sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Aécio governou Minas por decretos, como na ditadura, e quer dar lições à Dilma.


Governador de Minas Gerais de 2003 a 2010, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) governou o Estado durante estes 8 anos na base de lei delegada. O Legislativo ficou inativo, só podia dizer amém, e ele governou por decretos, como governaram marechais e generais-presidentes na ditadura.
E mais: nos 12 anos que o PSDB governou Minas  – Aécio elegeu o sucessor Antônio Anastasia (PSDB), agora senador  - o candidato derrotado ao Planalto este ano governou com ampla maioria, com base na distribuição de cargos e em emendas como moeda de troca.
Foi nessa base que a oposição foi calada nestes 12 últimos anos em Minas. Tudo com ajuda da mídia, totalmente aliada de Aécio às custas de milionários gastos em propaganda nunca vistos no Brasil. Aliada, inclusive, é modo de dizer, a mídia era totalmente amordaçada por uma censura econômica imposta por Aécio. Qualquer veículo que falasse mal dele tinha a publicidade oficial imediatamente cortada.
Pois o mesmo Aécio, agora, nesse processo de votação da proposta de flexibilização do superávit  deste ano pelo Congresso Nacional, vem querer dar lições ao Planalto criticando as liberações de emendas parlamentares pelo governo Dilma. É muita cara de pau! Muita hipocrisia! Aliás, em matéria de cinismo, alguns tucanos não se enxergam, nem têm limites…
***
***
***

Investimentos podem ultrapassar R$ 4,1 trilhões nos próximos 4 anos.
Boas novas do BNDES. Após analisar os 22 maiores setores da economia, o banco público – o maior voltado para o desenvolvimento na América Latina – aponta que ele e outras fontes de fomento poderão injetar na economia brasileira mais de R$ 4,1 trilhão em investimentos nos próximos quatro anos. E tinha gente querendo minimizar o papel dos bancos públicos e até usando esse mote em campanha eleitoral…
O valor de investimentos previsto nesse estudo do BNDES é 17,1% acima do realizado entre 2010 e 2013. Um excelente rumo para o próximo mandato da presidenta Dilma Rousseff. Fernando Puga, superintendente da Área de Pesquisas Econômicas do BNDES, destaca, além da importância do crescimento de 17% nos investimentos, a maior qualidade do perfil desse capital a ser empregado na retomada do crescimento econômico nacional nos próximos quatro anos.
“É uma mudança na qualidade, com o investimento mais intensivo em tecnologia e menos em capital. No setor de petróleo e gás, há uma perspectiva mais desafiadora, que é explorar o petróleo na camada pré-sal. Temos uma mudança na qualidade dos investimentos”, aponta Puga.
Vamos aos números:
Comecemos pelo setor de infraestrutura que receberá nos próximos anos um investimento de R$ 598 bi – acréscimo de 30% se comparado com o feito no período entre 2010 e 2013. Ainda nesta área, a infraestrutura social contará com R$ 87 bi, as rodovias com R$ 80 bi, as ferrovias R$ 45 bi, portos R$ 36 bi e aeroportos R$ 16 bi.
Segundo o BNDES, o setor de agricultura e serviços contará com o mais alto volume de investimentos, de R$ 1,6 trilhão – 11% a mais do que o investido nos anos de 2010 e 2013. Destaque também para a área de habitação: comparando com o investimento feito no mesmo período, agora terá um acréscimo de 19%, totalizando R$ 963 bi.
Observem, ainda, a soma e a comparação entre o quadriênio 2010-13 e 2015-18 de investimentos previstos para o setor industrial: R$ 990 bi (18,5% a mais), sendo destinados R$ 509 bi para petróleo e gás (42,1% a mais); R$ 59 bi para o automotivo (0,4% a mais); R$ 121 bi (8% a mais) para os demais setores e R$ 12 bi, uma alta de 187% comparado com 2010 e 2013, para a indústria aeroespacial.
Sobre a maior qualidade desses investimentos, Fernando Puga lembra que o setor telecomunicações que contará com um acréscimo de 38,8% chegando a R$ 141 bi, receberá investimentos “vultosos em 4G que requerem alta tecnologia”. Já no setor elétrico – com R$ 192 bi (0,5% a mais) – ele aponta que “na energia elétrica, teremos investimentos muito maiores nas energias novas”.
***
***
***

Comissão da Verdade pede expurgo de nomes de envolvidos com ditaduras de vias públicas.
A Comissão Nacional da Verdade (CNV) vai propor em seu relatório final, a ser entregue a presidenta Dilma Roussef 4ª feira da semana que vem, que obras, edifícios e monumentos públicos com nomes de presidentes militares e de personalidades e/ou colaboradores ou envolvidos com a ditadura militar tenham estes nomes trocados. Uma excelente e didática medida que conta com todo o apoio deste blog.
Entre as 29 obras que contarão com essa recomendação irretocável da CNV, estão a Rodovia Castelo Branco (SP), o elevado Costa e Silva (Minhocão) e a rua Sérgio Fleury – homenagem ao delegado Sérgio Paranhos Fleury, considerado um dos maiores torturadores do período -, as duas últimas na capital paulista.
A medida da CNV vêm corroborar o projeto do deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), em tramitação no Congresso – já aprovado pela Comissão de Cultura da Câmara – de alteração do nome da Ponte Rio-Niterói que traz, desde 1969, o nome do ex-presidente marechal Artur da Costa e Silva, para Hebert de Souza – Betinho.
Lei de Anistia e mudanças nas FFAA.
A CNV também vai recomendar mudanças nos textos dos livros de formação nas academias militares e o fim da Justiça Militar. Além, claro, de pedir em seu relatório final de 3 anos de trabalho, a responsabilização criminal e a punição de todos os agentes militares ou civis que participaram dos crimes contra os direitos humanos cometidos no período, inclusive dos 5 presidentes da república militares que o Brasil teve no período.
Em consonância com a legislação internacional e com a Convenção Interamericana da qual o Brasil é signatário, a CNV defenderá que os crimes de violação contra os direitos humanos cometidos pela repressão militar, por seu colaboradores são imprescritíveis e não podem ser acobertados pela Lei de Anistia.
Mais de 300 denunciados por essas violações (por vítimas ou familiares destas), cujo envolvimento está confirmado por depoimentos e documentos, serão listados pela Comissão neste relatório que, como já adiantou Pedro Dallari, coordenador da CNV, trará detalhes dos crimes cometidos no período. A condensação disso tudo na certa vai impactar o país e fazer com que a Justiça seja cobrada pela sociedade brasileira.
Vamos aguardar a sua entrega, resultado de três anos de investigações, no próximo dia 10.

Nenhum comentário: