quarta-feira, 18 de novembro de 2015

PF do Moro investiga latifúndio do Lula — O fascismo se veste de preto.



Por Davis Sena Filho — Palavra Livre


O juiz de primeira instância, Sérgio Moro, um dos líderes da "República (Conservadora) do Paraná", também conhecido como o servidor que "Faz Diferença" para as Organizações(?) Globo, quer porque quer que o ex-presidente Lula seja preso o mais rápido possível, quiçá na véspera ou no dia do Natal, como forma de se auto-presentear, bem como fazer com que a prisão do político brasileiro mais importante da história do Brasil, juntamente com o presidente Getúlio Vargas, seja um acontecimento retumbante e grandiloquente, de forma que o grupo político de Moro e a direita brasileira de índole e alma escravocrata experimente a sensação de uma catarse coletiva só comparáveis às emoções de uma tragédia grega.

Porém, Moro, com suas roupas pretas e olhar fixo, como se fosse uma ave de rapina a caçar ou um felino à espera de dar um bote contra sua presa, não desiste e se volta contra o ex-presidente Lula, que é o alvo da direita brasileira, da qual o juiz do Paraná se tornou um de seus principais representantes, a se tornar, por intermédio das manchetes das mídias dos magnatas bilionários sonegadores de impostos, uma "estrela" ascendente, que talvez, quem sabe, um dia se torne candidato e, certamente, que será por um partido conservador, como bem exemplifica o pensamento ideológico e a mentalidade politicamente tacanha de tal juiz.

Sérgio Moro é um despropósito judiciário, como o fora o juiz do STF, Joaquim Barbosa, que também perseguiu apenas o PT, a esquecer o PSDB, exatamente como o faz o Moro. O PSDB de incontáveis escândalos, que governou o País por oito anos e vendeu 125 empresas públicas. O PSDB do Trensalão, do Metrozão, da Lista de Furnas, do Banestado, da Pasta Rosa, da compra dos votos de parlamentares para a reeleição de FHC, do Mensalão Tucano, que é anterior ao do PT, que juridicamente não foi comprovado até hoje, mas mesmo assim foram presas importantes lideranças petistas.

Além disso, não se deve jamais esquecer que os escândalos Zelotes e HSBC vem aí, bem como parte empresarial do PIB nacional, além de personalidades famosas e coronéis midiáticos estão seriamente envolvidos. Porém, são realidades irrelevantes, não é juiz Moro? Só não é irrelevante sua seletividade antidemocrática e antirrepublicana, o que, sem sombra de dúvida, justificaria por parte do CNJ a efetivação de uma séria investigação sobre a conduta desse magistrado, que deveria retirar urgentemente a venda da Justiça para que ela possa enxergar com maior precisão as realidades que se apresentam.

O PSDB dos aeroportos construídos em terras de parentes e amigos de Aécio Neves, do não cumprimento do orçamento em Minas Gerais, dos doleiros, com destaque para Alberto Youssef, velho conhecido dos tucanos, como o era também o hoje presidiário, o publicitário Marcos Valério, que é cria do PSDB, dentre tantos outros escândalos e envolvimentos com malfeitos, que, para Moro e os delegados aecistas, são irrelevantes. E todo mundo é idiota ou burro, porque talvez, creio eu, o Moro, os delegados que xingaram em seus facebooks e em plena atividade profissional, os presidentes Lula e Dilma no decorrer das eleições de 2014.

Moro não tem interesse por nada, porque para ele nada mais importa do que sua questão política, que é a de caçar (com cedilha mesmo) o presidente Lula, já que suas más ações, que coadunavam com as do PSDB para que Dilma Rousseff sofresse impeachment, caíram por terra. O impeachment, ou seja, o golpe criminoso, que andava a galope neste poderoso e importante País ao tempo que detestado pela burguesia e pelos coxinhas de classe média, realmente não vai ser possível. O golpe foi praticamente derrotado.

Contudo, a direita não desiste. Ela é incansável em busca pelo poder. E uma das engrenagens da máquina de moer reputações e vidas da direita está hospedada, como se fosse um vírus a adoecer o jovem corpo da democracia brasileira, a infectá-lo por intermédio de pessoas que atuam e agem politicamente e ideologicamente no Judiciário, no MP, na PF e no Congresso, a ter a imprensa de mercado como caixa de ressonância desse aparato político da oposição conservadora deste País.

Trata-se da Vara do doutor Moro, que não tem nenhuma disposição em ser republicana, no sentido de investigar e, se puder, indignar-se com os malfeitos, as corrupções e os crimes cometidos pelas administrações tucanas, inclusive nas unidades da Federação, como os estados de São Paulo e do Paraná, onde trabalha e mora o juiz midiático e que se comporta como funcionário padrão das Organizações(?) Globo, que já não mais se lembra, por causa de suas conveniências, do nome do juiz Joaquim Barbosa — o Sérgio Moro de ontem. Barbosa quando se olha no espelho deve balbuciar: "Moro, você é o Joaquim de amanhã..."

No Brasil, viceja um Justiça seletiva, de conveniências político-partidárias. Moro e "seus" delegados aecistas, que mandam mais do que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, agora estão imbuídos em perseguir o ex-presidente Lula, porque, para eles, quem rouba é o líder trabalhista e o Lulinha, seu filho, a despeito de não haver, nem de longe, quaisquer provas e evidências. Lula e Luís Fábio estão a processar a Época, o Globo e quem mais tiver de processar, porque a leviandade, a perversidade e a falta de comprometimento com a verdade dos fatos e dos acontecimentos são de uma grandeza inenarrável, por parte dessa imprensa familiar seletiva e irresponsável, porque efetiva ações dignas de gangsters.

Depois de maldosamente e levianamente tornarem uma simples compra de apartamento por parte da esposa de Lula, dona Mariza, em um assunto escandaloso; depois de considerarem as palestras de Lula como ações ilegais; depois de tratarem o Lulinha como aproveitador da posição importante do pai para beneficiar a si e a seus sócios; depois de fazerem ilações calhordas e covardes de que Lula teria feito lobby por meio de medidas provisórias para que o setor automobilístico fosse beneficiado e o beneficiasse, a atingir, inclusive, seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho; depois de absurdamente culparem Lula, no passado, até pela queda do avião da TAM, nada mais falta: Lula é culpado!

O líder petista tem culpa no cartório por não ter fracassado como presidente, como desejavam a casa grande escravocrata e certa classe média coxinha rancorosa e inconformada com a ascensão social dos pobres. Lula é o culpado por ter sido republicano e defendido os interesses brasileiros no exterior, além de ter pago a dívida externa. Lula é realmente culpado de tudo porque não faliu o Brasil, como ocorreu com o (des)governo entreguista, elitista e sectário do tucano Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I.

FHC é aquele sociólogo que não entende nada de Brasil e de povo, além de ter sido um mandatário do PSDB, portador de um gigantesco complexo de vira-lata, que foi ao FMI três vezes, de joelhos, humilhado, com o pires nas mãos, porque, incompetente e vendilhão da Pátria, quebrou o Brasil três vezes, bem como nomeou um ministro de Relações Exteriores, Celso Lafer, que se notabilizou, sem sentir um pingo de vergonha, ao tirar os sapatos em aeroporto dos Estados Unidos, a retratar, crivelmente, o quanto a nossa burguesia (casa grande) é de segunda categoria, subalterna e subserviente, porque até hoje vive no Brasil Colônia. Ponto. Ou quer mais?

Nada importa, portanto, ao condestável e trepidante, juiz Sérgio Moro, mais um dos heróis artificiais dos coronéis midiáticos e de seus empregados sabujos, que choram copiosamente pela França, mas não soltam uma lágrima pelos povos sírios, palestinos e iraquianos, bem como não se comovem verdadeiramente com o grandioso e terrível desastre natural que está a acontecer em Minas Gerais, além de estar a atingir o Espírito Santo. Eu fico a pensar e a imaginar se a Vale privatizada, que matou o Rio Doce, pertencesse ainda ao Governo Federal. Coitados da Dilma, do Lula e do PT na boca da imprensa privada golpista e corrupta. Seria um Deus nos acuda...

Mas, o juiz de primeira instância continua a considerar tudo irrelevante, a não ser se o PT ou seus mandatários estiverem envolvidos ou se tiver quaisquer oportunidades de incluí-los em assuntos dedicados à corrupção. Aí, sim, é com o Sérgio Moro, os procuradores iluminados pelas luzes de ribalta da imprensa alienígena, como, por exemplo, o procurador Deltan Dallagnol, dentre outros, que, apesar de serem servidores públicos, tem lado, cor ideológica, preferência partidária e sentimento profundo de classe social a qual pertencem. Trata-se do antirrepublicanismo em toda sua plenitude a agir no Ministério Público.

A verdade é que esses funcionários só denunciam, investigam e julgam um lado da moeda. Esta conduta é que faz com que grande parcela da população desconfie desses "servidores do povo", que se aliaram, inadvertidamente, aos interesses do status quo. O juiz Moro não bate seu martelo na cabeça dos tucanos. Jamais! Talvez por considerar as denúncias e os processos contra o PSDB irrelevantes, como ele sempre diz quando se trata de casos e escândalos que não estejam envolvidas pessoas ligadas ao PT.

Agora a novidade é o sítio do Lula, ou o latifúndio onde o Lula vai com sua família e amigos, a fim de descanso e lazer. O sítio do Lula, para a PF aecista de delegados xingadores de candidatos do PT, tem de ser investigado. O Moro mandou, e, se não mandou, outro magistrado determinou que se procedesse assim. E por quê? Porque Lula não fracassou, é de origem pobre, migrante nordestino, trabalhou como operário, fundou a CUT e o PT (o partido mais importante e a maior central de trabalhadores) e se tornou o político mais respeitado e conhecido da América Latina em termos mundiais.

Além disso, e isto não é pouco, venceu quatro eleições consecutivas contra uma das direitas mais ricas e perversas do mundo, a eleger duas vezes sua companheira de lutas, Dilma Rousseff. Trata-se também de um político que não foi cooptado pela plutocracia, a exemplo de FHC e seus demotucanos, bem como não leva desaforo para casa, porque não é ladrão, não é corrupto e exatamente por isto não tem nada a temer.

Quem tem a temer são os oposicionistas e coronéis de mídias que poderão ter seus rabos presos em casos de corrupção, como a Zelotes, o Carf do Ministério da Fazenda, os desvios e sumiços de processos na Receita, além do HSBC, somente para ficar apenas nesses escândalos de corrupção, que para o juiz Sérgio Moro devem ser irrelevantes, como o são para tal juiz os desmandos do senador Álvaro Dias e do governador Beto Richa, os dois do Paraná — a exemplo do Moro.

A Justiça brasileira é uma caixa preta. Só falta os magistrados usarem punhos de renda, porque capas já cobrem seus ombros nobiliárquicos. O poder mais imperial, o mais fechado, o mais distante do povo e, insofismavelmente, o mais elitista. O poder que erroneamente faz política e onde atuam juízes que "Fazem Diferença", na opinião de O Globo, empresa do monopólio de comunicação dos Marinho, que combatem o direito de resposta, mesmo após ser sancionado pela presidenta Dilma Rousseff. Na maior cara de pau, como o fez Miriam Leitão...

Juízes que tratam de  processos em segredo de justiça, que são sistematicamente vazados para se transformarem em manchetes da imprensa burguesa e antidemocrática. Magistrados que, inacreditavelmente, falam fora dos autos, como se fossem fofoqueiros, que apagam incêndios com gasolina. Juízes que julgam pessoas, que estão com a vida em jogo, porque podem ser presas. Sérgio Moro e mais do que ele, Gilmar Mendes, são exemplos de como o Judiciário, equivocadamente, tornou-se uma tribuna política, e de direita.


Esse estado de coisas é contrário aos ditames do Estado de Direito e da Constituição. Durma-se com um barulho desses. E o Friboi do Lulinha, hein? E o sítio do Lula, hein? Agora, a fazenda e os boizinhos do Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I — ninguém quer investigar. Para o Sérgio Moro é irrelevante. O fascismo se veste de preto. É isso aí.

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