quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Racha golpista: Tucanos bicam e Moreira Franco ameaça arrancar penas.

Arrocho nas contas é o motivo na briga no ninho dos sem voto



O centro da crise está na questão econômica, ou melhor, o arrocho que eles chamam de "ajuste fical". O braço direito de Michel Temer e um dos articuladores do golpe contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff, o secretário Moreira Franco, em entrevista ao Estadão, ao rebater as críticas dos tucanos quanto ao que chamam de “recuo” de Temer em medidas do ajuste fiscal. Isso porque o PSDB acha que Temer cortou pouco o orçamento público.

Além da economia, os tucanos também criticaram um suposto plano da cúpula peemedebista que ocupa o Planalto de lançar Henrique Meirelles candidato em 2018.

Como em ninho golpista, ninguém confia em ninguém, o senador Aécio Neves, candidato derrotado nas urnas em 2014, se viu diante de mais um adversário-amigo para melar a sua já enfraquecida pré-candidatura (entre os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin pleiteiam a vaga), e resolveu sair para o ataque em artigo publicado nesta segunda-feira (15), na Folha de S. Paulo.

Moreira não gostou e disse que as reações tucanas são “manipulações eleitorais”.

“A experiência mostra que não é recomendável transformar o ministro da economia em vítima de manipulação eleitoral”, disse ele. “Diante da gravidade da situação, é muito pouco recomendável qualquer tentativa de enfraquecimento do ministro Meirelles”, completou.

Mas a encrenca do gabinete dos sem voto não fica por aí. Repetindo o coro de alguns setores do mercado financeiro, o PSDB e outros aliados peemedebistas reclamam do “protagonismo” de Meirelles. Para eles, o ministro tem muito destaque, e Temer e demais ministros da cúpula ficam em segundo plano.

Vale lembrar que essa tese, que também ganhou espaço na grande mídia, é completamente diferente do discurso que tinham antes do afastamento da presidenta Dilma. Demonstrando o seu sexismo e misoginia, a imprensa e a direita repetia diuturnamente que a presidenta queriam mandar demais e não deixava o ministro da Fazenda atuar.

Agora, os golpistas afirmam que o protagonismo do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, põe em risco a governabilidade de Temer. Segundo fontes da grande imprensa, Temer age como Temer: para tentar manter a sobrevivência de seu governo provisório diz a Meirelles que a sua palavra será a final, mas, nos corredores da equipe econômica, o interino dá sinais de fazer jogo duplo, dando suporte para o ministro-chefe da Casa Civil e um de seus braços do governo, Eliseu Padilha, conter a escalada de Meirelles.

É nesse clima de desconfiança mútua que o PMDB e o PSDB vão encarar as eleições municipais. O resultado é que em apenas quatro das 26 capitais (Manaus, Florianópolis, Teresina e Vitória) terão candidatos de um partido com vice do outro.

"As relações não se dão de maneira tão direta e retilínea", explicou Moreira Franco.
 

Do Portal Vermelho

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