segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Jair Bolsonaro, do Brasil, diz que aceitará o resultado da eleição - desde que ele ganhe - O agitador brasileiro Jair Bolsonaro deu a entender que a única chance da esquerda ganhar a eleição do mês que vem é através de fraude. Seu colega de chapa chamou o exército a dar um golpe se o judiciário não expurgar a corrupção.

 






Jair Bolsonaro, o agitador candidato presidencial de direita do Brasil, disse na sexta-feira que não aceitará o resultado da eleição do mês que vem se ele perder, como as pesquisas indicam que ocorrerá.

"Pelo que eu vejo nas ruas, não aceitarei nenhum resultado que não seja a minha eleição", disse o político populista à rede de televisão brasileira TV Band.

Bolsonaro, um capitão do exército aposentado, tem liderado uma campanha eleitoral polêmica na que vem sendo a eleição mais polarizada do Brasil desde que o país retornou à democracia em 1985. Ele tinha dito anteriormente que não confia no mais alto tribunal eleitoral do Brasil e acusou o partido rival de esquerda, o Partido dos Trabalhadores, de recorrer a fraude como seu plano B na eleição que ocorrerá em breve.

Seu colega de chapa de direita, o general aposentado Hamilton Mourão, também disse que as forças armadas do Brasil deveriam dar um golpe se o judiciário não se livrar da corrupção política.

A campanha de Bolsonaro até agora não forneceu nenhuma evidência de uma potencial fraude eleitoral.

O tribunal eleitoral do Brasil e a Organização dos Estados Americanos, que supervisiona as eleições, negaram categoricamente as acusações do legislador de direita.

Bolsonaro estava falando no dia 28 de setembro a partir de sua maca hospitalar onde está se recuperando de um esfaqueamento quase fatal que sofreu em um evento eleitoral na cidade de Juiz de Fora no sudeste do país no começo deste mês. Esperava-se que recebesse alta na sexta-feira, mas sua saída foi adiada depois de apresentar uma febre e uma pequena infecção. Ele diz que pretende voltar à campanha no dia 12 de outubro.

Legenda da foto:

Bolsonaro comprometeu-se a voltar a fazer campanha no dia 12 de outubro depois de ter sido esfaqueado em um evento eleitoral no começo de setembro

Destinado à derrotaSe nenhum candidato conseguir uma maioria no primeiro turno de votação no dia 7 de outubro, um segundo turno entre os dois primeiros colocados ocorrerá no dia 28 de outubro.

Bolsonaro lidera o primeiro turno de votação, mas as pesquisas sugerem que perderá para o candidato do Partido dos Trabalhadores e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, no segundo turno.

Haddad assumiu a candidatura do partido de esquerda no começo do mês depois que o ex-presidente preso Luiz Inácio Lula da Silva foi impedido de concorrer por causa de uma condenação por corrupção.

Bolsonaro rejeita acusações de roubo feitas por sua ex-esposaEm vez de sair do hospital na sexta-feira, o político populista acabou passando a maior parte do dia negando relatos de que sua segunda ex-esposa acusou-o de esconder sua fortuna e de roubar dinheiro de sua conta bancária. 

A revista brasileira Veja, citando documentos de tribunais, reportou que Ana Cristina Valle alegou em um processo de divórcio de 2008 que Bolsonaro tinha roubado 1 milhão de reais (247.000 dólares ou 212.000 euros) em dinheiro e jóias. Valle, que atualmente é candidata a deputada sob o sobrenome de seu ex-marido, admitiu que estava de “cabeça quente” quando fez a acusação. 

A campanha de Bolsonaro comprometeu-se a levar a revista aos tribunais por causa da matéria.

*Publicado originalmente em dw.com | Tradução: equipe Carta Maior


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