quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Delegado Anselmo é político e sua política é perseguir Lula para impedi-lo em 2018.



Por Davis Sena Filho — Palavra Livre

Eu estava aqui a pensar: quando o tempo passar e a Lava Jato terminar, bem como se comprovar que o ex-presidente Lula não cometeu crimes, o que acontecerá com os procuradores, delegados e juiz da Força Tarefa da Lava Jato? Além disso, evidentemente, porque não tem jeito, muitas pessoas que foram envolvidas no escândalo da Petrobras não têm culpa no cartório, pois se trata de muita gente e, obviamente, que nem todos os acusados e investigados são culpados.

Então, fiquemos apenas com esta pergunta: o que acontecerá, por exemplo, como o delegado da PF, Márcio Adriano Anselmo, que resolveu porque está determinado por ele que Lula é autor de crimes. Isto mesmo. Lula é criminoso, mas, conforme se percebe, no decorrer do tempo no que é relativo à Lava Jato, o intrépido e impoluto delegado Anselmo não conseguiu ainda investigar, acusar e denunciar um demotucano sequer, a despeito de eles terem sido deletados por praticamente todos os donos e executivos das grandes empreiteiras brasileiras.

É o que se poderia ser chamado de seletividade e opção partidária, política e ideológica. Afinal, o delegado tão cônscio de suas responsabilidade quando se trata do PT, não tem a mesma postura e conduta quando se trata do PSDB e do DEM. Por que será. O problema é que ninguém é idiota e todo mundo está vendo como são os procedimentos e as ações dos operadores da Lava Jato.
Anselmo, por exemplo, é considerado por inúmeros analistas de política que repercutem suas opiniões e textos pela internet como um dos delegados "aecistas" de Curitiba. Esses servidores públicos muito bem pagos pelo contribuinte brasileiro e que pensam não dever nada a ninguém, nem mesmo dar satisfações, mesmo a serem empregados do público, participaram ativamente da corrida eleitoral de 2014, quando a presidente Dilma Rousseff foi reeleita a derrotar o tucano golpista Aécio Neves.

E não é que o delegado Anselmo participou ativamente da campanha eleitoral em prol de Aécio Neves? Sim. Suas palavras agressivas repletas de preconceitos e ferocidade por meio de seu facebook denotaram que tal servidor público e seus colegas delegados estavam a participar efetivamente de um círculo político-partidário de apoio ao candidato do PSDB.

Quem pesquisar pela internet perceberá os insultos repercutidos pelo policial e, com efeito, terá uma dimensão maior do que os adversários políticos de tais servidores públicos do Judiciário estão a enfrentar, porque, nitidamente, percebe-se que são perseguidos por aqueles que têm a obrigação e o dever de serem justos, imparciais e isentos, que é o caso do delegado Anselmo, de juiz como Sérgio Moro, e de procuradores, a exemplo de Carlos Fernando e Deltan Dallagnol

Contudo, volto a perguntar: o que vai ser desses servidores de carreira do Estado quando ficar claro, como aconteceu com Juscelino Kubistschek, que Lula não cometeu quaisquer malfeitos? também foi perseguido por causa de apartamento onde o ex-presidente morava na Zona Sul do Rio de Janeiro. Juscelino foi perseguido e humilhado pelos meganhas fascistas da época, que também resolveram por conta própria fazer política indevidamente, pois servidores que têm de se ater às leis e não criar situações e polêmicas para desmoralizar o adversário político a ser abatido.

O delegado Anselmo é useiro e vezeiro em transformar seu cargo público em plataforma política de enfrentamento ao campo da esquerda de perfil trabalhista. Para se ter uma ideia, o varão de Plutarco da terra dos pinheirais compartilhava, com outros delegados da Superintendência da PF no Paraná, propaganda eleitoral do candidato da direita, Aécio Neves, assim como atacava o ex-presidente Lula e a candidata à reeleição, Dilma Rousseff.

Só que tem um importante "porém", no que diz respeito à ética profissional: tais policiais indevidamente politizados e partidarizados são exatamente os que estão investigar o presidente Lula, sua família e seus correligionários e amigos. Como pode um negócio desse? Em um País cuja democracia é tradicional e estável esse delegado seria sumariamente afastado, investigado e, certamente, demitido para o bem do serviço público.

Afinal, trata-se de um empregado da máquina pública e não de um deus, porque passou em um concurso público e recebeu uma arma e um distintivo. A PF não é um dos Poderes da República. Não se pode esquecer. A PF é apenas uma corporação subordinada ao Ministério da Justiça, ou seja, à Presidência da República.

A corporação policial tem liberdade para trabalhar, principalmente nos governos do PT, mas não tem liberdade para perseguir e rasgar a Jurisprudência e a Constituição. Se o delegado Anselmo e seus pares querem ser políticos, que tratem de se filiar a um partido, de preferência de direita, e concorra às eleições, como qualquer cidadão brasileiro, como qualquer ser mortal. Delegado é servidor público. Ele não governa e não apresenta ou aprova programas de governo e projeto de País.

Imagine se os governantes dos Estados Unidos dariam tanta ousadia para delegado do FBI se meter em política e perseguir partidos e seus membros, como ocorre, agora, com Lula, sua família e o PT. Jamais. Rapidamente tal meganha seria colocado em seu devido lugar, bem como torcer para não ser transferido para o Alaska ou ser demitido.

O problema é muito sério. Lula já depôs quando foi raptado por policiais da PF, que eles chamam de convocação coercitiva e esclareceu os fatos e as dúvidas. Seu depoimento se tornou público, porque o líder trabalhista o publicou no site do Instituto Lula, sendo que a informação viralizou. Levaram-no de sua casa, sorrateiramente, para um aeroporto paulista, como se ele tivesse cometido o crime de ter vendido o Brasil, como ocorreu no Governo de Fernando Henrique — o Neoliberal I.

Essa gente arbitrária e partidarizada à direita tratou o Lula como se o estadista brasileiro fosse bandido. Só que se deram mal, porque causaram comoção e indignação em todo o País. Foi uma covardia incrível e inacreditável. Porém, a covardia continua, assim como a perseguição sistemática em um tempo de quase três anos, desde que a Lava Jato se tornou o trunfo da oposição de direita capitaneada pelo PSDB, pelos golpistas do PMDB, com o objetivo de não serem presos pela operação policial e pelos sistemas midiático privado e Judiciário.

O juiz Sérgio Moro certa vez afirmou: "Sou favorável que a mídia apoie a Lava Jato para que a corrupção seja combatida. A verdade é que Moro e seus colegas da Força Tarefa, a exemplo do delegado Anselmo, são os pauteiros da imprensa, os marqueteiros da ex-oposição demotucana, são desditosamente seletivos e desejam, sem sombra de dúvida, tornarem-se os coveiros do PT e, principalmente, de Lula, que é forte candidato às eleições presidenciais de 2018.

O juiz Moro, o delegado Anselmo e o procurador Carlos Fernando têm a mais sólida compreensão sobre o tabuleiro político brasileiro, sendo que o Lula é considerado o entrave para se consolidar a vitória da direita nas eleições de 2018. Por sua vez, os advogados de Lula, Cristiano Zanin Martins e José Roberto Batochio, publicaram e repercutiram as ações dos delegados da Força Tarefa da Lava Jato, quando eles se tornaram, equivocadamente, cabos eleitorais do senador tucano, Aécio Neves, por intermédio de suas redes sociais. São essas pessoas seletivas e partidárias que estão à frente do processo persecutório e covarde contra Lula e sua família. Surreal, para dizer o mínimo.

Fazer com que a Dona Marisa Lula da Silva e seu filho, Fábio Luís, compareçam à Polícia Federal para depor sobre o sítio de Atibaia, que não pertence ao Lula, conforme comprovam e atestam documentos apresentados por Lula por meio de seus advogados aos policiais e aos procuradores é de uma insensatez e de uma perversidade sem igual.

O que o delegado Anselmo espera? Que os dois parentes de Lula falem ao policial outras informações que Lula não disse quando foi levado de forma violenta e anticonstitucional para uma sala de aeroporto para depor? O que eles sabem mais do que Lula sobre o sítio? Simplesmente não sabem e, por conseguinte, não têm nada mais a acrescentar. O depoimento de Lula no aeroporto, volto a lembrar, foi longo e cansativo, mas objetivo e sem contradições. Eu li o depoimento publicado pelos blogs e sites progressistas, além do site do Instituto Lula ter também, obviamente, publicado seu depoimento. Ressalta-se.

Trata-se de perseguição pura. Esses servidores públicos não se interessam quando se trata da corrupção tucana. De forma alguma, e pensam que os milhões de brasileiros que elegeram Dilma e que tiveram seus votos rasgados desrespeitosamente e despoticamente não estão a perceber as covardias e as arbitrariedades cometidas por um delegado político, ideológico e que pensa, erroneamente, que todo mundo fora do círculo tucano e policial é idiota. Engana-se redondamente. O contribuinte está vendo as arbitrariedades do servidor público Anselmo.

Juiz Sérgio Moro, delegado Anselmo e procuradores Deltan e Carlos Fernando, dentre muitos outros, são marqueteiros da ex-oposição demotucana e golpista, pauteiros da mídia mercantil e golpista, sendo que ainda querem ser coveiros do PT. Está aí para comprovar o condestável juiz Gilmar Mendes, do PSDB do Mato Grosso, que deseja o fim do PT por intermédio da cassação de seu registro. Inacreditável.
Entretanto, como todo juiz compromissado até a medula com o golpe bananeiro e de direita, tal magistrado, que envergonha a Nação com suas ações espúrias, não pediu ainda a cassação dos registros do PSDB, do DEM, do PPS e do PSB, partidos que constam em todas as listas de delações premiadas de todas as empreiteiras. Será que o delegado Anselmo não sabe disso? Que a Lava Jato, além de ajudar a quebrar a economia, serviu de trampolim para que forças entreguistas, golpistas e antinacionalistas tomassem de assalto o poder, como se fossem bandoleiros e piratas? Ele não sabe? Ou finge não saber?

É evidente, pois garantidos pela Constituição e pela jurisprudência brasileira que os advogados de Lula não permitiram que sua esposa e seu filho virassem alvo de propaganda opressiva da Lava Jato, de forma que Lula fosse ainda mais humilhado como manchete da imprensa mais corrupta e desonesta do planeta. Deveriam sugerir, inclusive, aos delegados de Curitiba que eles investigassem também os coronéis das famílias midiáticas, que tratam o Brasil como quintais das casas deles. Seria muito bom, já que o delegado Anselmo é tão responsável e republicano.

Outra questão é que o delegado Márcio Anselmo, que insultou Lula ao chamá-lo de "anta" em plena atividade funcional, participou de grupos ideologicamente de direita e contrários a continuidade do PT no poder. Os delegados Márcio Anselmo, Igor de Paula, Rosalvo Franco, Erika Mialik Marena e Maurício Grillo, dentre outros participavam de um grupo no Facebook e atacavam violentamente o PT e suas lideranças. Só que tem um porém: eles são delegados que estão diretamente envolvidos com a Lava Jato, a força tarefa que até agora só foi pra cima do PT.

Como pode, então, tais servidores terem ideias formalizadas e preconcebidas sobre os investigados? O problema deles é que tiveram de tirar suas páginas do Facebook do ar. Pelo menos as páginas do tempo das eleições de 2014 vencidas, para o desgosto desses policiais, por Dilma Rousseff. E por que afirmo isto? Afirmo porque o jornal Estado de São Paulo publicou matéria que mostrava as postagens deles, tanto as imagens quanto os diálogos.

Veja bem, trata-se do conservadoríssimo "Estadão", que não pode ser chamado pelos delegados, mesmo se eles quisessem, de jornal comunista, bolivariano, socialista ou o que valha. Nada é mais de direita que o Estadão, a não ser a Veja — a Última Flor do Fáscio — e, pelo o que observo, os delegados da PF de Curitiba. As imagens contra Dilma, Lula e o PT publicadas pelo grupo desses delegados no Facebook são lamentáveis, pois eles são servidores subalternos e do Estado, pagos pelo povo brasileiro e resolveram fazer política e com ideologia digna de fascistas, pois os diálogos e as imagens não deixam margem a dúvidas.

O "Estadão" fez com que eles recuassem quando resolveram suspender suas páginas. Sinal que sabem o que fizeram, porque se não soubessem não extinguiriam suas páginas de facebook. Malandro é malandro. Esperto é esperto. Deus não dá asas a cobras. Deboche, escárnio, publicidade opressiva, partidarismo, sentimento elitista e insultos era o que os delegados publicavam contra o PT, a Lula e a Dilma. Se o leitor duvida, que trate de pesquisar na internet. Acha-se fácil tanta falta de respeito de conotação política e ideológica.

Não sei como vai terminar a Lava Jato, mas que a história vai colocá-la em seu devido lugar como colocou o DOI-Codi e o Dops, ah, isto vai. Evidente que os tempos são outros, mas a perseguição e o linchamento que estão a fazer com o Lula e sua família se trata de terrível covardia sem igual. Três anos de ações e atos persecutórios perpetrados pelo sistema judiciário controlado por juízes, procuradores e delegados sediciosos e partidarizados.


A delação premiada é uma excrescência moral, política e jurídica, como o é o domínio do fato, teoria que iniciou o processo jurídico de combate ao PT e por onde começaram a armar as armadilhas para tirar o Partido dos Trabalhadores do poder de forma antidemocrática e antirrepublicana, que redundou no golpe bananeiro, mas violento, contra Dilma, assim como propiciou a caçada  sem fim a Lula. O líder trabalhista não roubou. A história e os fatos comprovarão. Agora, fica a pergunta: quem vai punir juízes, procuradores e delegados se for comprovada a inocência de Lula? Deus? É isso aí. 

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