terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Grafiteiros intensificam protestos contra atitude do prefeito de SP.

Protestos se intensificam contra Dória em defesa de grafiteiros



Elas apareceram perto do Viaduto Tutoia, na Vila Mariana. Porém, ali perto, foi preservada uma pintura do muralista Eduardo Kobra que faz referência à São Paulo antiga. Haviam sido pintados 15 mil metros quadrados de paredes com grafite nos últimos anos na avenida 23 de Maio, ganhando status de o maior céu aberto da América Latina. Os murais estão sendo apagados com jatos de água ou cobertos por uma tinta cinza. Dória anunciou que a avenida terá oito espaços para os grafiteiros e vem afirmando que pichações são diferentes de grafites.

Artista de SP remove maquiagem de Doria e faz reaparecer seu grafite em muro

A medida do prefeito causou protestos neste domingo (22) na capital paulista. Cerca de 40 manifestantes fizeram um ato na avenida a favor dos tradicionais grafites. A manifestação saiu da Praça da Bandeira, no Centro, e ocupou uma das faixas da pista sentido Aeroporto de Congonhas da 23 de Maio. O protesto terminou de forma pacífica no Parque Ibirapuera.

O ato deste domingo saiu da Praça da Bandeira, no Centro, e ocupou uma das faixas da pista sentido Aeroporto de Congonhas da 23 de Maio. Os manifestantes levavam faixas e filmavam os grafites que sobraram. 

Manifestante no protesto a favor de grafites em SP | Foto: Rogério de Santis/Futura Press/Estadão

O grafiteiro Enivo acredita que há uma contradição na conduta de Doria: "[Ele] anunciou uma guerra contra a pichação, mas apagou os grafites", disse ao jornal Folha de S.Paulo.

Para a pesquisadora de arte urbana Lilian Amaral, é necessário maior diálogo da prefeitura com os artistas de rua. "Temos de entender a arte urbana como patrimônio. É um equívoco apagá-la", afirmou ao jornal O Estado de S.Paulo.

Um mural assinado pelo artista plástico Tody One ironiza o novo prefeito. A pintura mostra Doria vestido de gari – usando um uniforme com o logotipo da grife Ralph Lauren e um cashmere por cima dos ombros — enquanto varre grafites para baixo de um tapete. A pintura também tem um balão com a seguinte frase: "Isso não é arte! Romero Brito é top".

Prefeito aparece em grafite retratado em tom debochado. Foto: Reprodução/Instagram

Segundo informações do Estadão, a secretaria estadual da Segurança Pública, do governador Geraldo Alckmin (PSDB) destacou o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), grupo da Polícia Civil especializado nas investigações contra o crime organizado, para identificar pichadores de rua que atuam na capital paulista.

"O crime, que é na verdade um delito ambiental, virou alvo de uma “cruzada” capitaneada pelo prefeito João Doria (PSDB). Há duas semanas, grupos de pichadores vêm sendo identificados pelas redes sociais. Os policiais têm mapeado locais em que eles se reúnem durante as noites na cidade e planejam, em breve, segundo Doria, uma ação para executar prisões coletivas de suspeitos", descreve o jornal.

Em breve, segundo Doria, uma ação para executar prisões coletivas de suspeitos.“A Polícia Civil está fazendo investigações e já identificou onde se reúnem, quem são, já fotografou e, muito em breve, essa ação vai se materializar”, disse o atual prefeito de São Paulo.

Zélia Duncan critica prefeito
A cantora e compositora Zélia Duncan criticou, pelas redes sociais, a decisão do prefeito de São Paulo, João Doria, do PSDB, de abrir guerra contra os grafiteiros e a arte urbana.

"Pintando os muros de tristeza e a cidade de vazio cinza...é disso q nossa Sampa precisa?", questionou ela, em seu Twitter.

A guerra aos grafiteiros faz parte do projeto que Doria chama de Cidade Linda.
 


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