quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

PENA DE MORTE. E SE FOSSE O TEU FILHO?


Nunca vou me esquecer quando há uns 20 anos, lí numa enquete na revista Veja, que o povo era contra o nepotismo, mas se pudesse contratar o próprio parente pra trabalhar com ele no serviço público, o faria.

Daí se filtram duas coisas. A primeira, é que há 20 anos, a Veja era uma revista possível de ler. E a outra, é que o brasileiro tem um defeito de caráter muito sério.

Quem lê esse blog sabe que eu não tenho amor nem ódio pelo Brasil. Adoro meu país, mas tento olhar para ele de maneira isenta, pra fugir dos estereótipos tão comuns, com os quais nos confrontamos cotidianamente.

A pena de morte é vedada pela Constituição brasileira. É cláusula pétrea e não pode ser modificada. Sendo assim, inútil discutir se deveríamos ter ou não a punição capital no país. Mesmo assim, de quando em quando surgem uns gritões que nunca estão contentes com nada, pedindo a mudança da lei, pedindo a volta da ditadura, pedindo que se emposse o Aécio, que perdeu as eleições.

No Brasil, assim como em boa parte das democracias, tem de tudo. Afinal, gente ignorante não paga imposto para ser assim. Portanto, proliferam rapidamente. Em lugares assim, colunistas de "grandes" jornais mostram eu nojo de pobres, "comediantes" de TV escancaram sua falta de leitura e de bom senso, políticos optam pelo quanto pior melhor, preferindo que o país vá a falência, só para que ele possa tentar tomar o poder. 

E o povo, esse eterno gado iletrado, dá guarida. 

Não o povo "bovino" que o Diogo Mainardi se referiu quando vomitou burrices contra os nordestinos. Não, o povo bovino das grandes metrópoles, da classe média, da tontería instalada que tudo quer do Estado, mas em nada quer contribuir. O bovino igual e ele, aliás, que faz o que uma certa casta de políticos manda, sem questionar, de maneira cega e servil. Mainardi, como tanta gente, é bom pra falar dos outros, mas é incapaz de se perguntar se o bobo da história não seria ele, por um acaso.

A gritaria da semana foi em relação à intervenção da Presidente Dilma em relação ao fuzilamento do traficante brasileiro preso na Indonésia. Claro, como é a Dilma, ela não poderia ter feito o que a lei e o protocolo MANDAM  que ela faça. Esses regulamentos dizem que é obrigatório que o país, que não adota a pena capital, tente convencer o país sentenciador a adotar a mesma punição que se adotaria aqui.

E fazem carnaval, esses descontentes de sempre. Tudo é um problema pra eles. Se a Dilma não fizesse nada, reclamariam. Se ela faz, reclamam. Se o mundo acabar, reclamam. Se ele não acabar, reclamam também.

Estou pra ver povo com mais mimimi que o brasileiro. Tá difícil tabular qualquer discussão ultimamente.  Tudo é um problema e curiosamente, a culpa é sempre do governo. Ninguém mais tem obrigação com nada, nem responsabilidade sobre coisa nenhuma. Se choveu, é culpa da Dilma. Se não choveu, a culpa é dela também. Outro dia ouvi de um cliente que faliu por pura incompetência, que a culpa era do governo que não o ajudou. Claro, não somos culpados de nada. Dilma é culpada de tudo.

E leia-se bem: D-I-L-M-A, porque a mesma sorte não se revela para os governantes tucanos, todos eles, tão despreparados quanto a petista, com um partido tão corrupto quanto o PT.

Sobre a pena de morte, venho perguntando há muito tempo aos meus pares, o que acham da implantação da medida para outros crimes, como receber aposentadoria do INSS no lugar do pai que já morreu, de enganar o cliente colocando formol no leite, de fuzilar os tucanos em praça pública por desvio de verbas. E digo tucanos, porque quanto aos petistas, eu já sei a resposta. As opiniões são sempre a favor, desde que o fuzilado não seja um parente ou amigo dele. Nem tampouco, um político de alta plumagem do tal partido que nunca, curiosamente, é investigado por nada.

Sei que é inútil falar, mas seria tão bom se o povo em geral, fosse um pouco mais estudado. Se tentasse um pouco mais se informar antes de falar bobagem, antes de mostrar que só se importa com a própria vida e pouco se lixa para o resto do planeta.

Dilma fez o certo tentando interferir contra o fuzilamento do rapaz. Fez o que Obama já fez também, mas como sabemos, o Obama pode, a brasileira não pode.

Os mesmos mimimis de sempre reclamaram até do Papa, porque ele disse que não se pode ofender a religião de ninguém. 

Preguiça dessa gente...

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