terça-feira, 2 de outubro de 2018

Golpismo que gerou Bolsonaro preferia que eleições não acontecessem - O presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, declarou ao Portal Vermelho que o consórcio que derrubou a presidenta eleita Dilma Rousserff, e do qual o candidato à presidência Jair Bolsonaro faz parte, não queria eleições. “Quando Bolsonaro ameaça pela imprensa que não reconhecerá eleição se ele não ganhar ele representa o sentimento dos golpistas que buscavam outra via que não passasse pela vontade do eleitor”.

Adilson Araújo reiterou que Bolsonaro (foto) despreza direito do povo escolher seu candidato por isso insinua fraude
Adilson Araújo reiterou que Bolsonaro (foto) despreza direito do povo escolher seu candidato por isso insinua fraude.


Por Railídia Carvalho



Na sexta-feira (28), Bolsonaro deu entrevista ao programa de Luiz Datena na televisão. Na ocasião, o candidato do PSL afirmou: "Pelo que vejo nas ruas, não aceito resultado diferente da minha eleição".

Adilson emendou: “A turma que deu o golpe, os representantes do liberalismo, conservadorismo e fascismo não queriam eleições. Queriam levar no tapetão, propor uma via alternativa ao voto. Por isso pedíamos novas eleições diretas logo depois do impeachment. O que precisamos agora é salvaguardar os direitos do eleitorado para que o resultado das urnas seja reconhecido. Por isso é importante o repúdio a essas declarações de Jair Bolsonaro”.

Ainda de acordo com ele, colocar em xeque o resultado eleitoral é a resposta dos derrotados. “Ele sabe que está sendo derrotado porque a agenda dele não representa o interesse da nação. Bolsonaro representa o preconceito contra pobres, mulheres, negros. Quer o fim do 13º salário. Advoga o racismo, a intolerância, a liberação das armas. A população não se mostra disposta a engolir essa agenda ultraliberal e fascista”, analisou o sindicalista. 

Na opinião do presidente da CTB, a ameaça de Bolsonaro afronta a democracia e a Constituição Federal. “É sobre a égide da Constituição que as eleições vão acontecer e a gente deve ficar vigilante. Uma vez eleito quem quer que seja o que vale é a mensagem do povo. Neste momento, a subida de Fernando Haddad se aproximando de Bolsonaro mostra que o povo quer ver o Brasil livre das mazelas e desigualdades”, opinou.

Último a ter a candidatura definida, Fernando Haddad (PT) é o candidato que mais cresce nas pesquisas. Nesta segunda-feira, pesquisa do BTG Pactual mostrou que Haddad cresceu de 23% para 24% enquanto Bolsonaro oscilou negativamente de 33% para 31% nas intenções de voto. 

“À luz da criminalização da política que buscou macular setores democráticos e populares nós estamos às portas da quinta vitória do povo brasileiro”, enfatizou Adilson. Haddad e a vice Manuela d'Ávila representam o projeto político que se iniciou com a eleição de Lula em 2002, conseguiu a reeleição de Lula (2006) e depois a eleição (2010) e reeleição de Dilma Rousseff (2014), atingida pelo golpe de 2016 que levou Michel Temer à presidência.

Segundo Adilson, o processo eleitoral demonstra que o golpe "que tirou de assalto" o mandato legítimo de Dilma não vem sendo legitimado pela população. “Com Temer e o apoio de Alckmin e Bolsonaro o Brasil entrou na sua pior crise econômica e social com perda de direitos e patrimônio público dilapidado. Mesmo com a criminalização da política a politização tem sido grande. Veja a manifestação #EleNão organizada pelas mulheres no sábado (29) contra a candidatura de Jair Bolsonaro”.

O interesse de outros países pela tecnologia das urnas eletrônicas brasileiras dão prova de que o sistema é extraordinário, disse Adilson. “Com a urna eletrônica o Brasil aboliu o fantasma da fraude. Esse exemplo da eleição foi reivindicado por outros países haja visto o tamanho da segurança que representam as urnas, desde a votação propriamente dita até a apuração do resultado”. 

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, afirmou após a primeira insinuação de Jair Bolsonaro sobre fraude que as urnas eletrônicas são "totalmente confiáveis". O ministro lembrou ainda que o candidato a presidente "sempre foi eleito" por meio desse equipamento.



Do Portal Vermelho



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