E eis que descobrimos que a pobre velhinha, aquela senhora que poderia ser a mãe ou a avó de qualquer um de nós, mataria todos os comunistas bolivarianos lulodilmistas do Brasil e do mundo se lhe dessem armas para isso.
Durou pouco, bem ao estilo da Era Digital, a farsa montada em torno de Ruth Gomes de Sá depois que ela foi fotografada quando um segurança a continha no Congresso.
Quanto não houve nada perigoso no gesto do segurança os fatos subsequentes provaram: nos momentos seguintes, lá estava dona Ruth concedendo entrevistas a jornalistas nas quais afirmava que voltaria ao Congresso para continuar o que vinha fazendo.
Numa palavra, tumultuar.
A revista Fórum fez o que nenhum repórter das grandes companhias fez: foi checar a acurácia das declarações da idosa no Facebook.
E então descobriu, primeiro, que a “aposentada” se apresentava como servidora pública.
Depois, que é integrante de um grupo de extrema direita que prega não apenas o impeachment de Dilma, mas uma intervenção militar nos moldes da de 64.
Rapidamente, ela retirou seu perfil no Facebook do ar.
Não sem antes, é claro, ser objeto de simulada comoção entre direitistas como ela.
Lobão, que caminha para ser igual a ela no futuro não tão remoto, retuitou uma frase que dizia o seguinte: “Podia ser sua mãe.”
Bem, poderia, mas só se sua mãe quisesse ver esquerdistas pendurados no poste por todo o país.
O Facebook da doce velhinha tinha uma foto reveladora, na qual ela aparecia ao lado de Aécio, não o de papelão, mas o real.
Isso mostra o quanto o PSDB se misturou com a extrema direita.
Houve uma tentativa de um ou outro tucano, como Xico Graziano, de desvincular o PSDB de radicais conservadores, mas não deu em nada.
Também aí o PSDB repete a UDN: na proximidade com quem quer dar um golpe.
Antes, era Jango o alvo. Agora, é Dilma.
Mudaram os tempos e os nomes, mas não a estratégia. Falar obsessivamente em “mar de lama”, com a ajuda infinita dos barões da imprensa.
No mundo fantasioso que se tenta criar, Dilma, Lula e o PT inventaram a corrupção no Brasil. Ou reinventaram, uma vez que Jango já tinha feito isso na década de 1960, e antes dele Getúlio.
No caso Petrobras, por exemplo, não é um problema estrutural e velho, ainda que o delator diga que desde Sarney – incluído FHC, claro – cargos altos tinham origem política.
Também não vale nada que o delator tenha afirmado que o ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra, já morto, tomou 10 milhões da Petrobras para evitar uma CPI.
Circula na internet, neste campo, um vídeo em que Guerra, ao lado de Aécio, faz um inflamado ataque ao PT por conta da Petrobras. Caso se confirme a propina de 10 milhões, terá sido uma das mais cenas mais infames da moderna política brasileira. (No fim do artigo, você pode assistir ao vídeo.)
É em meio a isso tudo que surgem, abraçados ao PSDB, figuras como a pobre- senhora- que- poderia- ser- sua- mãe- se- sua- mãe- quisesse- matar- todos- os- bolivarianos.
A imagem dela ao lado de Aécio, os dois num sorriso histérico, conta muito sobre ambos e o ambiente político que os cerca.
Sérgio Guerra: Discurso na integra no evento "Recuperar a Petrobras é nosso desafio"
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A prisão de Sininho.
O juiz Flavio Itabaiana determinou a prisão preventiva de Elisa de Quadros Sanzi (a Sininho) e mais dois ativistas: Igor Pereira D’Icarahy e Karlayne Moraes da Silva Pinheiro. A justificativa é que os três teriam participado de uma manifestação no dia 15 de outubro e portanto descumprido as medidas cautelares impostas pelo habeas corpus que os libertou da cadeia há alguns meses. Os três fazem parte de um grupo de 23 pessoas acusadas de formação de quadrilha para atuação em protestos violentos.
Sininho desde o início é acusada de liderar o grupo.
A defesa dos ativistas alega que eles não participaram de uma manifestação e sim de um ato cultural para celebrar um ano do protesto que resultou na prisão deles e de vários outros manifestantes naquele mesmo local (Cinelândia) e data.
Igor já está preso. Sininho e Karlayane são consideradas foragidas até o momento.
A maior preocupação do juiz Itabaiana é que os manifestantes estariam insistindo em “encontrar os mesmos estímulos para a prática de atos da mesma natureza daqueles que estão proibidos.” Vamos ver se entendi bem. A preocupação é que retomem atos de ‘vandalismo’? Não se pode manter alguém preso por um presumível ato futuro. Ou estão proibidos de se manifestar? Isso é inconstitucional. O novo pedido de prisão soa tão arbitrário, senão mais, que o primeiro.
Vamos retomar uma questão polêmica: o que é vandalismo e o que é violência. Existe violência contra ‘não pessoas’? E ir a uma manifestação portando uma pistola na cintura não é um ato de vandalismo?
As manifestações de 2013 tiveram como ingrediente extra as práticas adotadas por black blocs para manifestar-se: o ataque a símbolos do capitalismo. Quebrar uma vidraça fere tanto quanto a violência praticada contra a população? A literatura recente de estudiosos do fenômeno (sobretudo de Francis Dupuis-Déri) e os estudos da socióloga Esther Solano nos remetem constantemente a essas indagações.
Para além da compreensão acadêmica, relato por experiência própria. Nas dezenas de manifestações que acompanhei nos últimos anos, nunca presenciei um ato de agressão contra cidadãos, contra outros manifestantes, contra qualquer pessoa que tivesse partido de adeptos da tática. Nunca. Policiais foram agredidos? Ocorreram casos na forma de reação e a polícia sempre pode ser vista como uma corporação e não o policial individualmente. Isso é ainda mais polêmico e não quero entrar no detalhe.
Vamos falar do outro lado da moeda. Tenho acompanhado também as manifestações puxadas pelos setores conservadores. Aqueles que condenam o tal vandalismo. Pois bem, os manifestantes dessas marchas (Da Família e similares) não empunham uma única pedra, não acertam nem um pontapé no cesto de lixo, mas partem para o ataque físico a pessoas de opinião contrária.
Vão para a agressão em questão de segundos. Xingam, estapeiam, socam, rasgam a camiseta ou a bandeira do ‘oponente’. Gays são perseguidos e agredidos. Qualquer um que esteja trajando uma camiseta vermelha corre sério risco. Estudantes do Largo São Francisco que procuraram ser irreverentes só não foram linchados pelos fascistas porque os colegas da imprensa fizemos um cerco intimidador com as câmeras.
E o que dizer da postura da polícia que acompanha as manifestações? Por que ela age com tamanha truculência atirando suas bombas e balas de borracha e distribuindo cassetadas quando uma porta de vidro é quebrada mas age com tamanha leniência quando manifestantes perfumadinhos agridem um outro cidadão? Não foram poucas as situações que presenciei em que o agredido é que foi violentamente afastado pela polícia, sofrendo ainda mais insultos.
Essa desproporção irá durar até quando? Esses manifestantes não serão investigados, enquadrados e suspensos de participarem de futuros protestos?
Se a Sininho representa um perigo para a sociedade e deve ser matida em cárcere, que dizer do Lobo Mau que sobe no caminhão de som e incita seus seguidores carecas munidos de socos ingleses a expulsarem quem pensa de modo diverso?
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*** *** Na tribuna, Aécio diz que Dilma colocou o Congresso de cócoras. Senador Aécio Neves diz que Dilma colocou o Congresso Nacional de cócoras.
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*** *** ¨VC quer montar na popularidade de Lula¨, diz Airton Soares para Villa em novo Bate Boca na TV Cultura. Marco Antonio Villa insinua que Airton Soares é lulista.
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TERRAS ALTAS DA MANTIQUEIRA = ALAGOA - AIURUOCA - DELFIM MOREIRA - ITAMONTE - ITANHANDU - MARMELÓPOLIS - PASSA QUATRO - POUSO ALTO - SÃO SEBASTIÃO DO RIO VERDE - VIRGÍNIA.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2014
A história real da velhinha do Congresso que ‘poderia ser sua mãe’
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