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Dilma propôs em 2013 um plebiscito para a reforma política, derrotado no Congresso pela articulação de Eduardo Cunha e Aécio Neves. O que temiam? A Lava Jato? [clique para ampliar]
Sem entrar no mérito das jogadas políticas que a operação Lava Jato traz implícita, dentre outras coisas, esta ação da Polícia Federal revela a necessidade urgente de se fazer uma reforma política, que iniba o abuso do poder econômico nas eleições através do fim do financiamento privado de campanha.
A prisão de poderosos empreiteiros acusados de participarem de um esquema criminoso que, segundo o Ministério Público Federal, teria se iniciado em 1999, portanto teve sua gênese no segundo mandato de FHC, como publica o DCM, é uma faxina no modo operante das campanhas políticas até então:
Segundo levantamento das doações de campanha para o pleito presidencial de 2014, Aécio Neves, principal crítico do governo, o mesmo foi contemplado com dinheiro em abundância vindo de 6 das 9 empreiteiras investigadas pela PF.
Hipocrisia e oportunismo por parte da oposição tucana e seu atual presidente, o senador mineiro.
Doações privadas irrigam todas as legendas, inclusive o PSDB, não apenas na disputa presidencial, mas também nos estados, principalmente onde governam, sem contar nas eleições legislativas onde o lobby é poderoso.
Estabelecer o fim do financiamento feito por pessoas jurídicas ou, ao menos, definir um teto de doação, vinculados ao CPF ou CNPJ, não superiores a R$1.000,00 por exemplo, já seria um bom começo.
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Seis das nove empreiteiras investigadas na operação Lava Jato irrigaram a campanha de Aécio Neves este ano. Hipocrisia e oportunismo tucano [clique na imagem para ampliar].
Quem hoje ladra no Congresso contra a corrupção, mas é contra o povo decidir através de um plebiscito os principais temas de uma reforma política, quer aparecer como arauto da moralidade, mas escondendo suas ligações escusas com quem lhe sustenta financeiramente e quer continuar sustentando um modelo arcaico, de sub-representatividade política-eleitoral, onde apenas os ricos podem ser ouvidos e convidados a decidir assuntos importantes da República, desde que pagando a conta antes do prato servido.
Em 2013 Dilma propôs um plebiscito para reformar a política e ouvir a voz das ruas, diretamente, sem intermediários. Com o apoio do PMDB e da oposição, tal iniciativa foi vencida no Parlamento, a “justificativa” para a derrubada da proposta era de que não haveria tempo hábil para realizar a consulta popular e colocar em prática as medidas para as eleições de 2014.
Naquele momento, pós manifestações junho, dois personagens foram muito importantes para enterrar o plebiscito da reforma política, Eduardo Cunha e Aécio Neves. Não por coincidência, políticos flagrados por caixa dois no escândalo da Lista de Furnas.
Fizemos então um questionamentos pertinentes aos dois aliados e a mídia, que ora repetimos:
Com os novos fatos e o desenrolar da trama que levou a cadeia grandes empreiteiros, tem Dilma, novamente, o cenário adequado para mobilizar os partidos da base e a sociedade em prol da reforma política, pois quem propõe é porque não teme, a presidenta deve liderar esta jornada, e a hora é das mais oportunas.
Quem se levantará contra e porquê, serão os mesmos de antes, que paguem o ônus da renúncia política em nome de vantagens obscuras perante a opinião pública.
*** *** Mídia e oposição querem o golpe e não a reforma política. ![]()
Só a pressão popular pode inverter a ordem das coisas, que tanto a mídia e a oposição desejam: o golpe à reforma política.
Os desdobramentos da operação Lava Jato confirmam as relações espúrias entre políticos, agentes públicos e empresários. Ou seja, a prova de que a corrupção se origina nas campanhas políticas e que são os financiadores privados aqueles que dão a partida para o malfeito.
Muitas vezes o político serve aos interesses de seu mecenas eleitoral em primeiro lugar e, caso não haja conflito de interesses, em segundo lugar a sociedade e o bem comum.
O momento exige uma forte mobilização pela reforma política, para varrer das eleições o poder econômico e o cabresto empresarial pós eleições sobre as bancadas e governos eleitos.
Apesar de, comprovadamente, cumprirem um papel político difuso, tanto a oposição quanto a mídia não se manifestam sobre a necessidade de se reformar a política. Discursos e editoriais se concentram apenas em atacar o governo, Dilma e o PT.
Demonstrando, com clareza, a falta de vontade de mudar o cenário viciado de campanhas que, em geral, nascem corrompidas com dinheiro de doação privada, como de empreiteiras, por exemplo.
Não adianta querer tirar o sofá da sala, é preciso mudar os costumes, é necessário ir ao fundo da questão, caso contrário soa à opinião pública que todo o ruído não passa de mais uma tentativa de se ocupar o poder central, a qualquer custo.
Imprensa e opositores agem com oportunismo e cinismo, pouco parecem se importar em alterar as regras atuais, de maneira democrática, e em firmar com o governo uma cruzada anticorrupção e pró-eleições limpas e fechar acordo para votar, em regime de urgência, a proposta de plebiscito da constituinte da reforma política, por exemplo. Concedendo ao povo o poder de decidir diretamente sobre a questão.
O silêncio da grande mídia e dos principais partidos que se opõe a Dilma revelam, também, que seus integrantes foram “agraciados” com dinheiro farto para elegerem-se ou disputar os pleitos com vantagens financeiras absurdas. Fica a impressão que os telhados da oposição são de vidro finíssimo e que preferem apenas centrar fogo na presidenta e deixar tudo como está, contando com a seletividade da imprensa para gerar desgaste político ao governo e mostrar-lhes como salvadores da pátria.
À Dilma, ao PT e ao núcleo mais progressista do governo é preciso explorar estes fatos para fortalecer a agenda da reforma política e conclamar a sociedade por eleições mais representativas, democráticas e livres do abuso do poder econômico.
As investigações em curso representam, de fato, um imenso capital político da presidenta, pois independente do caminho que as ações investigativas tomem, pela primeira vez é possível afirmar que o governo investiga e é investigado com independência pela Polícia Federal, isto é novo na República, não tem precedentes, nem paralelo.
O velho é a prática lesiva aos interesses do povo, da corrupção e do cinismo moralista que a direita costuma usar para alcançar seus objetivos mais imediatos, que, definitivamente, não são os de aperfeiçoar a política e livrá-la dos malfeitores, mas apenas alcançar êxito em mais um golpe contra a democracia, como em tantos outros que desferiu ao longo de nossa história.
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TERRAS ALTAS DA MANTIQUEIRA = ALAGOA - AIURUOCA - DELFIM MOREIRA - ITAMONTE - ITANHANDU - MARMELÓPOLIS - PASSA QUATRO - POUSO ALTO - SÃO SEBASTIÃO DO RIO VERDE - VIRGÍNIA.
terça-feira, 18 de novembro de 2014
Lava Jato reforça urgência da reforma política.
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