSDB, do DEM, dos hoje candidatos Marina e Paulo Skaf, que agora posam de santinhos, lavam as mãos como se não tivessem nada a ver com isso e pintam um quadro dantesco na área da saúde pública por falta de recursos…

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